17/05/2022
Nostalgia, ressentimento, mágoa, arrependimento, remorso e culpa. Quase sempre esses sentimentos estão presos a um tempo que já se foi; são resquícios do passado. E, com relação a ele, não há o que se fazer. O passado é necessariamente imutável.
Ciente disso, o que você pode mudar é a forma como lida com as lembranças desse passado e, principalmente, o que faz com o seu momento presente. Ficar preso ao que já foi é se permitir ser sugado para trás: uma escolha paralisante, com consequências geralmente dolorosas.
A psicoterapia, nestes casos, é uma aliada importante, que pode atuar em duas linhas de ação: a primeira, na aceitação de que aquilo que já aconteceu está fora do alcance das nossas ações e que é preciso legitimar a dor vivida para deixar de ser escravizado por ela. A segunda, é trabalhar a consciência da importância de estar "presente no presente".
O caminho precisa ser percorrido, a decisão de reconhecer e enfrentar as feridas precisa ser tomada, para que as dores reprimidas possam finalmente ser resolvidas. A partir daí, mesmo sabendo que não se escapa do passado e das marcas por ele deixadas, é possível seguir adiante.
O passado é um livro que não se pode alterar. Mas, certamente, pode-se aprender coisas importantes em suas páginas e, a partir desses aprendizados, tomar melhores decisões, lidar de forma mais madura com as emoções e fazer bom uso das experiências vividas.
Ficar preso a um cenário hipotético, focando-se no "E se as coisas tivessem sido de tal forma?" ou "E se eu tivesse feito diferente?", ou ainda "E se aquilo não tivesse me acontecido?", coloca você em um lugar de paralisia, com a atenção voltada para um passado que não se pode mais mudar.
Em contrapartida, reconhecer e aceitar que as coisas não voltarão a ser como antes, coloca você em um lugar de ação. Este pode ser o primeiro movimento para deixar o passado passar, recomeçando uma nova jornada, com maior preparo e abertura para uma vida mais feliz e equilibrada, no tempo em que ela realmente acontece: o presente.