Musicoterapeuta Sofia Dreher

Musicoterapeuta Sofia Dreher Informações para nos contatar, mapa e direções, formulário para nos contatar, horário de funcionamento, serviços, classificações, fotos, vídeos e anúncios de Musicoterapeuta Sofia Dreher, Terapeuta, Rua Caeté, 77, Novo Hamburgo.

07/10/2021
Habilidades de planejar e o uso da criatividadeNo processo musicoterapêutico trabalhamos com experiências de composição....
31/08/2021

Habilidades de planejar e o uso da criatividade

No processo musicoterapêutico trabalhamos com experiências de composição. Entre os principais objetivos estão desenvolver habilidades de planejamento e organização, habilidades para solucionar problemas de forma criativa e habilidades de documentar e comunicar experiências internas.
Uma das atividades que realizo com pacientes dentro da experiência da composição, requer em primeiro lugar que eles organizem em sequência três ou quatro imagens que compõem uma história. Nesse momento, estamos organizando e construindo uma percepção do início, do meio e do fim. Em um segundo momento, passamos a dar nome aos personagens e a construir um texto para essa história. Anas, Joaquins e Martins vão surgindo. Na sequência pegamos um papel repleto de quadradinhos aguardando para serem pintados. De frente ao teclado, pergunto a eles por qual cor vamos começar? - cada nota possui uma cor no teclado. Surgem então amarelos, verdes e rosas. Nesse momento, passamos a descobrir que uma palavra pode ocupar mais de um quadradinho. As sílabas vão surgindo de formas coloridas. A mágica se dá quando então escutamos a construção criativa que fomos fazendo. Não esquecendo que sempre de novo há espaço para o “esse amarelo não ficou bom aqui! Vamos colocar um verde?” E voltamos a escutar a nossa composição.
Muitos de vocês já devem ter escutado que música é matemática. Sim, quando pensamos em quantas figuras de tempo posso inserir em um compasso de quatro tempos, de três..., mas música também é português, é movimento/corpo, é uma construção coletiva.
Em uma pequena atividade como a ilustrada acima, podemos dar inúmeras variações. Nesse processo a criança também aprende a olhar para a sua criação e dizer gostei ou não gostei, vamos arrumar aqui. Aprender a valorizar o que é construído.
O aprendizado em nossas vidas é constante já disseram inúmeros escritores e teóricos. Mas diria que vivemos em um momento onde desaprender velhos hábitos e reaprender novos caminhos é o que mais nos é exigido. Nosso cérebro agradece sempre de novo esses desafios. Que possamos sempre de novo reaprender e ressignificar com nossos pacientes, com nosso trabalho, em nossas convivências.

Filha vou ligar o liquidificador – vou fazer barulho, tá?!Talvez essa frase deva trazer imagens para vocês como traz par...
28/02/2021

Filha vou ligar o liquidificador – vou fazer barulho, tá?!

Talvez essa frase deva trazer imagens para vocês como traz para mim de amigos e familiares avisando seus filhos de que irão fazer barulho em uma tentativa de avisar, de antecipar e de evitar que seus filhos se assustem e comecem a chorar em função do barulho.
A frase, o aviso, vinha seguido do movimento do filho em fechar os ouvidos com as próprias mãos, em um movimento de proteção.
Depois de um tempo, as crianças também aprendem a brincar com esse movimento – colocando e retirando as mãos para provar os diferentes sons de abafar e abrir o som.
No universo atípico, esse movimento de proteção toma proporções maiores em algumas circunstâncias. Para algumas crianças com diagnóstico de autismo, existe uma hipersensibilidade auditiva, ou seja, quando um som nos causa desconforto, para eles causa sofrimento. Por isso é muito comum eles fecharem seus ouvidos com as mãos e iniciarem uma agitação motora ou choro.
Da mesma forma, já presenciei cenas de crianças indo até a janela da sala do consultório quando não havia nenhum som – para mim. Alguns segundos depois, começava a escutar que se aproximava um caminhão. Elas já tinham escutado o som – nós não!
Por esse motivo que sempre de novo grupos de pais de crianças com autismo lutam por espaços com menos ruídos, por salas de cinema com som mais baixo, pela eliminação de fogos de artifício com ruído nas festas de finais de ano.
Um recurso que auxilia nessa hipersensibilidade auditiva, é o uso de fones de ouvido – os abafadores. Eles permitem que as crianças continuem escutando, permitindo assim a continuidade da comunicação, mas de forma mais agradável aos ouvidos deles.
A foto que ilustra esse relato foi do acompanhamento de um paciente que apresentava essa hipersensibilidade, principalmente na escola, mas que se recusava a usar o fone de ouvido. Como estávamos trabalhando também a construção de histórias cAntadas, introduzi o tema. Relatei que eu era o aluno e comecei a cantar “ai ai ai como dói o meu ouvido”! E continuei: - “já sei, vou colocar o meu fone de ouvido – e coloquei a castanhola nos ouvidos do hipopótamo. Ele abriu um sorriso! Na semana seguinte fui até a escola, em um momento de crise, mostrei a ele a foto do hipopótamo, coloquei um fone nos meus ouvidos e convidei ele a colocar o dele. Após um pouco de relutância ele colocou e encerrou a aula de música com fone nos ouvidos e de mãos livres para poder dar as mãos aos colegas e brincar na roda cantada com eles!

