Dr Bruno Halpern - Clínica Halpern

Dr Bruno Halpern - Clínica Halpern Endocrinologia e Metabologia

Dr. Bruno Halpern
CRM-SP 124.905

Informações de saúde fornecidas pelo Dr. Bruno Halpern
Atual Editor da Revista "Evidências em Obesidade" da Associação Brasileira de Estudos de Obesidade (ABESO)
Diretor da Associação Brasileira de Estudos de Obesidade (ABESO)
Diretor da Federación Latinoamericana de Sociedads de Obesidade (FLASO), representando o Brasil na entidade
Chefe do Centro de Controle de Peso do Hospital 9 de Julho
Gradua

do em Medicina, Especialista em Clínica Médica e Endocrinologia - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e sócio ativo dessa sociedade

O foco da página é em Metabolismo (Obesidade, Diabetes, Colesterol e risco cardiovascular) e Endocrinologia Geral

Acaba de sair uma publicação da  no jornal Lancet, um dos mais prestigiado da do mundo, da qual fui um dos autores, em q...
16/07/2025

Acaba de sair uma publicação da no jornal Lancet, um dos mais prestigiado da do mundo, da qual fui um dos autores, em que fazemos reflexões sobre como a obesidade segue sendo esquecida, ano após ano, em discussões sobre saúde pública.

👉A publicação foi uma reação a uma Comissão Lancet que se debruçou sobre as estratégias para reduzir pela metade a mortalidade precoce no mundo todo até 2050, com foco grande em países de baixo e médio desenvolvimento econômico.

👉Apesar da obesidade acometer mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, estar associada a mais de 200 doenças, muitas das quais aumenta a mortalidade (e ser um dos cinco fatores mais associados à doença cardiovascular - e causa de outros três dos 4 adicionais), a Comissão, incrivelmente, ao listar 15 fatores prioritários para se agir para reduzir essa mortalidade precoce, não listou a obesidade entre eles!

👉Ao longo do enorme documento, as únicas menções a algo relacionado à obesidade é sobre a importância sobre taxações diferencias de alimentos; e ainda assim de uma forma vaga.

👉Esse é um claro exemplo de como a obesidade ainda sobre estigma - até de grandes experts em saúde pública - e como ela está “em todo lugar e em nenhum lugar”, ou seja, ela permeia toda as discussões de doenças crônicas não transmissíveis, por estar na raiz dessas doenças, mas poucos falam sobre ela ou a priorizam como merece.

👉Esperamos que essa carta seja um “chamado à ação” e agradeço a e o repórter Diogo Sponchiato por divulgar o trabalho! .halford.100

Os índices de obesidade vem crescendo exponencialmente desde a década de 70, com índices iniciais maiores em países indu...
15/07/2025

Os índices de obesidade vem crescendo exponencialmente desde a década de 70, com índices iniciais maiores em países industrializados e mais recentemente índices crescentes em países de desenvolvimento econômico médio (como o Brasil). Sempre se fala que esse aumento é devido ao maior consumo calórico e maior sedentarismo (sendo o foco nesse último estimulado por indústrias de alimentos), mas estudos q avaliam o papel de cada um são raros, principalmente porque medir gasto energético e consumo não é fácil, usando-se muitas vezes dados populacionais.

👉Um grande consórcio de pesquisadores juntaram dados de gasto energético com a técnica mais precisa para se medir, a água duplamente marcada, em diferentes populações (desde caçadores e coletores na África e América do Sul até populações de áreas industrializadas) e estão revolucionando a área, com estudos que questionam alguns conceitos bem estabelecidos.

