20/09/2023
Um pouco de história da - Tanacetum parthenium – Olguinha
O nome do gênero Tanacetum deriva do grego athanasia, que significa imortalidade, em alusão às flores duradouras da espécie.
O epíteto parthenium foi dado em função do historiador grego Plutarco, que relatou que esta planta curou a cefaleia do trabalhador (escravo) que caiu de um edifício em construção do Partenon.
O gênero Tanacetum contém cerca de 200 espécies que são nativas dos continentes asiático e europeu, o qual inclui espécies fortemente aromáticas. No Brasil, o gênero possui uma espécie naturalizada, que é o T. vulgare (catinga-de-mulata) com distribuição por todo o território nacional.
Pessoas leigas podem confundir a T. parthenium com a M. chamomilla (camomila) devido à semelhança entre as flores dessas espécies.
O T. parthenium faz parte das festividades de celebração da páscoa no Reino Unido, como planta purificadora depois da Quaresma. Na Inglaterra, nesta época é costume cozinhar tortas com ovos, farinha e sumo ou folhas de T. parthenium para dissipar a flatulência resultante de comidas indigestas. Outro uso desta planta associado à Páscoa é o costume de tomar chás das folhas na segunda e na quarta-feira deste período, para evitar febres durante o ano todo.
No século 1 o médico grego Dioscórides utilizava o T. parthenium para o controle da febre, fato que a levou a ser popularmente conhecida em inglês como feverfew. A fama era tão grande que foi considerada o “ácido acetilsalicílico” do século 18. Contudo, o uso medicinal dessa espécie permaneceu restrito ao âmbito popular/tradicional na Europa até a década de 1970, quando, na Inglaterra, houve a “redescoberta” após a divulgação de resultados positivos no tratamento de enxaqueca. Na década de 1980, o interesse científico prosperou, depois que Collier e colaboradores publicaram que o T. parthenium inibe a síntese de prostagladinas, que são importantes mediadores da resposta inflamatórias e da dor.
Atualmente é uma espécie recomendada pela OMS, vol. 2 (2002)5 e pela European Medicines Agency (EMA).6. O uso no Brasil possivelmente foi introduzido pelos colonizadores europeus. Embora a T. parthenium não faça parte de nenhuma Farmacopeia Brasileira, foi incluída na RDC 26/20149 como parte da lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado.
INDICAÇÕES
Olguinha, matricária ou margaridinha é uma planta muito parecida com a camomila, mas com ações medicinais bem diferentes.
É protetora estomacal, combatendo gastrite e úlceras.
Possui uma ação analgésica e anti-inflamatória capaz de tratar vários tipos de inflamação e as enxaquecas de maneira muito eficiente.
Possui ação relaxante muscular e antitrombótica, trazendo grandes benefícios para o sistema circulatório.
Também apresenta uma excelente ação anti-histamínica, tratando vários tipos de alergia, como a rinite alérgica.
Ainda é um facilitador das menstruações e os banhos com seu chá aliviam os incômodos do pós parto.
Outra ação da Olguinha é a antifúngica e bactericida, além de apresentar uma apreciável atividade antitumoral.
Apesar desta diversidade de usos existem poucos estudos referentes a ela.
No Brasil ela é usada em casos de enxaqueca não responsiva à medicação.
Uso etnomedicinal
Cefaleias, neuralgias, dismenorreias, febre, artrite reumatoide e psoríase.
Na Colômbia, emprega-se nas parasitoses, e na Guatemala, nas dores de estômago. Em uso externo, nas otalgias.
ADVERTÊNCIAS
Uso adulto.
Uso contraindicado para pessoas que apresentam hipersensibilidade aos componentes da formulação e outras plantas da família Asteraceae. Não há informações sobre interações com outros medicamentos ou com te**es laboratoriais, porém não se recomenda o uso associado a anticoagulantes, como a aspirina ou a varfarina.
Contraindicado- durante a gravidez e lactação, e em crianças e adolescentes por falta de estudos.
Em doses elevadas por tempo prolongado pode provocar hemorragias e distúrbios gastrintestinais, náuseas e vômitos, além de perda de peso e convulsões.
Pode alterar o ciclo menstrual.
Deve ser iniciado o tratamento apenas em casos de enxaqueca não responsiva à medicação convencional. Foram relatados tonturas, azia, constipação intestinal, distensão abdominal, palpitações, aumento do fluxo menstrual, erupções cutâneas, inflamação da mucosa oral e língua, edema de lábios, perda do paladar e aumento de peso. A inflamação da mucosa oral e língua e o edema dos lábios parecem estar relacionados à uma reação local a qual pode ser evitada através da utilização de encapsulados. No caso de ulceração da mucosa oral, o uso deve ser descontinuado. A suspensão da medicação deve ser feita de maneira gradativa.
Toxicidade - Sem referências.