CRIATIVIDADE – um olhar fora da caixaFios de luz, pássaros, o céu e você poderia dizer – “vejo isso todos os dias”. Mas ...
19/12/2020

CRIATIVIDADE – um olhar fora da caixa

Fios de luz, pássaros, o céu e você poderia dizer – “vejo isso todos os dias”. Mas como você vê eles? Um fotógrafo capturou a imagem acima e publicou em um jornal. Um músico, ao ver a imagem entendeu que ali, naquela imagem, havia música, sim Música! Os sons dos pássaros? Não, notas musicais distribuídas em um pentagrama. Não demorou muito para ele então começar a tocar aqueles pássaros distribuídos nos fios de luz, ou melhor, as notas distribuídas no pentagrama. Primeiro surgiu a melodia, depois a harmonia. Esse fato ocorreu em 2009 e você pode conferir no documentário - Birds on the Wires.
Mas o que levou esse músico a ver além do fio, do pássaro e do céu? Esse olhar diferente, esse transformar a realidade é o que chamamos de criatividade. Trata-se de uma capacidade humana, ou seja, não é algo que se ensina, ela já faz parte da nossa condição humana, mas pode e deve ser desenvolvida. Poderíamos citar aqui inúmeras invenções que surgiram ao longo da humanidade a partir da criatividade de homens e mulheres que tentaram encontrar soluções para dificuldades apresentadas, mas muitas vezes chamados de loucos, insanos e desacreditados.
As crianças por natureza são muito criativas até que se deparam com modelos e passam a reproduzi-los. Uma crítica que sempre de novo temos que ter em mente para aceitar aquilo que não se encaixa no modelo. Aliás uma boa definição de criatividade é a de pensar fora da caixa! Ser criativo é ser diferente é ser original.
No consultório sempre de novo nos deparamos com a capacidade criativa de nossos pacientes. Uma letra O que vira um chapéu pro pato, uma caixa que vira um oceano, um chocalho que vira chuva pra dona ar**ha, o mesmo chocalho que produz chuva sobre o boneco da tristeza, levando/lavando a tristeza do boneco.
Vocês já devem ter ouvido variações de um mesmo tema de diversas canções. São leituras diferentes que são construídas e reconstruídas a partir de um mesmo tema, ou seja, não fugimos da essência, mas damos novas roupagens também através de explorações e conhecimento que vamos adquirindo ao longo de nossa trajetória. Muitas vezes utilizamos esse recurso para poder quebrar o círculo vicioso de sempre escolher a mesma canção – que pode então, ser reproduzida em um outro instrumento, que pode ser cantada em outra tonalidade, com outra entonação de voz ou então dramatizada. A criatividade nos ajuda na busca de soluções. Ela nos auxilia a construir e reconstruir, transformando a nossa realidade.
Sem dúvida nenhuma, nesse ano tivemos que fazer muito uso de criatividade para nos reinventar diante de tantas dificuldades e desafios que a pandemia nos impôs. Que sigamos olhando fora da caixa para transformar a nossa realidade em um mundo melhor para se viver e conviver!

SER CRIANÇA, SER PRESENTEO professor Javier Narajo durante anos reuniu definições de seus alunos para diferentes palavra...
05/10/2020

SER CRIANÇA, SER PRESENTE

O professor Javier Narajo durante anos reuniu definições de seus alunos para diferentes palavras de nosso cotidiano. Trata-se de uma escola localizada na cidade de Rionegro na Colômbia. Mais tarde ele reuniu essas definições em um livro intitulado “Casa das estrelas – o universo pelo olhar das crianças”, cuja arrecadação é revertida para aquisição de livros para a biblioteca da escola.

