Espaço Social Terapêutico Amor e Vida

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Valdenice Freitas Guastalli, é bacharel em Psicologia, com Cursos de extensão em Psicologia Clínica, Psicologia da aprendizagem, com formação em Psicanálise Clínica, Pós graduada em Psicanálise Clínica, Neuropsicologia, TRG.

O SILÊNCIO NA TERAPIA/ANÁLISEAo começar um processo analítico, algumas pessoas se incomodam com a posição um tanto silen...
12/11/2024

O SILÊNCIO NA TERAPIA/ANÁLISE

Ao começar um processo analítico, algumas pessoas se incomodam com a posição um tanto silenciosa do analista. Ouvimos alguns dizer: "meu analista não fala nada!"; "eu fico lá falando e ele não diz coisa alguma!”; "será que ele está me ouvindo?”; "eu quero um analista que fale!". Por conta disso, muitos desistem de continuar o processo terapêutico, não suportam esse silêncio que se faz presente e interrompem a terapia.
Na convenção social, o silêncio é visto como algo incômodo, que perturba, causando mal-estar. Numa situação onde dois estranhos se cruzam no elevador, ou quando sentam lado a lado na viagem de ônibus ou avião, o embaraço do silêncio é rompido com palavras.
De onde vem tanto incômodo com o silêncio?
Por que tamanha necessidade das pessoas em quebrá-lo?
Freud em seu texto O estranho (infamiliar) de 1919, aponta um caminho para entender tal questão, dizendo: "De onde provém a inquietante estranheza que emana do silêncio, da solidão, da obscuridade?… Nada podemos dizer da solidão, do silêncio, da obscuridade senão que são esses verdadeiramente os elementos aos quais se liga a angústia infantil, que jamais desaparece inteiramente na maioria dos homens."
Baseando-se neste pensamento freudiano, pode-se dizer que a estranheza que o silêncio nos causa, se relaciona com um encontro com algo obscuro, com a incerteza, em suma, com o vazio, causando angústia. Para não entrar em contato com o vazio, o sujeito preenche o silêncio com palavras, muitas vezes vazias, que só estão ali cumprindo um papel de obliteração desse vazio que o silêncio traz.
Em análise o silêncio faz parte do processo. Como afirma Násio (2010), o silêncio possui forças que arrastam o analisando para o inconsciente. Afirmando que o que o discurso esconde, o silêncio revela. Násio ainda diz que por meio da leitura do silêncio e do que ele causa no sujeito, escuta-se algo para além do campo da palavra dita. O interdito e o não dito também revelam questões do sujeito, daí a importância do silêncio para escutar os outros modos de dizer.
O silêncio se manifesta como uma pausa da palavra falada, um limite que coloca o sujeito em um porvir imprevisível. Neste sentido, como diz Dunker e Thebas (2019), o silêncio esperado em análise ameniza a prontidão da conversa típica do dia a dia baseada em perguntas e respostas, discursos, réplicas e tréplicas. Dando espaço para esse movimento que o silêncio coloca o sujeito quando este entra em contato com o vazio.
No entanto, esse silêncio na análise, aqui focando no silêncio do analista, remete ao desamparo no analisando, trazendo impasses para o processo analítico caso não seja bem manejado. Por não ser comum para a vida do indivíduo um lugar que se fala muito e se escuta pouco, o analisando espera que o analista fale algo daquilo que ele está dizendo, e, quando a resposta não vem, o analisando vai ter que lidar com esse lugar vazio, preenchendo-o com fantasias das mais variadas possíveis. De fato, esse processo não é fácil, é estranho, é incômodo, mas é em muitos momentos, necessário em análise.
Se o analista responde todos os dizeres do analisando, como se fosse uma conversa comum, o analisando não entrará em contato com esse vazio que não o fará movimentar-se para lidar com isso. Sustentar e suportar o silêncio é dar tempo para que a palavra que foi dita ecoe no sujeito, fazendo-o reviver certas experiências da ordem do desamparo e da estranheza.
Portanto em análise, não são só os dizeres do analista e do analisando que fazem diferença, não são somente as interpretações do psicanalista que fazem o sujeito refletir sobre sua vida. O não dizer torna-se tão importante quanto o que foi dito. É esse movimento que o silêncio causa, por vezes doloroso e incômodo, que nem todos conseguem sustentar, é o que possibilita a criação e a renovação daquilo que se diz em análise.

Valdenice de Freitas Guastalli - Psicanalista
(19) 98448-5679

Referências:
Dunker, C., & Thebas, C. (2019). O palhaço e o psicanalista: como escutar os outros pode transformar vidas. São Paulo: Planeta do Brasil.
Freud, S. (1919). O estranho. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 17, 235-269.
Nasio, J. D. (2010). O silêncio em psicanálise. Trad. de Martha Prada e Silva. Rio de Janeiro: Ed: Jorge Zahar.

