12/05/2025
A sensação de cansaço profundo, muitas vezes confundida com apenas esgotamento físico, é, na verdade, um sinal de que perdemos a conexão com aquilo que nos faz sentir vivos. É um estado que transcende a fadiga superficial e se aproxima do que muitos chamam de vazio existencial. Quando a rotina se impõe sem nenhuma raiz de signif**ado, os dias começam a se misturar: um se torna cópia do outro, e a vida passa a ser uma sequência de horas preenchidas por obrigações mecânicas.
Nesse cenário, tudo se embaralha numa espécie de correria sem direção, em que o despertador toca, as tarefas se sucedem e, antes que se perceba, a noite cai e um novo ciclo se inicia. É como estar em uma esteira infinita, correndo cada vez mais rápido, enquanto o horizonte permanece imóvel.
Vivemos cercados de estímulos, compromissos e exigências. No entanto, muitas vezes esquecemos de questionar o real motivo por trás de cada passo que damos. O tempo, encurtado pelo excesso de atividades e demandas externas, nos empurra para uma rotina onde sobrevivemos, mas não vivemos de fato. Perdemos de vista nossos desejos mais autênticos e as experiências verdadeiras que poderiam dar cor aos nossos dias. Tornamo-nos espectadores da própria vida, observando, de longe, enquanto seguimos padrões e expectativas que nem sempre foram escolhidos por nós.
O vazio existencial se infiltra, silencioso, justamente quando não há espaço para escolhas conscientes. Ele cresce quando deixamos de lado a curiosidade, a busca por autenticidade e o exercício do autoconhecimento. Substituímos sonhos por metas inquestionáveis, satisfação por produtividade, e assim os dias ganham aquele peso monocromático e repetitivo. Tudo parece igual porque não há uma centelha, uma motivação real por trás do que se faz. O viver automático rouba a beleza da vida, do encontro consigo mesmo, e coloca no lugar uma pressa constante, um medo quase invisível de parar e olhar para dentro.
Para romper esse ciclo, é preciso desacelerar, ouvir os próprios anseios e buscar se conectar consigo mesmo. E o principal, se questionar se é nesse vazio que vc gostaria de permanecer pelos próximos anos. 💭