O Estado de Pernambuco, guiado pela reformulação do modelo de saúde no Brasil, passou por avanços significativos na última década. Hoje é o segundo maior polo médico do país e vários componentes podem ser considerados nesse contexto, como por exemplo: crescimento e diversificação dos planos e seguros de saúde, garantindo acesso aos serviços; ampla municipalização dos serviços e da gestão ambulatorial e hospitalar do SUS; difusão, com relativa autonomia, da estrutura e do modelo assistencial do Programa de Saúde da Família – PSF, incluindo o Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS.
A adoção pelo Sistema Federal de programas como o da Saúde da Família e o de Agentes Comunitários, apontam para um avanço significativo, priorizando a manutenção da saúde em vez de cura das doenças e socializando o acesso. Atualmente, a gestão do Sistema Único de Saúde – SUS – exerce um papel importante na orientação de estratégias e modos de prevenir, cuidar, tratar e acompanhar a saúde individual e coletiva. A implantação dessas políticas orientadoras da mudança no campo da formação e desenvolvimento em saúde determina a formulação de novas propostas pedagógicas de ensino e aprendizagem, que conduzam para novos compromissos com a transformação da realidade na Saúde Pública.
O Estado de Pernambuco possui atualmente a segunda maior rede pública de saúde do País, representando um enorme grau de complexidade de responsabilidade na sua condução. A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco elaborou o Guia de Serviços na área de saúde para dimensionar o Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de Pernambuco, e, a lógica de construção dessas informações se apresenta por Macro Regiões, compreendendo a do Recife com 70 Municípios e 61% da população, a de Caruaru com 87 Municípios e 9% da população e a de Petrolina com 8 Municípios e 10% da população, contemplando todos os Municípios do Estado, de forma hierarquizada e com todas as principais unidades de saúde, exceto pequenos Postos de Saúde, Unidades Móveis e as unidades do Programa de Saúde da Família.
Sem substituir os PSFs e as policlínicas municipais, as UPAs ajudaram a desafogar as grandes emergências com um atendimento rápido, humanizado e de qualidade. Têm também um papel fundamental de suporte aos novos hospitais metropolitanos.
Atualmente, o Estado possui 14 UPAs, sendo 13 na Região Metropolitana e uma em Caruaru.Funcionando 24 horas por dia e com médicos de plantão nas especialidades de Ortopedia, Clínica Médica e Pediátria; cada UPA atende uma média de 500 pacientes por dia, com uma resolutividade de 95% dos casos. A estrutura conta com sete consultórios, área de acolhimento com classificação de risco, 18 leitos de enfermaria (quatro destinados à estabilização de casos graves) e salas de Raio-X e inalação coletiva (nebulização).
Segundo dados constantes do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, o estado de Pernambuco, contabiliza 6.782 estabelecimentos de saúde, considerando as unidades públicas e privadas, sendo 3,38% sob gestão estadual, 94,35% sob gestão municipal, 2,4% em dupla gestão e 2 (0,03%) sem gestão do setor saúde, pois pertencem às forças armadas.(MS/CNES, 2017.)
Os hospitais de esfera administrativa privada sem vínculo SUS são 59, sendo 22 hospitais especializados, 32 hospitais gerais e 5 hospitais-dia e representam 25,46% da rede hospitalar do Estado. Além desses, existem duas unidades pertencentes às forças armadas, uma do exército e uma naval, que atendem exclusivamente aos seus filiados.
Dos hospitais vinculados ao SUS (rede própria e complementar), 33 são Hospitais especializados, 146 são Hospitais Gerais, compondo 74,58% da referida rede hospitalar.
A rede hospitalar vem se expandindo nos últimos anos em Pernambuco, com a inauguração de três novos hospitais na Região Metropolitana. O Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes no município de Paulista, primeiro hospital a ser construído, foi inaugurado em dezembro de 2009, e foi também o pioneiro na administração por Organização Social (OS), promovendo atendimento nas emergências de clínica médica, cirúrgica e trauma.
