
31/07/2025
Na psicanálise, aprendemos que o sujeito se constitui na relação com o outro — especialmente nas experiências mais precoces.
Somos atravessados por palavras, olhares, silêncios e gestos que deixam marcas. Algumas dessas marcas ferem. Outras, moldam defesas. Muitas, seguem inconscientes, se repetindo em padrões que parecem destino.
Mas não são.
A análise nos ensina que o passado não é uma sentença. Ele é matéria bruta, ainda viva, que pode ser elaborada. Quando falamos sobre o que vivemos, quando damos sentido ao que passamos, abrimos espaço para um novo lugar no mundo.
Não negamos a dor, mas a colocamos em palavras. E, ao fazer isso, ela perde o poder de nos paralisar.
Reescrever a própria história não significa apagar o que houve. Significa assumir o lápis nas mãos. Significa reconhecer as feridas e, mesmo assim, escolher caminhar.
Afinal, o que você passou pode ser chão fértil. Dor transformada em força. Ruptura que vira reinício.
O passado existe, sim. Pode ter sido difícil. Pode ter deixado marcas profundas. Mas ele não precisa mais te dominar. Ele pode te impulsionar!