23/11/2022
Hoje fui surpreendida por essa lembrança. Há 3 anos vivia o fim da minha licença maternidade.
Só eu e Deus sabíamos como estava meu coração nesse dia 🥹.
O choro estava engasgado. Fui sofrendo pelo caminho. Na verdade, até mesmo antes.
Meu filho estava bem e eu iria trabalhar apenas 3h, mas isso nada disso me consolava. Uma nova fase batia a minha porta.
No 1º mês da licença, estava achando péssimo não poder trabalhar. Pensar que seria quase 5 meses assim era tortura.
Senti falta da minha rotina, das pessoas do trabalho… Tentei manter o máximo de contato, f**ar por dentro dos casos, queria voltar rápido. A maternidade era muito monótona, sem graça e solitária. Queria outros assuntos, preocupações, afazeres…
Mas não podia, eu precisava f**ar.
No começo, foi um desafio, achava estranho. Aos poucos fui me encontrando. Passei a amar o lugar que eu estava e a oportunidade que eu tinha de estar ali.
Os 5 meses passaram na velocidade da luz. A tortura passou a ser outra, o retorno ao trabalho.
Retornei com o coração apertado, em pedaços, mas ser recebida com tanto carinho, fez a diferença.
Minha equipe cuidou de mim, fizeram de tudo para minimizar minha angústia. Faziam o tempo passar rápido, me distraíam, permitiam ter meu tempo, tanto para esvaziar o peito quanto pra fazer minhas ligações e mandar msg para monitorar todos os minutos da minha cria. Viam comigo, milhares de vezes,os vídeos e fotos. Ouviam muito sobre gestação, parto, pós parto, maternidade e minhas loucuras 🤣.
Eles cuidaram de mim e acolheram minha nova versão, como isso facilitou todo processo.
Confesso que me questionei muitas vezes se precisaria de fato voltar. Sim, eu precisava. Retornar ao trabalho foi a virada de chave para minha vida ir se ajustando novamente. Levou um tempo, mas fui percebendo que trabalhar me fazia muito bem e que dava para conciliar a maternidade ao trabalho. Retornar ao trabalho me possibilitou mais condições para cuidar do meu filho.
Então pra mim, era PRECISO voltar!
E por aí, como foi a volta ao trabalho?
Carolina Moura Dias
Psicóloga Perinatal e parental;
Especialista em Psicologia Infantil