👉O último recém publicado mostra que o gasto energético reduzido dificilmente explica os níveis de obesidade no mundo; pessoas com mais peso tem gasto energético absoluto maior (por ter mais massa magra); por quilo de massa magra esse gasto é ligeiramente menor, mas surpresa: a redução maior é no gasto basal e não no relacionado a exercício - a hipótese é que a industrialização pode ter reduzido infecções e isso reduzido o metabolismo basal, ou o padrão alimentar tenha algum impacto. De toda forma, essa redução é variável entre populações, não se correlaciona ao peso claramente e explicaria no máximo 10% do ganho de peso populacional. Assim, segundo esses dados, mais de 90% do ganho de peso na população se deve ao maior consumo alimentar, provavelmente relacionado a maior disponibilidade de alimentos ultraprocessados, pobres em nutrientes e ricos em calorias.

👉Isso não quer dizer que não devemos focar em se mexer mais e se exercitar com regularidade, cujos benefícios são múltiplos e conhecidos, muito além da balança: estamos aqui falando de dados populacionais, e esses dados podem nos ajudar a moldar políticas públicas que focam em mudar o sistema alimentar.

Ref: McGrosky. Energy expenditure and obesity across the economic spectrum. PNAS 2025

Essa é uma máxima fundamental no tratamento da obesidade, que precisa ser bem compreendida. 👉Quando falamos q o exercíci...
14/07/2025

Essa é uma máxima fundamental no tratamento da obesidade, que precisa ser bem compreendida.

👉Quando falamos q o exercício físico regular é fundamental num tratamento, alguns imaginam q, ao iniciá-los, terão rápida, e ao não ver isso, se frustram e o largam ou acreditam ter metabolismo lento.

👉O q vários estudos mostram, no entanto, é q o exercício físico costuma ter um impacto imediato limitado, e a perda de peso inicial tem mais relação com a restrição calórica.

👉Claro q o tipo e frequência do exercício também importam, mas meu comentário é mais geral pois vários estudos com diferentes tipos de exercício tendem a mostrar resultados similares. Claro também q o exercício pode ser motivador: se se sente melhor fazendo, melhora inclusive o padrão da alimentação.

👉De toda forma, se é possível, como disse, emagrecer sem exercício, é muito difícil manter o peso sem ele. E manter o peso é exatamente a parte mais difícil e mais duradoura do tratamento.

👉Com exercícios, você melhora sua composição corporal e, ao ter mais músculos, terá também um gasto metabólico maior, além, é claro, do gasto energético do próprio exercício e também porque ser fisicamente ativo melhora nossos sistemas internos de saciedade (um assunto complexo, tema de um outro post), além de permitir sempre novas motivações.

👉Estudos mostram que cerca de 90% das pessoas bem-sucedidas em manter o peso no longo prazo são fisicamente ativas (média de 300min/semana ou pelo menos o dobro do que se fazia antes do tratamento) e que o grau de exercício prediz aqueles com menores recuperações de peso no longo prazo. Mais: quando perguntados, os 10% que não são fisicamente ativos, respondem que compensam a falta de exercício com um controle alimentar absoluto, sem exceções em festas, férias e afins (imagino q a maioria não queria fazer parte desse grupo). Além disso, muitos dos benefícios do exercício na saúde também são independentes da perda de peso.

👉Assim, mesmo q o exercício não induza uma perda rápida, quanto antes de começar, mais chance de incorporar como rotina no longo prazo!

A fibromialgia é uma doença pouco compreendida, mas extremamente limitantes para quem vive com ela, com dores crônicas, ...
13/07/2025

A fibromialgia é uma doença pouco compreendida, mas extremamente limitantes para quem vive com ela, com dores crônicas, humor depressivo e péssima qualidade de vida.

👉Existe uma relação entre obesidade e fibromialgia, e pesquisas foram feitas para avaliar se haveria benefício clínico de planos de perda de peso. E os resultados foram positivos.

👉Um estudo, publicado em 2012, avaliou pessoas com obesidade e fibromialgia (IMC médio de 32) e dividiu em dois grupos, um que recebeu tratamento para peso e outro não por 6 meses.

