21/04/2025
A foto de cima entrou para a história, mas talvez não existisse sem a foto de baixo
No caminho extraordinário que levou a se tornar o maior mesa-tenista brasileiro da história, existe uma figura discreta e essencial: seu avô Antônio. A relação entre os dois representa perfeitamente como o apoio incondicional de figuras de apego pode transformar potencial em excelência.
O apoio de Antônio ia além das palavras. Ele ajudava financeiramente, levantava-se de madrugada para levar o neto aos treinos e assistia incansavelmente às competições. Essa presença constante proporcionou a Hugo a segurança emocional necessária para enfrentar os desafios da carreira esportiva.
Aos 14 anos surgiu a oportunidade de Hugo se mudar do Rio para São Caetano do Sul, onde treinava a seleção. Para que ele não perdesse a oportunidade, alguém precisava acompanhá-lo. "Eu já era aposentado e podia ir. A minha condição era que a avó consentisse, e ela topou, então eu fui”, diz Antônio, com bom humor.
Um momento emblemático dessa parceria ocorreu durante as Olimpíadas do Rio 2016. Enquanto Hugo competia como atleta, seu avô, já idoso, fez questão de participar como voluntário nos Jogos. Atuou como gandula no ginásio do tênis de mesa, para estar próximo ao neto.
A ascensão de Hugo ao topo do ranking mundial, superando adversários de potências tradicionais como China e Alemanha, reflete não apenas seu talento e dedicação, mas também a estrutura emocional construída com o apoio do avô. Nas entrevistas após grandes vitórias, o mesa-tenista frequentemente menciona o senhor Antônio como fonte de inspiração e equilíbrio. Hoje, a parceira Bruna, também tem forte papel nisso e é citada nas entrevistas.
Esta história ilustra perfeitamente como o desenvolvimento excepcional de jovens talentos raramente acontece isoladamente. O apoio consistente de figuras de apego, como Antônio foi para Hugo, cria o ambiente seguro onde riscos podem ser assumidos, derrotas podem ser processadas como aprendizado e a persistência encontra seu verdadeiro valor.