21/07/2025
Em 1953, Lacan questiona a valorização da adaptação do sujeito à realidade social e a pretensa neutralidade do analista, reivindicando um retorno à leitura rigorosa de Freud, com ênfase na linguagem e no inconsciente. É nessa direção que, no Seminário 3, ele retoma o caso Schreber para aprofundar a teorização da psicose, articulando-a aos registros do simbólico, do imaginário e do real como categorias estruturantes — dimensões que, embora operem em Freud, ainda careciam de formalização conceitual. Ao vincular a psicose à lógica do significante, Lacan não apenas reelabora a clínica da neurose, mas avança na construção de uma clínica da psicose. Poderemos, assim, interrogar: em que se distingue a fala do psicótico da fala do neurótico? Como o sujeito se posiciona frente ao discurso do Outro? Veremos como a teoria lacaniana mobiliza esses três registros, situando seus efeitos na constituição subjetiva, na função da fala e no campo da linguagem.