👉Após esse período, os resultados foram positivos: o grupo em tratamento teve uma redução de 3kg/m2 se IMC (uma média de 10kgs, aproximadamente) e ao serem avaliados apresentaram melhoras em vários parâmetros.

👉Entre os mais importantes, houve redução da dor, redução de número de pontos dolorosos, humor depressivo, fadiga, qualidade do sono e qualidade de vida medida por questionários.

👉O estudo também mediu marcadores inflamatórios, que se reduziram no grupo que perdeu peso; como a fibromialgia é uma doença associada a maior inflamação, essa seria uma sugestão de porque a perda de peso foi útil, mas claro que outros pontos, como o maior nível de exercício, também podem explicar.

👉A fibromialgia é uma doença de difícil tratamento e não estou dizendo que “basta emagrecer e tudo se resolve”, afinal, em alguns parâmetros a melhora existiu, mas não foi completa, e em outros não houve. Ou seja, o tratamento é muito mais amplo, mas o estudo sugere que ofertar estratégias baseadas em evidências com objetivo de perda de peso para pessoas com fibromialgia e sobrepeso/obesidade pode contribuir para a melhora do quadro geral!

Ref: Senna. Effect of weight reduction on QOL in obese patients with fibromyalgia: a RCT. Clin Rheumatol 2012

Por mais que pareça óbvia, gosto bastante dessa citação, dita por um grande especialista em obesidade e exercício, Dr St...
09/07/2025

Por mais que pareça óbvia, gosto bastante dessa citação, dita por um grande especialista em obesidade e exercício, Dr Stephen Blair, falecido há 2 anos; e ela sempre me vem à cabeça quando um paciente que não faz nenhum exercício me pergunta qual o exercício ideal para ele.

👉É claro que, dependendo do seu objetivo (emagrecimento, ganho de massa, saúde cardiovascular, etc), há formas de exercícios e prescrições mais adequadas. Porém, devemos sempre respeitar as individualidades de cada um, horários possíveis, disposição e acima de tudo, achar um exercício que cada um goste de fazer.

👉O que adianta saber que um programa de exercício prescrito é ótimo se você não conseguir ter adesão, e deixa de ir vários dias? O mesmo vale para a frequência e duração: se você tem meia hora é melhor fazer, do que esperar ter uma hora e fazer raramente ou quase nunca!

👉Mais ainda em relação ao exercício: ao fazermos exercícios que nos dão prazer, temos uma sensação de bem-estar que ajuda nas escolhas alimentares (“fiz exercício, estou me sentindo bem e cuidando da saúde: vou comer algo leve e saudável”). Por outro lado, ao fazer exercícios que não gostamos, temos mais chances de querer uma supercompensação calórica depois (“depois desse exercício chato, eu mereço comer um alimento calórico”).

👉Claro que, conforme o tratamento avança, exercícios pouco tolerados podem passar a ser prazerosos, e ajustes devem ser feitos em busca de objetivos específicos, mas é fundamental entender o ritmo de cada um e nunca perder de vista que o exercício deve ser seu amigo e não seu inimigo!

🌟Concluindo: achar um exercício que te dê prazer é a forma mais garantida de ter adesão, resultados e, obviamente, qualidade de vida!

Há muitas evidências que apontam que um dos mais importantes fatores de risco para a obesidade é a presença de obesidade...
07/07/2025

Há muitas evidências que apontam que um dos mais importantes fatores de risco para a obesidade é a presença de obesidade nos pais.

👉Essa associação pode ser associada à genética, ao ambiente, mas existe um fator menos conhecido que vem sendo cada vez mais estudado: a epigenética.

👉A ideia é que o peso e a alimentação anteriores à concepção, ou durante a gravidez, levam a mudanças em genes que aumentam o risco de algumas condições, como a obesidade e doenças metabólicas.

👉Mais evidências existem da relação materna por estar associado à própria gestação ou mesmo amamentação, mas há também evidências que o pai também tem influência nisso.

