
14/03/2025
“E justo que muito custe o que muito vale”
Essa frase nunca fez tanto sentido..
Quero aqui deixar meu relato de parto antes que a memória falhe e aos poucos esqueça detalhes importantes. Dia 09/03 às 20:40 estourou minha bolsa e ainda estávamos em dúvida se realmente tinha acontecido, pois não saiu tanta água..
chegamos no quarto no em torno de 23:00, com 2 cm de dilatação. Tudo foi evoluindo bem, as contrações e dores também.. na minha cabeça o tempo se congelava ali, em cada contração de poucos segundos e sentia o universo parar. Os poucos segundos sem contração eu sentia o êxtase de simplesmente não sentir dor, como se meu corpo estivesse em transe. As mãos da que apertavam meu quadril, seguravam minha mão e acariciavam minha barriga pareciam mãos de anjo, como se Deus estivesse ali me cuidando. As mãos do meu amor me davam força, uma força que nem imaginei que tinha e ele olhava pra mim e dizia “você vai conseguir!” e eu só pensava “menos uma contração”. Eu tive tantos medos, tanta insegurança em mim, na minha força.. eu desisti mentalmente, mesmo sem dizer nada, muitas vezes durante o trabalho de parto. Na caminhada até a sala de parto senti mais umas 3 ou 4 contrações, enquanto caminhava pelos corredores do hospital o vento que entrava nas janelas aliviava meu cansaço.. lembro de sentir minhas pernas tremendo enquanto tomava o banho bem quente e pensar “deveria ter feito mais exercício de perna na academia”.. lembrei também do que minha amiga Lu me disse “quando você achar que vai morrer de dor, vai nascer”. A Ana registrava tudo, sem que eu percebesse, e me dizia “respira Carol, lembra de respirar”.
Quando a minha obstetra chegou, lembro de dizer um “oi” de olhos fechados.. logo depois a pediatra completou o time e eu sabia que estava chegando a hora. Lembro do Renan me segurando e dizendo no meu ouvido pra fazer força que nossa filha já estava nascendo, da equipe dizendo que eu ia conseguir.. e a única coisa que eu pensava “será que tenho força mesmo? E se ela ficar entalada ali?” kk que desespero, eu fazia toda força que tinha, gritava tão alto como nunca gritei (continua)