08/09/2022
No post de hoje, trazemos a recomendação do livro de ficção “O filho de mil homens”, do escritor Valter Hugo Mãe.
Essa obra retrata a vida em um pequeno vilarejo de uma costa, e tem como protagonistas seus residentes. Esses, de uma maneira ou de outra, são acompanhados por um tipo particular de sofrimento, como por exemplo a dor do preconceito, o luto e o abandono. Assim, ao longo da história, é justamente esse pesar de cada um que acaba unindo e criando uma conexão incomum, a qual é sustentada por um forte propósito: O desejo de construir uma família.
Acompanhamos assim a personalidade de Crisóstomo, um homem recluso que sobrevive da pesca e que, dia após dia, mergulhado em seu próprio ser e em sua própria solidão, sonha em ter um filho, em poder ensiná-lo sobre a vida e em compartilhar com ele a bondade e o amor que residem em seu coração. Da mesma forma, Camilo, um pequeno jovem órfão de 14 anos, carente e sozinho por se ver perdido no mundo após o falecimento de seu cuidador, vaga pela pequena comunidade em busca de um pai.
Posteriormente, o encontro entre os dois é sucedido, e ambos rapidamente se completam, construindo uma relação pai-filho muito bela e genuína. Crisóstomo passa a ensinar o menino como seu aprendiz, e aos poucos o prepara para a vida adulta e para o mundo, e ele, cheio de sonhos e entusiasmo, atribui um novo signif**ado para a existência do homem, preenchendo assim sua vida de sentido. Mediante isso, percebe-se que eles crescem e evoluem com essa nova relação, e além disso, criam vínculos signif**ativos com outros personagens que também virão a ser parte de sua família.
No geral, conclui-se que “O filho de mil homens” é um livro muito bem desenvolvido, com personagens profundos e cativantes e repleto de belíssimas reflexões e ensinamentos. Nos lembra em todo instante que os laços construídos ao longo da vida podem ser tão importantes quanto os laços biológicos e, também, que muitas famílias podem se constituírem e se fortalecerem a partir do desamparo, da rejeição e dos julgamentos, afinal o amor, o cuidado, o respeito e a aceitação são capazes de unir indivíduos “diferentes” e que ainda não se encaixaram em nenhum núcleo familiar.