03/07/2025
Há uns dois meses, enquanto ia de um prédio a outro do Santa, uma pessoa me parou: "Oi Dr, lembra de mim?". Eu lembrava. Era um paciente jovem com linfoma de mediastino que eu tinha acompanhado na época do diagnóstico e início de tratamento, no meu terceiro estágio da residência (e perdido o ônibus para visitar minha família numa sexta feira à noite). Agora ele estava ali com sua esposa e uma filhinha numa consulta de rotina.
Tem histórias que nos marcam. E o Santa é cheio delas...
Hoje eu vivi o último episódio de mais de 11 anos de histórias que me marcaram.
No Santa, fui de recém-formado a plantonista, preceptor, especialista, professor e pesquisador.
Acima de tudo, no Santa Marcelina, fui aprendiz.
Foi na intensidade dos estágios e plantões nesse Hospital (que só quem viveu, entende de verdade), que eu fui moldado o médico que sou hoje. Nos incontáveis casos desafiadores, eu aprendi a tratar e a lidar com as pessoas nos seus momentos mais vulneráveis. Também aprendi a lidar com pressão, estresse, cansaço, falhas...
E no dia a dia com outros profissionais, com os residentes e alunos, eu tive um lembrete diário de que há sempre muito a aprender.
Foi também ali (no caos do PS) que conheci a mulher da minha vida. E que fiz bons amigos.
Eu não me atrevo aqui a citar nomes, mas tenho muito a agradecer.
Esse é o meu muito obrigado ao Santa e aos que fizeram parte das minhas histórias nesses 11 anos.
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Nas fotos: 1. a fachada do Santa na "minha época" / 2. a primeira foto no hospital, com meu grupo no estágio do PS / 3. a vista do meu quarto durante a residência de Neurologia / 4. Meu primeiro paciente com AVC trombolisado como plantonista, fazendo sua "fisioterapia" após ter recuperado os movimentos ainda recebendo o medicamento - talvez aí tenha começado a paixão por tratar AVC!