
23/06/2025
Ser psicóloga não me resume.
É a profissão que escolhi: só isso. Ou talvez muito mais do que isso.
Porque ser psicóloga também é ser atravessada.
Pelas histórias, pelas dores, pelas dúvidas e silêncios de quem confia em mim.
É viver com presença, com intencionalidade, com o coração aberto e, às vezes, cansado.
Esse feriado ao lado de uma amiga querida, cercada de gente leve e comida boa, foi um desses respiros que a vida oferece e que o corpo pede. Um intervalo necessário. Um privilégio. Um acolhimento.
E que bom quando os alimentos também chegam como cuidado, e não como culpa.
Como ponte, como afeto, como presença.
Pra quem trabalha com transtornos alimentares, enxergar isso na própria vida é um gesto de coerência e humanidade.
Cuidar do outro é bonito, mas não é leve.
Exige de mim a mente, o corpo, o tempo, o sentir. E como o sentir exige!
E se tem algo que aprendi é que também preciso me cuidar com a mesma delicadeza que ofereço. Eu sempre falo para meus pacientes: o descanso é preventivo. Estou tentando fielmente colocar em prática o que eu tanto ensino.
Os respiros não são fuga: são sustento.
E hoje, mais do que nunca, eu reconheço isso como parte do caminho.