👉Um estudo publicado na revista Nature ano passado fez uma análise belíssima em roedores e humanos. Em roedores, mostraram que uma dieta rica em gordura leva a mudanças estruturais nos espermatozoides dentro do epidídimo, e isso tem influência no peso da prole desses animais.

👉Posteriormente, foram avaliados espermatozoides humanos, e se demonstrou que alterações semelhantes às vistas em animais ocorriam, e mais comumente em pais com IMC mais elevado; além disso, a obesidade paterna dobrou o risco de filhos com obesidade. A obesidade materna segue como um risco mais forte, e o peso da mãe e tem impacto 3x maior na variação de peso no filho, mas o estudo mostra que ambos tem influência!

👉Com o estudo da epigenética crescendo, há muitos que dizem que parte das estratégias de prevenção de obesidade no futuro deverão passar por cuidados no estilo de vida antes da concepção, e esse estudo mostra que não apenas as mulheres devem ser impactadas! Ao mesmo tempo, nos mostra como o controle do peso corporal começa desde antes do nascimento e é muito mais complexo do que a grande maioria pensa!

Ref: Tomar. Epigenetic inheritance of diet induced and sperm-borne mitochondrial RNAs. Nature 2024

É muito comum ouvirmos na mídia ou no dia-a-dia que a cirurgia bariátrica deve ser vista como “último recurso” no tratam...
04/07/2025

É muito comum ouvirmos na mídia ou no dia-a-dia que a cirurgia bariátrica deve ser vista como “último recurso” no tratamento da obesidade. Essa idéia é errada e devemos evitar esse termo pelas razões expostas na figura que discutirei aqui.

👉”Último recurso” em medicina dá uma sensação de desespero. É a idéia de ver um paciente não responsivo aos tratamentos tradicionais e buscar alguma estratégia não comprovada. E se isso poderia ser verdade quando a cirurgia começou a ser feita há algumas décadas, a evidência científica se acumulou fortemente desde então, mostrando não apenas que é um procedimento seguro, como leva a uma perda de peso (e manutenção do peso perdido) bastante superior ao tratamento clínico convencional. Não apenas, mas diminui doenças associadas, melhora qualidade de vida e aumenta a expectativa de vida. Claro que é necessário ter indicação clínica (sendo uma delas ter tentado algum tratamento clínico anterior) e respeitar as contra-indicações. E é muito raro que alguém decida operar sem ter tentado nenhum tratamento anterior, até pq a decisão de operar está longe de ser fácil, como alguns julgam.

👉A ideia de último recurso também é ruim pois leva a um julgamento negativo de quem operou e não conseguiu resultados satisfatórios no longo prazo. Há vários estudos que mostram q essas pessoas são mais julgadas e devido a isso, procuram menos ajuda médica, piorando ainda mais o quadro. Ou seja, entender que mesmo após a cirurgia é preciso de acompanhamento, afinal obesidade é doença crônica, é fundamental.

👉Vamos em busca de mudar o discurso com a cirurgia para reduzir o preconceito e permitir que mais pessoas com obesidade tenham acesso a tratamentos e possam escolher seus caminhos com base na ciência e não em achismos ou tabus

O Congresso Internacional de Obesidade terminou a exato um ano e deixou Philipp Scherer foi, sem dúvida, um dos mais agu...
04/07/2025

O Congresso Internacional de Obesidade terminou a exato um ano e deixou Philipp Scherer foi, sem dúvida, um dos mais aguardados palestrantes do Congresso Internacional de Obesidade, tendo sido o pesquisador responsável, há alguns anos, pela descoberta da adiponectina, um hormônio produzido pela gordura, principalmente subcutânea, que tem efeitos benéficos sobre a inflamação e metabolismo.

👉Em uma de suas palestras, Scherer discorreu sobre o tecido adiposo, e como sua disfunção pode levar a doenças metabólicas, como o diabetes tipo 2 (DM2).

