02/04/2025
Os países desenvolvidos primeiro enriqueceram para depois envelhecerem. Nós estamos envelhecendo em pobreza, imensa desigualdade, face a catástrofes naturais"
Com 79 anos de idade, Alexandre Kalache completa, em 2025, 50 anos de estudos sobre a longevidade e o envelhecimento.
O médico gerontólogo aponta que o Brasil tem um grande questão a enfrentar: os brasileiros estão envelhecendo, e rápido, antes que o país tenha se tornado um lugar mais justo para se viver, afirma Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil.
Como consequência, as pessoas estão vivendo por mais tempo em condições ruins, sem os recursos para as necessidades básicas ao longo da vida e, principalmente, na velhice — um quadro que o deixa "muito triste", diz Kalache em entrevista à BBC News Brasil.
O gerontólogo defende políticas públicas direcionadas aos idosos — ou, no mínimo, que seja respeitado o Estatuto do Idoso, que já tem mais de 20 anos.
Para ele, essas iniciativas devem ter continuidade, independentemente de mudanças de governos, e incluir a criação de mais instituições de longa permanência para idosos — conhecidas popularmente como "asilos" ou "casas de repouso" — que sejam públicas.
Aliás, ele refuta o tabu com a institucionalização de idosos, dizendo que a obrigatoriedade moral dos mais velhos ficarem com parentes em casa frequentemente recai sobre mulheres e famílias com poucos recursos.
"A única forma de lutar contra o estigma é esclarecer para a população: não tenha vergonha. Se você precisa institucionalizar essa pessoa mais idosa, é porque você não está conseguindo."
Leia entrevista completa no site da BBC News Brasil. Link na bio:
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📸: Getty, Maurício Sarmento/Divulgação, Tércio Teixeira/AFP via Getty