ADULTO – pessoa que, em toda coisa que fala, vem em primeiro lugar.
AMOR – o que cada coração reúne para dar a alguém.
BRANCO – é uma cor que não pinta.
CÉU – de onde sai o dia.
DEUS – Deus voa e dorme no céu. Pega goiabas e vai trabalhando; e Deus neste dia não tem aula, e no outro dia, sim.
ESCURIDÃO – se sentir sozinho.
ETERNIDADE – é esperar uma pessoa.
MÃE – entende e depois se deita pra dormir.
ÓDIO – é algo que, por exemplo, meu amigo tem pirulito e eu não.
PAI – é uma pessoa muito especial porque tinha a gente no coração quando a gente estava na barriga.
PAZ – quando alguém se perdoa.

As crianças tem um jeito peculiar de ver e descrever o mundo. Em um determinado momento suas explicações são muito simples e concretas e em um outro momento repleta de fantasias. Durante o período da pandemia um de meus pacientes parou por um instante, fitando o espaço da sala e disse “Uau, o nosso escritório musical é muito legal!” – seus pais estavam trabalhando em Home Office, conceito que trouxe para o seu espaço! Em uma outra situação, mas em âmbito escolar, vi uma menina enfurecida se dirigir a um colega e dizer a ele “seu borboleta” – ao que o menino desabou a chorar. Na época lembro que fiquei pensando e realmente concordei com o choro do menino não apenas pela entonação e expressão de voz da menina, mas porque realmente se tratava de um palavrão com nove letras!
No decorrer do desenvolvimento da criança, elas vão aprendendo a distinguir o concreto e o simbólico. Por isso que no início para elas é tão difícil entender figuras de linguagem. Essa também é uma dificuldade que as crianças com autismo apresentam. Transformar o chocalho em um picolé, um pandeiro em um chapéu são tarefas que para muitos deles não fazem sentido. Recentemente, um de meus pacientes me ajudou a retirar os sinos de uma caixa e quando vi ele pegou as baleias e os patos e os inseriu dentro da caixa – pronto o lago estava constituído e repleto de moradores.
Talvez muitos de nós tenhamos tido a oportunidade de deitar e observar as nuvens no céu, quando crianças, ou mesmo quando adultos acompanhando uma criança. Muitas são e foram as formas que dávamos a elas através de nossa visão e imaginação. Que nessa semana da criança, possamos lembrar que brincar é estar junto, é fazer uso da imaginação, é SER presente!

OUTRA SINTONIANa casa dos meus avós havia um rádio antigo que só ligava após a válvula aquecer. Lembro que a luz começav...
06/09/2020

OUTRA SINTONIA

Na casa dos meus avós havia um rádio antigo que só ligava após a válvula aquecer. Lembro que a luz começava fraquinha, depois ia ganhando maior luminosidade, até começarem os chiados e pôr fim a música. Achava o máximo esse processo, além do som que era maravilhoso em função de sua caixa de madeira. O rádio trazia também notícias de outros países através das ondas curtas. Na maioria das vezes não entendíamos nada do que era dito ali, mas era outro fato que nos encantava.
Hoje, fazendo uma analogia com a prática clínica, vemos que o processo clínico, e nesse momento me atenho especificamente ao trabalho com os autistas, também exige de nós esse tempo de espera, de sintonia, de conexão. Através da música vamos tentando acessar essas crianças, mas o tempo de cada um é único e precisa ser respeitado. Por muitas vezes, passa a impressão de que eles não estão escutando o som e percebendo o que está acontecendo ao redor, até que de repente, surge a reprodução de uma melodia que você estava cantando a poucos minutos atrás – a luz começou a surgir. Mais um pouco e ela própria produz uma melodia, ao que nós reproduzimos como um espelho devolvendo a sua imagem, no nosso caso o som – a luz vai ficando mais forte. O processo segue e olhares passam a observar movimentos e gestos que acompanham as canções – o chiado vai surgindo. Até que de repente nos é permitido estar em um mesmo lugar, um mesmo instrumento e compartilhar desse fazer musical – atenção compartilhada – a música se faz presente.
No nosso dia a dia, costumamos utilizar a expressão de que eu e determinada pessoa não estamos na mesma sintonia, fazendo uma referência de que estamos pensando diferente, com planos diferentes ou que não temos as mesmas afinidades. Importante destacar que assim como nem todas as rádios nos agradam, assim também somos nós com as pessoas – ninguém possui o dom de agradar a todos.
Mas quando se trata de nós mesmos, é importante estarmos atentos quanto a nossa sintonia. Ela é necessária para o nosso equilíbrio emocional, mental e espiritual. Interferências e chiados vão surgir, mas cabe a nós regularmos o botão para reestabelecer a sintonia com nós mesmos.
Lembrem-se que cada um possui uma sintonia diferente. A OUTRA SINTONIA precisa ser respeitada!

