
04/07/2025
Parecia até casa de vó.
Forno a lenha, bolo de aipim, doce de abóbora... e aquela memória afetiva que mora na comida quente de quem cozinha com amor.
Estávamos entre donzelas, mães e anciãs.
Afrodite e Héstia também estavam ali, junto das outras gregas. Todas sentadas em círculo. Um fio invisível nos ligava — quem olhasse de fora talvez não entendesse o que Shinoda escreveu sobre o poder do círculo, mas nós sentimos.
Sentimos no abraço apertado.
No lenço estendido.
No olhar que dizia: “eu te vejo.”
Houve risos que escalaram até virar gargalhada.
O vinho, coadjuvante.
A escuta, protagonista.
A fogueira levou o que estava escrito.
Com os pés na grama, renascemos.
Foi o acerto de contas de Perséfone com Deméter.
Juntas, decidimos crescer.
E, me parece, todas ali aceitaram o novo.
Nenhuma negociou com o velho.
Quando a manhã chegou, nos reunimos mais uma vez em círculo — e percebemos: a natureza habita em nós.
Quem disse que yoga é só esticar e dobrar o corpo?
É presença. É um gesto de auto cuidado.
Saímos dali com a alma aquecida e uma promessa silenciosa: não estamos mais sozinhas.
Saímos mais inteiras.
Mais nossas.
Que sigam os círculos.
Que sigam os encontros.
Há algo de sagrado em estarmos juntas.