23/04/2020
A história se repete até aprendermos a lição. Triste o momento que vivemos.
Sábias palavras dessa mãe especial 💙
Uma placa em meio a um protesto pela reabertura do comércio nos EUA dizia “Sacrifiquem os fracos. Reabram”.
SACRIFIQUEM
OS
FRACOS
Deixem que os idosos, os doentes crônicos, os imunodeprimidos, as pessoas com deficiência morram. Sacrifique-os pela economia.
Uma empresária grava um vídeo dizendo que aqueles que não querem voltar ao trabalho e fazer a economia girar deveriam marcar suas portas e suas roupas com algo vermelho. E deveriam ter o atendimento negado porque não produzem.
Na Alemanha nazista, judeus, ciganos, negros, testemunhas de Jeová, homossexuais, opositores políticos, todos eram marcados com símbolos nos uniformes. Estigmatizados e separados do resto, ridicularizados. Mas os primeiros que Hi**er tratou de eliminar foram justamente os “fracos”. As pessoas com deficiência. O Aktion T4 nazista eliminou cerca de 300 mil pessoas consideradas “um peso para o Estado”, pois não produziam.
“O trabalho liberta”, dizia o letreiro no portão principal de vários campos de concentração na Alemanha Nazista. Letreiros sujos pelas cinzas daqueles que foram, ali, exterminados.
Edmund Burke escreveu que “o povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la”.
Será que já entendemos tudo o que aconteceu em anos não tão distantes do que chamamos de humanidade?
Por que certas ideias ressurgem como se fossem novidade, e sempre travestidas de inovação?
Quantas vezes vamos precisar repetir a história para entender que o valor da pessoa não é medido pelo quanto ela produz?
Quantas vezes vamos precisar repetir a história para entender que toda vida tem valor, mas o valor de nenhuma vida é mensurável?
Quantas vezes até entendermos que o objetivo de vivermos em sociedade é ajudarmos uns aos outros, e não sacrificarmos quem amamos para aumentar a fortuna de uma meia dúzia?
Até quando? Quantas vezes? Quantos “fracos” vão ser sacrificados? E quais considerados fracos o serão?
O meu filho?
O seu?
Sua avó?
Você mesmo?
Não é o trabalho que liberta. É a consciência de onde esse tipo de discurso pode nos levar. Mais uma vez.
P.S: a foto é de 2015, e meu filho é forte, muito forte. Ele e todos os considerados “fracos”. Há que ser forte para sobreviver em um mundo tão excludente.