17/08/2024
Relato de amamentação - parte 1
Não é novidade que eu sempre tive vontade de amamentar. Nunca idealizei nem romantizei, pensava em como poderia ser, que talvez não fosse tão difícil, mas mal sabia eu o que estava por vir.
Fiquei a gestação inteirinha sem saber o que era ter colostro. Até aí tudo bem, eu sabia que isso era normal. Porém, quando a Aurora nasceu, ela teve hipoglicemia e meu colostro demorou 3 dias para descer. Logo, passou um filme na minha cabeça.
A pediatra que eu escolhi também é consultora de amamentação. Então, ela orientou que eu amamentasse de 2 em 2 horas no hospital, dia e noite. Fiquei 24h na loucura de oferecer o seio na expectativa que o colostro viesse logo já que estava sendo estimulado. Passei a noite em claro porque nos intervalos eu ainda usava a bomba de leite para estimular mais e ainda ficava andando de um lado para o outro (pós-cesárea) tentando acalmar a Aurora morrendo de fome. Para piorar o pesadelo, a equipe de enfermagem entrava de tempos em tempos para furar o calcanhar da minha bebê e aferir a glicemia. Em poucas palavras? ESTAVA VIVENDO UM PESADELO.
Nada dos dextros subirem. Antes que a pediatra sugerisse a fórmula eu já estava pedindo pelo amor de Deus para que viesse.
Chegando a fórmula como vamos oferecer? No copinho, lógico! Porque na teoria tudo funciona. E o que minha filha fez? Engasgou. Eu, no meu estado de exaustão, dor na cesárea, nas costas e nos seios (sim, fiquei com os mamilos esfolados de tanto estimular e oferecer “de qualquer jeito”) vi minha filha ficando levemente cianótica na região perioral. Chama a enfermeira, afere a saturação, tudo bem. Ela fez um ótimo reflexo de tosse.
Nesse momento eu já estava entrando em crise. Estava sendo mãe e profissional mas não da forma que eu queria. Não conseguia resolver o problema da minha filha nem tampouco aliviar meus seios e ajustar a amamentação (mesmo tendo levado meu laser e minha bomba de leite).