28/07/2025
O Impacto Silencioso de Crescer com Pais Disfuncionais – Um Tema para Ser Falado
A sugestão chegou de forma sensível, quase como um sussurro de alguém que já sentiu na pele o que muitos ainda vivem em silêncio. Um amigo-irmão – como foi nomeado para preservar a identidade e respeitar os limites éticos – compartilhou um tema urgente e necessário: a convivência com pais e mães disfuncionais. A proposta é simples, mas profunda: gerar reflexão, acolhimento e dar visibilidade a um assunto que, por muito tempo, ficou entre as quatro paredes das casas e dos corações feridos.
Pais disfuncionais são aqueles que, por suas limitações emocionais, traumas não resolvidos ou comportamentos tóxicos, não conseguem oferecer um ambiente saudável e seguro aos filhos. Isso não significa, necessariamente, violência explícita. Muitas vezes, a dor está no silêncio, na ausência, nas críticas constantes, no controle excessivo, na falta de escuta ou afeto. Há pais narcisistas, superprotetores, ausentes, autoritários, negligentes, dependentes... Todos, de alguma forma, deixando marcas profundas.
Nos bastidores da vida de muitas famílias, essa realidade segue invisível. Crianças que crescem tendo que cuidar emocionalmente dos pais. Jovens que se tornam adultos "funcionais", mas carregam feridas internas: insegurança, baixa autoestima, medo de abandono, dificuldade de confiar e de se conectar de maneira saudável. Como explica a psicóloga Netaly Nunes ( ), de Pelotas: “O primeiro passo é validar a dor. Oferecer um vínculo reparador, dar nome aos padrões, auxiliar na construção da identidade e na quebra desses padrões. O perdão deve ser um caminho possível, mas não uma obrigação. A reconstrução é possível, e o ciclo pode ser rompido.”
O amigo que inspirou essa matéria é um exemplo vivo disso. Hoje formado, com uma família estruturada, ele fez terapia para entender as feridas do passado e reconstruir sua identidade. Ele reforça: “Vejo muitas crianças vivendo isso hoje. Precisamos falar sobre isso para que essas novas gerações tenham apoio, algo que muitos de nós não tivemos.”
A página Rádio Web Estação Mirim assume essa pauta como compromisso de responsabilidade social, entendendo que o debate sobre saúde mental familiar precisa ser ampliado. Que esse conteúdo sirva de luz para aqueles que vivem esse drama em silêncio, e de estímulo para buscar ajuda profissional e romper com ciclos tóxicos.
Crescer com pais disfuncionais pode deixar cicatrizes invisíveis: insegurança, baixa autoestima e dificuldade de confiar. Validar essa dor, reconhecer os padrões e buscar apoio psicológico é o primeiro passo para romper o ciclo. Como destaca a psicóloga Netaly Nunes, “a reconstrução é possível; o passado não define seu futuro”. Que esta reflexão acolha quem viveu ou vive isso em silêncio. 💬🧠