Raphael Mello - Psicólogo

Raphael Mello - Psicólogo Psicólogo & Psicanalista
Esp. Psicanálise
Esp. Saúde Mental, Psicopatologia e Atenção Psicossocial

Psicólogo & Psicanalista
Especialização Psicanálise
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Consultorio localizado em Pinheiros - SP

Quando a espiritualidade é instrumentalizada como muleta psíquica e ideológica, ela deixa de ser um espaço simbólico de ...
11/07/2025

Quando a espiritualidade é instrumentalizada como muleta psíquica e ideológica, ela deixa de ser um espaço simbólico de travessia e passa a funcionar como defesa contra o real, contra a angústia e contra a responsabilidade subjetiva e social.

É quando o “karma”, o “propósito divino” ou a “lei da atração” são usados para justificar o sofrimento, ocultando desigualdades concretas, como o racismo, o sexismo, a pobreza. Ao invés de produzir responsabilização política, moral e subjetiva, a espiritualidade vira discurso anestesiante.

A espiritualidade tem valor subjetivo e simbólico. Mas ela precisa estar em diálogo com o inconsciente e com a realidade social. Quando se torna dogma, desautoriza o sofrimento. Quando é usada para evitar a dor, impedir o conflito ou recusar a alteridade, ela deixa de ser abertura e vira sintoma.

O medo do abandono não nasce no amor, ele apenas encontra nele o espelho mais nítido.                                   ...
10/07/2025

O medo do abandono não nasce no amor, ele apenas encontra nele o espelho mais nítido.

A autossuficiência é fortemente incentivada pelo capitalismo, especialmente em sua forma neoliberal. A lógica do “self-m...
09/07/2025

A autossuficiência é fortemente incentivada pelo capitalismo, especialmente em sua forma neoliberal. A lógica do “self-made”, da produtividade individual e da responsabilização do sujeito por seu sucesso ou fracasso promove a ideia de que depender do outro é fraqueza.

Na lógica contemporânea, o sujeito é convocado a ser eficiente, produtivo, desejável, forte. A cultura do “dar conta de tudo”, do “querer é poder” opera como imperativo, e isso apaga a falta estrutural que constitui o sujeito do inconsciente.

Essa exigência de autossuficiência é sintomática: desconsidera a estrutura desejante do sujeito, que é atravessada pela falta, pela incompletude, pela necessidade do outro e pelo coletivo. A promessa capitalista de plenitude via desempenho individual colide com essa realidade psíquica e o resultado pode ser sofrimento, culpa e depressão.

Trago aqui a depressão, nesse cenário, como o fracasso da autossuficiência. Não é fraqueza moral, mas ruptura simbólica: é o colapso do eu diante da impossibilidade de sustentar a imagem idealizada de si. Quando o sujeito já não pode mais encenar sua completude, quando o Outro não mais responde com reconhecimento, instala-se o vazio, o conflito. E é nesse ponto que se paralisa.

Freud nos ensina, na obra “Luto e Melancolia”, que na depressão o objeto perdido não é apenas o outro, mas parte do próprio eu que se investia nesse outro. O eu, então, se empobrece. Há uma perda narcísica, uma ferida de identidade. O sujeito não consegue elaborar a perda, pois identificou-se demasiadamente com o ideal que fracassou.

Lacan diria que a depressão revela a queda do objeto a, o objeto causa do desejo. O sujeito deixa de desejar porque se vê como falho, indigno, insuficiente. Mas o desejo nunca foi sobre “ser tudo”, e sim sobre se relacionar com a falta: a própria e a do outro.

Nossa subjetividade é fendida, faltante. Somos seres de laços, coletivos. Tentar tornar-se autossuficiente é um mito que adoece quem tenta encarná-lo.

O sujeito redpill não quer saber do inconsciente, ele quer certezas e isso o aprisiona num ideal imaginário de potência ...
08/07/2025

O sujeito redpill não quer saber do inconsciente, ele quer certezas e isso o aprisiona num ideal imaginário de potência e controle.

Mas o desejo não se domina, se escuta.

A “virilidade” redpill é o avesso do desejo: é o sintoma que grita para não encarar a falta.

Na perspectiva psicanalítica, procrastinar não é apenas falta de organização, disciplina e/ou foco. É um sintoma, um mod...
07/07/2025

Na perspectiva psicanalítica, procrastinar não é apenas falta de organização, disciplina e/ou foco. É um sintoma, um modo inconsciente de lidar com o desejo, com a angústia e com a castração.

O sintoma surge como substituto de uma satisfação pulsional interditada. Ao adiar tarefas, o sujeito pode estar tentando evitar o confronto com a falta, com o fracasso ou até com o sucesso, ambos carregados de exigências e fantasias inconscientes. Em muitos casos, há um superego severo por trás: quanto mais a tarefa se aproxima, mais o sujeito se paralisa, como se antecipasse um julgamento.

