07/01/2020
As relações são construídas por meio de trocas. Trocamos afetos e até mesmo interesses o tempo todo.
Todos sabemos que cada pessoa possui características de personalidade e atitudes genuínas que as faz ser exatamente o que são. Sendo assim, obrigar um outro ser a pensar como você é algo completamente disfuncional e improdutivo.
Então, os conflitos existirão em todas as relações: pais e filhos, namorados, casais, amigos, parceiros de trabalho, entre tantas outras possíveis.
Nos momentos mais difíceis, é necessário que as pessoas desenvolvam caminhos para coexistir, realizando assim o exercício da tolerância: quem é seguro de seus valores pessoais e escolhas, por exemplo, não precisa obrigar ninguém a pensar igual a si mesmo. Quando não for possível um consenso, as pessoas têm que concordar em discordar entre si.
A maturidade das relações passa por essa capacidade adaptativa de lidar com as diferenças, dando a elas o espaço necessário para criar uma relação de troca, mas sem permitir que elas constituam o centro da relação. Afinal, não são as diferenças que aproximam as pessoas e sim os assuntos, interesses, objetivos e projetos que venham a ter em comum. Ou seja, as diferenças fazem o importante papel de trampolim para o amadurecimento da relação, uma vez que não existe conflito nas afinidades.
Tolerância e aceitação, entretanto, não justif**am a permanência em relações abusivas. Sempre que nos sentirmos abusados em nossa essência devemos ter a percepção de que algo precisa ser revisto e, se for o caso, mudanças mais práticas devem acontecer.
Situações de abuso, aliás, pedem mesmo medidas práticas e muitas vezes radicais, como o definitivo afastamento do abusador e limites inquestionáveis para evitar que o abuso se repita – por vezes, esses limites são de natureza jurídica, inclusive.
Procure ajuda. Se não conseguir identif**ar padrões ou comportamentos abusivos, busque ajuda, principalmente, profissional. O que é abusivo não é saudável.