
05/07/2025
Criar estratégias e soluções para superar as doenças já foi um grande negócio — e, em muitos casos, segue sendo—, mas a bola da vez é criar o ideal do ser humano super saudável, imbatível, imortal.
Nós ficamos felizes com a busca da medicina por gerar indivíduos saudáveis, mas nos preocupa, enquanto feministas, que o foco do que é essencial esteja sendo colocado no lugar errado.
Na prática, o que nós vemos nas consultas aqui no Coletivo Feminista, são muitas pessoas (mulheres cis, em sua maioria) sentindo que estão “em dívida” no cuidado consigo mesmas e acreditando que precisam investigar diversos aspectos dos seus corpos, fazer mais exames na tentativa de encontrar em um hemograma ou em dosagens hormonais a resposta para os muitos desequilibrios da vida.
Então, todos os dias, nas nossas consultas, rodas e produção de materiais e conteúdos, tentamos manter viva a chama que deu inicio ao Coletivo Feminista, há mais de 40 anos: ser um espaço que questiona a medicalização dos corpos e que constrói alternativas de cuidado que envolvam o respeito à diversidade cultural, justiça social e conhecimento livre de interesses.
É importante que cuidemos da nossa saúde, é importante que aprendamos como viver mais e melhor, mas é importante que seja lá o que façamos, às coisas precisam fazer sentido para nós.
Por isso, nos orgulhamos do Coletivo Feminista ser um espaço que promove um modelo de atendimento livre de interesses das indústrias, onde a centralidade do atendimento é a pessoa que se consulta e as decisões são tomadas à partir do diálogo com a profisisonal de saúde.