👉O ganho de peso é reconhecidamente o maior fator risco para DM2, mas nem toda pessoa com obesidade desenvolve DM2, e muitos tem DM2 sem ter obesidade. Por que?

👉Curiosamente, Scherer desenvolveu um modelo animal de ratos que superexpressam adiponectina e tem uma capacidade ilimitada de armazenar gordura subcutânea, sendo um dos modelos animais com mais gordura que existe. Esses animais, apesar dessa altíssima quantidade de tecido adiposo não tem nenhuma alteração metabólica, como resistência a insulina, gordura hepática, entre outras. Isso acontece pois essa gordura subcutânea “protege” os outros órgãos.

👉Assim, com base nesse e em outros estudos, se propõe que o risco de doenças metabólicas ocorre quando o corpo, ao consumir mais energia que gasta, não consegue mais armazenar essa gordura subcutânea, e passa armazenar onde não deve, com células de gordura que crescem desordenadamente, gerando inflamação, e essa gordura indo se depositar em órgãos onde atrapalha suas funções.

👉Isso explica porque algumas pessoas podem ter obesidade e ter exames normais e outros com menor peso (mas com maior circunferência abdominal, em geral) podem ter grandes alterações.

👉Assim, reduzir esse excesso de energia, gerando perda de peso, é uma boa estratégia para evitar o aparecimento do DM2 ou para tratá-lo, independente do peso da pessoa!

👉Para uma boa revisão, de um artigo de co-autoria do dr Scherer: Why does obesity causes T2D? Cell Metab 2022

Mulheres tem mais dificuldade de perder peso que homens, por uma série de motivos, e isso pode ser motivo de frustração,...
03/07/2025

Mulheres tem mais dificuldade de perder peso que homens, por uma série de motivos, e isso pode ser motivo de frustração, principalmente quando parceiros fazer junto um programa de emagrecimento.

👉No entanto, um dado surpreendente para muitos é que mulheres, durante a perda de peso, tendem a perder mais gordura e menos músculo! Por que isso ocorre?

👉Em primeiro lugar, devemos entender que é natural, quando se emagrece (com qualquer intervenção) que se perca gordura e também massa magra (sendo q metade da massa magra, aproximadamente, é músculo). Um número que se convencinou se considerar adequado seria que para cada 10kgs perdidos, 7,5 seria gordura e 2,5 massa magra (a regra do 3/1), mas isso pode variar a depender das características do indíviduo, consumo de proteínas, exercícios, entre outros.

👉Um estudo recente questionou essa regra universal e encontrou algumas surpresas: homens perdem na média 2-2,5kgs de músculo (e não massa magra) a cada 10kgs; e mulheres apenas 1-1,5kg. A razão sugerida pode ser bem simples: quanto maior a massa magra inicial proporcional, maior a perda; ou quanto menor a porcentagem de gordura corporal inicial, maior a chance de, ao perder peso, perder mais músculo. E sabemos que homens tem mais massa magra que mulheres, em números absolutos e proporcionais!

👉Essa é a mesma razão que devemos cuidar ao fazer dietas restritivas ou usar medicamentos em pessoas sem excesso de gordura: a chance de reduzir massa magra é maior!

👉Ref: Heymsfield. Proportion of caloric restriction induced WL as skeletal muscle. Obesity 2023

No Congresso Americano de Diabetes foram apresentados os dados do estudo STEP-UP, que se propôs a questionar qual a dose...
01/07/2025

No Congresso Americano de Diabetes foram apresentados os dados do estudo STEP-UP, que se propôs a questionar qual a dose máxima possível de semaglutida para obesidade; até então, a dose máxima estudada (e a aprovada) era de 2,4mg.

👉O desenho foi curioso: aumentar direto a dose de 2,4 para 7,2, após a titulação convencional (que aumenta lentamente de 0,25mg ate 2,4mg, até esse salto) ou seguir com a dose tradicional.