Quem você vai ser quando abrir a porta?Desde o início da pandemia, temos escutado com frequência que todos sairemos pess...
28/08/2020

Quem você vai ser quando abrir a porta?

Desde o início da pandemia, temos escutado com frequência que todos sairemos pessoas melhores dessa crise. Sem dúvida nenhuma, assistimos a grandes mobilizações de pessoas e grupos em prol de equipar os hospitais, de prover alimento aqueles onde a pandemia pegou de maneira mais intensa. Ao mesmo tempo, nos deparamos com muitas pessoas fazendo reflexões, por vezes entrando em crises, em outras mudando posturas e colocando a mão na massa. O filósofo Karl Jaspers(1883-1969) chama a estas condições, que nenhum ser humano pode escolher, mas às quais, por meio da existência, há de dar um significado, “situações-limite” São todas aquelas situações que nos colocam em confronto com a nossa existência. Não há como não ser afetado por elas. A questão é como cada um de nós lida com esse confronto. Alguns conseguem refletir e realizar mudanças, outros refletem, mas não conseguem fazer a mudança necessária e há ainda aqueles que preferem negar. Por isso nessa pandemia também assistimos ao outro lado da moeda, pessoas ganhando em cima das outras, desvios, histórias conhecidas...
Mas vamos voltar a porta. Heráclito já dizia que ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Será que ao abrir a porta o mundo que encontraremos e as pessoas que atravessarem a porta serão as mesmas?
Stephen Hawking em a Teoria de Tudo relata que todos somos diferentes. Embora a vida possa parecer ruim, há sempre algo que você pode fazer e ter êxito. Enquanto houver vida haverá esperança.

A MÚSICA PODE TRAZER VOCÊ DE VOLTA PRA CASA “Estou de volta pro meu aconchego. Trazendo na mala bastante saudade. Queren...
20/06/2020

A MÚSICA PODE TRAZER VOCÊ DE VOLTA PRA CASA

“Estou de volta pro meu aconchego. Trazendo na mala bastante saudade. Querendo um sorriso sincero, um abraço. Pra aliviar meu cansaço e toda essa minha vontade” - Dominguinhos
Muitos de nós já escutaram essa música e/ou até cantaram ela. Tive uma professora que sempre que retornava de viagem cantava essa canção como forma de dizer “estou de volta ao meu lar, a minha casa”. Você já pensou em qual música representa a sua casa?
Nossa memória funciona como uma trama interligada de informações. Você já deve ter sentido um determinado cheiro e ter se recordado de um lugar. Deve ter visto uma imagem e/ou uma foto e ter se recordado daquele tempo, daquela viagem. Também a música nos proporciona recordações.
Em uma sessão de musicoterapia grupal com idosos em uma ILPI, observei que durante o canto de uma canção, uma senhora, com diagnóstico de Alzheimer, passou a sorrir muito. Quando finalizamos o canto, me aproximei dela e perguntei se estava tudo bem. Ela me disse então: “que engraçado, eu estava na cozinha da minha avó, ao lado do fogão a lenha, cantando essa canção com ela”.
Oliver Sacks no livro - A Música e o Cérebro – relata que é a vida interior da música que ainda pode fazer contato com as suas vidas interiores... que pode acordar a alma escondida, aparentemente extinguida; e evocar uma resposta totalmente pessoal de memória, associações, sentimentos, imagens, a volta do pensamento e da sensibilidade, uma identidade responsiva.
A música tem essa capacidade de trazer lembranças, mas mais do que isso, de acessar o indivíduo que por determinada doença não consegue mais se comunicar como antes.
Aqueles que trabalham com idosos, sabem que é muito comum em ILPIs, os parentes participarem com os idosos das sessões de musicoterapia. Pois percebem que nesse momento, conseguem acessar lembranças, histórias e terem pequenos diálogos com seus pais.
Outro exemplo que gosto de mencionar é o documentário ALIVE INSIDE - nele é possível visualizar o acender dos olhos de idosos que se encontravam apáticos, após a escuta de canções que fizeram parte da sua história, permitindo assim uma reconexão consigo mesmo, com a sua música, com a sua história e com o mundo ao seu redor novamente.
Esses e tantos outros exemplos fazem parte de um braço da musicoterapia, ao qual chamamos Musicoterapia Neurológica. Michel Thaut definiu a musicoterapia neurológica(NMT) como aplicação terapêutica da música para estimular mudanças nas áreas cognitivas, motoras e de linguagem após doença neurológica.
Algumas das técnicas da musicoterapia neurológica foram ilustradas no filme “A música nunca parou”, onde um rapaz, após retirada de tumor cerebral, passa por um processo musicoterapêutico para reabilitar áreas cerebrais que sofreram danos, principalmente no aspecto da memória. Finalizo com a frase do filme que diz: “Não importa quão perdido você está, a música pode trazer você de volta para casa”.