O segundo Hospital construído foi o Metropolitano Sul – Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho, inaugurado em julho de 2010, com atendimento em Clínica Médica, Cardiologia Clínica e Cirúrgica e Traumato-ortopedia, Unidade de Cuidados Intensivos (UTI Geral), além de leitos de observação na emergência.
Em dezembro de 2011 foi inaugurado o Hospital Pelópidas Silveira, no bairro do Curado, com especialidade nas áreas de cardiologia, neurologia e neurocirurgia, e capacidade para atender, por mês, 3.600 pessoas em emergência, 2.640 no ambulatório e 417 internações, com 28 leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A Secretaria Executiva de Regulação em Saúde em Pernambuco/SES-PE – desempenha um papel estratégico no processo de regionalização e hierarquização, como indutora e coordenadora subsidiada por compromissos político-democráticos do Governo Estadual, a partir do desafio de interiorização das ações estratégicas para a melhoria dos indicadores sociais e a redução de desigualdades regionais, através das GERES.
As Gerências Regionais de Saúde – GERES – são as unidades técnico-administrativa da Secretaria Estadual de Saúde que têm a missão de planejamento, execução, acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações/serviços de saúde e das diretrizes da política estadual de saúde em cada Região de Saúde.
Para atendimento a demanda o mercado de trabalho, tem-se experimentado profundas mudanças, obrigando a uma reestruturação na sua composição e nos perfis profissionais que nele estão inseridos, porquanto as ações do cuidar representam 65% da força de trabalho o que determina a importância de se ter no mercado, pessoal comprometido com a proteção e promoção da vida.
O curso objetiva a formação de profissionais com competências e habilidades crítico-reflexivas, necessárias para sua intervenção na promoção da saúde na sociedade. Os temas de estudo que fundamentam e dão suporte à apropriação dos conhecimentos são provenientes das ciências biológicas e da saúde, das ciências humanas e sociais e das ciências da enfermagem. Salienta-se também que essas áreas são permeadas continuamente pelos princípios éticos e as diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS.
As políticas de humanização e de educação permanente na forma como estão sendo propostas e inseridas na realidade do Sistema Único de Saúde estão constituindo um forte estímulo para o desenvolvimento de uma nova cultura institucional que coloca as pessoas (profissionais de saúde e usuários) como protagonistas dos processos de planejamento estratégico, da educação permanente e da gestão participativa. Nesse contexto, a própria informação gerada pelos sistemas de vigilância ou pelos indicadores de processos pode ser direcionada para incentivar a corresponsabilização e a participação de todos em função da qualificação da assistência e do ensino.
Em síntese, a concepção do curso partiu do consenso político-pedagógico que assegura ao futuro técnico em enfermagem um perfil profissional a partir da apropriação do embasamento científico, permeado transversalmente pelas tecnologias de comunicação e informação e que atenda às exigências da saúde e da educação da sociedade atual. Para tanto, requer uma formação que transcenda as abordagens tradicionais de ensino.
O estudo de demanda profissional quando da implantação do curso técnico em Enfermagem, constatou-se um expressivo contingente de egressos de escolas públicas e particulares que na impossibilidade de ingressar no ensino superior, decorrente de inúmeros fatores tem na formação técnica uma alternativa viável de acesso à profissionalização e a um trabalho digno.
Diante do exposto, justifica-se a importância da implantação do curso técnico em Enfermagem oferecido pela Escola Metropolitana de Enfermagem, uma vez que além de existir demanda de mercado de trabalho por conta do acentuado fluxo de novos empreendimentos na área de Saúde no Município de Paulista e adjacências, verifica-se também a necessidade de habilitar profissionais técnicos em enfermagem, buscando sempre o aprimoramento pessoal e a melhoria social, considerando que a concentração desses profissionais nos grandes centros urbanos traz consequências adversas para o município na medida em que se reflete na qualidade do atendimento e na cobertura de serviços de saúde da região.