👉O que foi visto é que a dose 3x maior leva a uma perda de peso 18% superior (20,7 versus 17,5% na média, versus 2,4% no placebo) e aumenta o percentual de respondedores (70% vs 57% perdem mais de 15%; e 51% vs 35% perdem mais de 20%).

👉E os colaterais? O número total de colaterais, inclusive os mais sérios, foi parecido, mas como esperado, logo no aumento de dose houve uma perda de tolerabilidade transitória. 5,4% abandonaram a dose maior vs 4,0% a menor. No total, na dose maior 70% tiveram algum colateral gastrintestinal na dose maior vs 61% (e 42% no placebo). A surpresa foi um colateral novo (porém leve e auto limitado): a disestesia, ou uma sensação na pele quando tocada que lembra dor: 23% tiveram esse efeito com a dose maior versus 6% com a menor. Parar de usar o remédio por isso foi raro, mas é importante sabermos esse efeito se algum paciente relatar, ainda pouco conhecido e sem que saibamos as causas.

👉É possível que essa dose maior seja submetida para aprovação, para concorrer com outras medicações que levam a perdas acima de 20% (como a tirzepatida), mas com o aumento de 18% de eficácia, o custo proporcional não pode ser extremamente maior. Dito isso, essa dose não passou pelas agências regulatórias, e o artigo ainda será publicado, de tal forma que não essas doses não devem ser usadas por ora, apenas é importante discutir a evolução das pesquisas, com várias novas possibilidades surgindo!

👉O que achou do resultado? 🤔

Amanhã é o último dia da Consulta Pública para incorporação da liraglutida no SUS em pessoas com obesidade e diabetes ti...
29/06/2025

Amanhã é o último dia da Consulta Pública para incorporação da liraglutida no SUS em pessoas com obesidade e diabetes tipo 2, e alguns critérios adicionais. É una oportunidade para começarmos a ter tratamentos para obesidade no SUS, o que não é uma realidade ainda. Participar da Consulta Pública pode ajudar a Conitec a ter uma visão positiva sobre o tema! 👉Aproveite e também se manifeste sobre a incorporação da semaglutida em pessoas com obesidade e doença cardiovascular, também até amanhã!

Um tópico que vem sendo cada vez mais discutido quando  se fala de doenças crônicas é a importância de reduzir o sedenta...
28/06/2025

Um tópico que vem sendo cada vez mais discutido quando se fala de doenças crônicas é a importância de reduzir o sedentarismo, mas não apenas com exercício físico regular, mas também com a ideia de que “qualquer movimento importa”.

👉No diabetes tipo 2, por exemplo, há boas evidências de benefícios com o que se chama de “lanches de exercício”, isto é, pequenos “ataques” de exercício, com duração de menos de 1 minuto, de alta intensidade, a serem realizados diversas vezes por dia (idealmente um por hora) como uma estratégia para aqueles “sem tempo” para exercícios mais convencionais e estruturados.

👉A maioria dos estudos é em diabetes, em que essa estratégia leva a melhora da captação de glicose pelo músculo, o q levará a redução da glicemia, mas também há estudos em população geral para melhorar a saúde cardiometabolica em geral. Há evidências de melhora de níveis de lípides (como triglicérides), de insulina, função muscular em pernas, captação de oxigênio (ou seja, melhora de condicionamento físico) e outros ainda em estudo.

👉Essa discussão é importante pois há boas evidências que o excesso de tempo sentado traz malefícios e piora da saúde, mesmo em pessoas que se exercitem em outros momentos do dia. Mas de toda forma, com mais estudos com essa técnica (que pode ser desde subir rapidamente alguns lances de escada, a fazer agachamentos, entre outras), podemos tentar vencer algumas barreiras de quem diz “não ter tempo”. Não é uma substituição do exercício regular, e sim uma forma de incentivar mais comportamentos saudáveis em mais pessoas!

Ref: Islam. Exercise snacks: a novel strategy to improve cardiometabolic health. Exerc and Sports Sci Rev 2021

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