Um pouco do meu trabalho...
25/05/2020

Um pouco do meu trabalho...

O documentário Present Perfect de Evan Briggs (2015), disponível na internet, inicia com o provérbio Zulu que diz: “Uma pessoa só é uma pessoa por causa das outras pessoas”. [...]

Mudanças...Talvez a primeira imagem que venha a nossa mente, quando mencionamos a palavra mudança, seja um amontoado de ...
07/05/2020

Mudanças...

Talvez a primeira imagem que venha a nossa mente, quando mencionamos a palavra mudança, seja um amontoado de caixas. Como vou conseguir organizar tudo isso? Tenho que levar tudo comigo? Posso me desvencilhar de algumas coisas? Mudanças geram medo, insegurança, euforia, sonhos, um misto de emoções.
A palavra também pode nos remeter a uma mudança de vento, de direção. De repente o tempo vira e a chuva nos pega desprevenido. Alguns ficam furiosos outros saboreiam e “cantam na chuva”.
Vocês devem se lembrar de matérias recentes que mostravam crianças e adultos daltônicos, sendo apresentados a um mundo colorido através de óculos desenvolvidos por cientistas. Quando lecionava, sempre utilizava a metáfora dos óculos para mostrar que cada paciente, cada ser humano, enxerga o mundo através de uma lente que é única. Cabe a nós terapeutas, colocar esse óculos para procurar entender como esse paciente enxerga o mundo. A esse “se colocar no lugar do outro”, nós chamamos de EMPATIA. Calçar os sapatos de outrem, requer observação, desprendimento e ao mesmo tempo percepção de nossos limites.
Mudança lembra transformação. Nos tempos de pandemia, tivemos que mudar hábitos, rotinas, ideias, nos reinventar em muitas situações. Na maioria das transformações que passamos ao longo da vida, a mudança nem sempre pergunta se pode se achegar. Na maioria das vezes ela acontece de forma abrupta, sem pedir licença, nos mostrando que a ideia de “controle” que temos da situação é uma mera ilusão.
Na música, uma mudança de andamento, pode nos levar de um movimento de dança, a um movimento de reflexão. Uma alteração de tonalidade ascendente ou descendente também nos proporcionará sensações de mudança. Vocês já devem ter escutado versões diferentes de uma mesma canção. Cada nova roupagem nos surpreende e traz com ela novas sensações.
Mas e quando as pessoas pedem nosso auxílio para a mudança, será que realmente estão preparadas para esse processo ou desejam uma receita rápida dada por nós terapeutas? Fazer as mudanças necessárias requer coragem, busca e reconciliação consigo mesmo. Reconhecer os limites dos pacientes, nesse processo, é um ato de respeito. Nós, terapeutas, temos o dever de auxiliar nesse processo de mudança, mas sempre cientes de nossos limites. A mudança, a realização dela é um ato que cabe apenas ao paciente fazê-lo!
“Você pode levar um cavalo até a água, mas não pode fazê-lo beber. Beber é um problema dele. Mas, mesmo que o cavalo esteja com sede, ele não pode beber a não ser que você o leve. Levar é o seu problema.” – Gregory Bateson, 1980.