O sujeito deseja, mas também teme o que esse desejo implica. A procrastinação, então, pode ser uma defesa: evita-se agir para evitar se comprometer com o desejo ou com as consequências dele.

Procrastinar pode ser uma forma de resistir a assumir um lugar, uma escolha, um risco. Daí o adiamento: procrastinar é uma forma de “gozar do não fazer”, mantendo-se em estado de espera perpétua, sem confrontar o risco de fracassar, de desejar, de perder ou até de ganhar.
É o tempo suspenso entre o desejo e o ato. E talvez o caminho não seja “parar de procrastinar”, mas escutar o que está sendo adiado.

Portanto, o que exatamente você está tentando não enfrentar?

A utopia se aproxima do desejo não como algo que se realiza, mas como aquilo que move. Freud já nos alertava: o desejo é...
06/07/2025

A utopia se aproxima do desejo não como algo que se realiza, mas como aquilo que move. Freud já nos alertava: o desejo é, por estrutura, insaciável.

Ele não busca satisfação plena, mas insiste. Desejamos o que não temos, o que nos falta, o que se esconde no avesso do discurso.

Lacan, por sua vez, nos lembra: “o desejo é o desejo do Outro”. E é nessa falta, nesse intervalo entre o que somos e o que queremos ser, que habitamos o real da existência. A utopia, como o desejo, nunca se dá por inteiro. Ela escapa. Mas é exatamente por isso que ela nos sustenta.

Assim como no processo analítico, o sujeito caminha, tropeça, retorna, repete — não para chegar a uma verdade definitiva, mas para criar novos sentidos, repetir no próprio estilo.

A utopia, então, não é um destino. É um convite ao movimento, uma resistência à estagnação do eu ideal, à anestesia da repetição vazia.

Porque sem desejo, sem utopia, o sujeito se cala. E onde não há palavra, não há vida.

“A utopia é o nome poético do desejo que insiste em nos fazer caminhar.“ - frase de Fernando Birri, popularizada por Eduardo Galeano.

“chegou a hora de sonhar!”Sonhar é desejar. E desejar é já estar em falta.Na psicanálise, o sonho é uma via real para o ...
05/07/2025

“chegou a hora de sonhar!”

Sonhar é desejar. E desejar é já estar em falta.

Na psicanálise, o sonho é uma via real para o inconsciente. Freud o chamou de “via régia”, uma estrada secreta que conduz à verdade do sujeito, ainda que disfarçada. Nos sonhos, o desejo se expressa cifrado, contornado pela censura, mas ainda vivo, insistente.

Lacan amplia: o sonho é estrutura de linguagem. Nele, o sujeito se escreve, em lapsos, imagens, cortes e enigmas. É onde o impossível pode se apresentar, não como realidade concreta, mas como resto, como marca do que falta, como aquilo que escapa ao controle do eu.

Sonhar, na perspectiva psicanalítica, não é apenas fantasiar. É dar espaço ao desejo, mesmo aquele que não ousamos nomear. É deixar que o inconsciente fale e nos desloque.

É suportar não entender de imediato, mas saber que ali há algo de nós, mesmo que envolto em metáforas.

Sonhar é permitir-se desejar o que ainda não se sabe querer.

E, talvez, é nesse espaço entre o não saber e o querer que algo novo possa nascer.

Quem sonha em você quando você dorme?

Na perspectiva psicanalítica, a mudança não se dá pela negação do que somos, mas pelo reconhecimento de nossa falta, nos...
04/07/2025

Na perspectiva psicanalítica, a mudança não se dá pela negação do que somos, mas pelo reconhecimento de nossa falta, nossos desejos inconscientes e repetições.

“Aceitar como sou” não é resignar-se a uma identidade fixa, mas reconhecer que somos atravessados por contradições, conflitos psíquicos e marcas do inconsciente.

O sujeito só se transforma quando pode se implicar naquilo que sofre.

Quando deixa de resistir à escuta de seus sintomas e se permite nomear o que insiste. A aceitação não é conformismo, é abertura à escuta e à verdade subjetiva.

É ao tornar consciente o inconsciente que nos tornamos menos determinados por ele.

Ou seja: o paradoxo só é aparente. A mudança se dá quando paramos de fugir de nós mesmos.

“A alma tropeça onde sangrou.”
03/07/2025

“A alma tropeça onde sangrou.”


O amor, para o neurótico, é sempre uma travessia entre o desejo e o medo — amar é tocar o impossível que habita o outro....
30/06/2025

O amor, para o neurótico, é sempre uma travessia entre o desejo e o medo — amar é tocar o impossível que habita o outro.

Autoconhecimento ou armadilha patriarcal?       #ᴀᴜᴛᴏᴀᴊᴜᴅᴀ
29/06/2025

Autoconhecimento ou armadilha patriarcal?
#ᴀᴜᴛᴏᴀᴊᴜᴅᴀ

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