11/04/2021
A interação social, a comunicação verbal ou não verbal e o aprendizado, são aspectos que fazem parte do desenvolvimento do ser humano e estão interligados de uma forma tão sutil, que somente diante de alterações reconhecemos a sua complexidade.
O Transtorno do Espectro Autista trata-se de uma condição onde aspectos da comunicação social e aspectos comportamentais encontram-se alterados em diferentes níveis de comprometimento.
Embora estudos avancem em busca da causa, o diagnóstico permanece clínico e obedece a critérios estabelecidos pela Associação Americana de Psiquiatra na Classif**ação Internacional de Doenças e em seu Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM).
Atualmente em sua quinta edição (DSM-5), f**a determinado como critérios para a determinação do quadro de TEA, a presença de deficiências persistentes na comunicação e interação social, destacando a limitação na reciprocidade social e emocional (a criança é indiferente a outras crianças ou mesmo a pessoas da família, demonstrando isolamento, onde busca pelo que deseja de uma forma independente, somente buscando pela família como ferramenta para conseguir o que deseja), Limitação nos comportamentos de comunicação não verbal, utilizados para a comunicação social (a criança geralmente não aponta, apresenta dificuldade em estabelecer o contato visual e não reage frente a mudanças na expressão facial das pessoas);
Limitação em iniciar, manter e entender relacionamentos, variando quanto a dificuldades de adaptação de comportamento para se ajustar a diversas situações sociais (geralmente casos mais leves apresentam dificuldades na socialização devido a um foco restrito de interesses, necessidade de rotina e dificuldade em aceitar mudanças de ambiente e foco, aspectos que nem sempre são compartilhados pelos amigos, o levando a um isolamento social. Importante destacar que tal situação em casos leves pode levar a um sofrimento e até a depressão, principalmente durante a adolescência, porque a criança, embora queira ter amigos, não consegue).
Quanto a alterações em aspectos comportamentais, observamos padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, que podem ser manifestados por movimentos repetitivos e estereotipados no uso de objetos ou fala, insistência as mesmas coisas, aderência inflexível a rotina ou padrões ritualísticos de comportamentos verbais e não verbais, interesses restritos que são anormais em intensidade, foco e a disfunção sensorial, ou seja, podem ser hiper ou hipo ativos a estímulos sensoriais do ambiente.
Tais aspectos devem estar presentes nas primeiras etapas do desenvolvimento, mas podem ser apenas identif**ados quando a demanda social assim exigir, por exemplo, a criança sem irmãos que aparentemente f**a sozinha com um cuidador, pode somente demonstrar alterações em aspectos comportamentais e da comunicação quando for para a escola, e assim, houver a necessária comparação de padrões de desenvolvimento considerados dentro da normalidade.
Na semana que vem, vamos falar nos aspectos da linguagem, nos diferentes níveis de comprometimento que podem ser acontecer em casos de TEA, até lá!