Quem canta seus males espantaMuitos de nós, musicoterapeutas, temos recebido a pergunta: como a música pode ajudar nesse...
11/04/2020

Quem canta seus males espanta

Muitos de nós, musicoterapeutas, temos recebido a pergunta: como a música pode ajudar nesse momento de medo, de incertezas, de afastamento? Convido vocês a olharmos para trás, para a nossa história. Ela sempre nos ajuda a pensar o presente.
Esse ano uma das escolas de samba do Rio de Janeiro cantou/contou a história das lavadeiras do Abaeté. Historiadores relatam que com o dinheiro que ganhavam com a lida das roupas, ajudavam a comprar a liberdade de outras escravas. Mas o que quero me ater aqui são os cantos que elas entoavam para auxiliar nessa lida dura e difícil. Ao redor da lagoa, muitas lavadeiras se encontravam ali dia a dia, sem tempo a perder, mas para suportar essa tarefa árdua, cantavam. Um grupo iniciava o canto de um lado da lagoa e o outro grupo respondia do outro lado. "Ô lava a roupa lavadeira do Abaeté/ Na sombra da aroeira/ Até quando Deus quiser/ Na sombra da aroeira/ Deixa o tempo passar/ Na sombra do angelim/ Espera a roupa quarar", dizem os versos da canção "Com a Alma Lavada", do grupo baiano Ganhadeiras de Itapuã.
Convido a vocês a puxarem em suas memórias inúmeros Cantos de Trabalho. “Ensaboa mulata ensaboa. Ensaboa, tô ensaboando” – Cartola; “Debulhar o trigo, recolher cada bago do trigo” – Milton Nascimento; “Duerme, duerme negrito. Que tua mama está en el campo, negrito. Trabajando duramente, trabajando sí. Trabajando e no le pagan, trabajando sí” – Mercedes Sosa; e tantos outros que devem estar lembrando. Esses cantos foram criados para amenizar a lida diária e ao mesmo tempo dar força e esperança de dias melhores.
Nos últimos tempos, acompanhamos em diferentes cantos do mundo, músicos tocando em suas varandas para aliviar a tensão daqueles que se encontram em quarentena. Eles procuraram em algum receituário que música tocar? Não! Eles escolheram aquelas canções que fazem bem para eles.
Nesse tempo de quarentena, procure dentro de você a música que te faz bem. Procure escutar e se possível cante/conte com ela!

Hoje segue brincadeira musical para fazer em casa com as crianças. Lindo trabalho do Grupo Triii!!! Lembre-se a cada nov...
25/03/2020

Hoje segue brincadeira musical para fazer em casa com as crianças. Lindo trabalho do Grupo Triii!!! Lembre-se a cada nova rodada é inserido um novo som.... estalo de língua, som do beijo...bora usar de criatividade!!!!!

WEB TV DO TRIII #2 - Lá lá lá CONTATO GRUPO TRIII GUSTAVO MELO: (11) 99631-8652/ (11) 7870-7843 O GRUPO TRIII CANÇÕES, HISTÓRIAS CONTADAS E CANTADAS, BRINCAD...

TEMPO.....Na música é ele quem nos dá o movimento. Podem ser inúmeras colcheias, semicolcheias, fusas..... indicando que...
24/03/2020

TEMPO.....
Na música é ele quem nos dá o movimento. Podem ser inúmeras colcheias, semicolcheias, fusas..... indicando que o tempo será preenchido de forma intensa, mas quando as semibreves surgem, indicam que o tempo será saboreado de forma diferente. Em alguns momentos, os compositores introduzem pausas, seja para indicar que finalizou uma ideia e organizar as sensações para receber uma nova frase, seja para que possamos processar a informação que recebemos. Marisa Monte já cantou “hoje eu quero apenas uma pausa de mil compassos para ver as meninas” – uma pausa de mil compassos – tempo...
Nos últimos dias, semanas e meses acompanhamos a percepção de um tempo diferente e que difere em um mesmo dia para pessoas diferentes, em lugares distantes. O médico corre contra o tempo; a senhora de noventa e cinco anos após alguns quinze dias de pausa, retomou suas semibreves ao som de palmas de colcheias dos profissionais de saúde; para muitos o tempo da espera é traduzido como a eternidade; outros estão se dando tempo....
A lógica da correria, do não tenho tempo, depois te ligo, sofreu uma guinada de forma muito abrupta e de repente temos tempo para brincar, para estar junto(mesmo que de forma virtual), tempo para escutar o outro, para nos escutar... estranho....
Estranho como algo invisível teve que nos abrir os olhos e nos mostrar que o tempo agora é de reflexão, mas também de ação. O invisível proporcionou um período de trégua nas guerras(uma pausa), mas também continua nos mostrando que a grande parte da população mundial que muitos insistem em não querer ver, estão se movimentando para que muitos possam estar em pausa. Que a minha pausa, possa gerar energia para aqueles que precisam de semifusas para nos ajudar a sair desse tempo difícil. Que o TEMPO nos dê o movimento necessário para dançarmos em um novo compasso.

21/03/2020

Vamos fazer a nossa parte para combater a disseminação desse vírus!⁣

"Quanto antes nos afastarmos, mais cedo vamos nos reunir". 🙏🏻❤⁣

Ficamos à disposição pelo WhatsApp da clínica: (51) 9.8463.6962

Em tempos de combate ao COVID-19, um vídeo lindo do grupo PALAVRA CANTADA para ajudar as crianças na conscientização dos...
18/03/2020

Em tempos de combate ao COVID-19, um vídeo lindo do grupo PALAVRA CANTADA para ajudar as crianças na conscientização dos cuidados de higiene!

Tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos... Tudo isso vai ficar mais divertido com o novo episódio da Turminha Animal. A série de animações do grupo Ame...

Perspectivas...Cada novo paciente que recebemos é sempre um novo desafio. Desafio que traz consigo uma nova perspectiva....
05/03/2020

Perspectivas...

Cada novo paciente que recebemos é sempre um novo desafio. Desafio que traz consigo uma nova perspectiva. A empatia, tão escassa nos tempos atuais, é de suma importância para entendermos como esse ser humano único vê e se relaciona com o mundo. Quando lecionava na formação de musicoterapeutas, sempre usava a metáfora dos óculos. Cada novo paciente requer de nós um novo par de óculos. O mesmo óculos não serve, pois a perspectiva muda, mesmo tendo a mesma patologia, pois somos seres únicos.
Também a expectativa que pais, escola e terapeutas possuem em relação aos avanços do paciente são diferentes. E quando menos esperamos, surge um som, uma sílaba, uma palavra, uma canção. A imagem da formiga, nos convida a refletirmos sobre aquilo que na maioria das vezes passa despercebido, a força, a superação que são necessárias para avançarmos. O que cada um despende para conseguir dar o próximo passo não é visto a olhos nus, mas sempre de novo merece o nosso respeito e cuidado.

Ano letivo começando e é sempre bom lembrar e reforçar que cada criança tem um ritmo diferente e que merece ser respeita...
03/03/2020

Ano letivo começando e é sempre bom lembrar e reforçar que cada criança tem um ritmo diferente e que merece ser respeitado!!

“Musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais, resu...
02/03/2020

“Musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais, resultantes do encontro entre o/a musicoterapeuta e as pessoas assistidas. A prática da Musicoterapia objetiva favorecer o aumento das possibilidades de existir e agir, seja no trabalho individual, com grupos, nas comunidades, organizações, instituições de saúde e sociedade, nos âmbitos da promoção, prevenção, reabilitação da saúde e de transformação de contextos sociais e comunitários; evitando dessa forma, que haja danos ou diminuição dos processos de desenvolvimento do potencial das pessoas e/ ou comunidades.
O musicoterapeuta é o profissional de nível superior ou especialização, com formação reconhecida pelo MEC e com registro em seu órgão de representação de categoria. Ele/a é habilitado/a a exercer a profissão no Brasil. Ele/a facilita um processo musicoterápico a partir de avaliações específicas, com base na musicalidade e na necessidade de cada pessoa e/ou grupo. Estabelece um plano de cuidado e um processo musicoterápico a partir do vínculo e de avaliações específicas atendendo às premissas de promoção da saúde, da aprendizagem, da habilitação, da reabilitação, do empoderamento, da mudança de contextos sociais e da qualidade de vida das pessoas, grupos e comunidades atendidas. O musicoterapeuta pode atuar em áreas como: Saúde, Educação, Social / Comunitária, Organizacional, entre outras”.

Endereço

Rua Caeté, 77
Novo Hamburgo, RS
93315-100

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