PSICANÁLISE E OS TEMAS ATUAIS DA SOCIEDADEO OLHAR DA PSICANÁLISE PARA OS TEMAS ATUAIS DA SOCIEDADEA psicanálise oferece ...
12/11/2024

PSICANÁLISE E OS TEMAS ATUAIS DA SOCIEDADE
O OLHAR DA PSICANÁLISE PARA OS TEMAS ATUAIS DA SOCIEDADE

A psicanálise oferece uma perspectiva única sobre os temas contemporâneos, destacando a importância dos processos psicológicos subjacentes e das dinâmicas inconscientes que influenciam essas questões. Por exemplo:

SAÚDE MENTAL:

A psicanálise reconhece a complexidade das emoções humanas e como a repressão de sentimentos pode levar a sintomas psicológicos. Além disso, aborda a importância de compreender as origens inconscientes dos problemas de saúde mental, em vez de simplesmente tratar os sintomas superficiais.

DESIGUALDADE SOCIOECONÔMICA:

A psicanálise destaca como as experiências precoces de privação e trauma podem impactar o desenvolvimento emocional e perpetuar ciclos de desigualdade. Além disso, enfatiza a necessidade de abordar não apenas as questões econômicas, mas também os aspectos psicológicos da desigualdade.

TECNOLOGIA E CONEXÃO DIGITAL:

A psicanálise alerta para os efeitos psicológicos da dependência excessiva da tecnologia, destacando como ela pode servir como uma forma de evitar o enfrentamento de emoções difíceis. Além disso, ressalta a importância de manter conexões humanas autênticas em um mundo cada vez mais digitalizado.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E MEIO AMBIENTE:

A psicanálise explora as emoções associadas ao medo do futuro e à impotência diante de problemas globais como as mudanças climáticas. Além disso, destaca como a negação e a evitação podem ser mecanismos de defesa psicológica contra o reconhecimento da magnitude dessas ameaças.

IDENTIDADE E DIVERSIDADE:

A psicanálise reconhece a importância da identidade na formação da psique humana e como questões relacionadas à identidade podem influenciar o bem-estar emocional. Além disso, destaca a necessidade de aceitação e compreensão das diferenças individuais para promover uma sociedade mais inclusiva e saudável.

CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE PARA OS DESAFIOS SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS

A psicanálise oferece uma série de contribuições valiosas para enfrentar os desafios sociais da sociedade contemporânea:
Promoção do autoconhecimento: A psicanálise enfatiza a importância de explorar o inconsciente e entender as origens dos padrões de pensamento e comportamento. Isso pode ajudar as pessoas a desenvolverem um maior autoconhecimento e capacidade de autorreflexão, facilitando o crescimento pessoal e a resolução de conflitos internos.
Fomento da empatia e compreensão: Ao destacar a influência dos processos inconscientes na mente humana, a psicanálise pode promover uma maior empatia e compreensão entre as pessoas. Isso é essencial para construir conexões mais profundas e promover a solidariedade em uma sociedade diversif**ada e interconectada.
Abordagem dos problemas na raiz: Em vez de tratar apenas os sintomas superficiais, a psicanálise busca abordar as causas profundas dos problemas psicológicos e sociais. Isso pode levar a intervenções mais ef**azes e duradouras que visam transformar as dinâmicas subjacentes que perpetuam o sofrimento humano.
Incentivo à mudança social e política: Ao destacar as origens psicológicas dos problemas sociais, a psicanálise pode inspirar mudanças tanto no nível individual quanto no nível coletivo. Isso pode envolver a promoção de políticas que abordem as desigualdades sociais, bem como a criação de comunidades que valorizem a diversidade e a inclusão.
A psicanálise oferece uma lente poderosa para examinar os temas atuais da sociedade, destacando as complexidades da mente humana e as dinâmicas inconscientes que influenciam nosso comportamento e nossas interações sociais. Ao integrar essa perspectiva em nossos esforços para enfrentar os desafios sociais contemporâneos, podemos desenvolver abordagens mais holísticas e ef**azes para promover o bem-estar individual e coletivo.
Dessa forma, a psicanálise é essencial para refletirmos sobre a vida cotidiana do ser humana, inclusive sobre assuntos debatidos atualmente em nossa sociedade.

Valdenice de Freitas Guastalli - Psicanalista
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Novembro Azul é uma campanha realizada em 21 países e com o objetivo de chamar a atenção dos homens sobre a necessidade ...
12/11/2024

Novembro Azul é uma campanha realizada em 21 países e com o objetivo de chamar a atenção dos homens sobre a necessidade de realizar exames para detectar em fase inicial tumores na próstata.
O câncer de próstata é uma das doenças que mais acomete o homem, por isso a campanha Novembro Azul é importante para lembrar e conscientizar sobre a necessidade de realizar esses exames específicos e a necessidade de o homem cuidar da sua saúde.
Exames relacionados a detecção devem ser realizados a partir dos 45 anos. Em caso de histórico na família, com parentes de primeiro grau e homens negros, o ideal é que esses exames se iniciem aos 40 anos.
A doença não traz sintomas, é silenciosa e é por isso que os exames devem ser realizados anualmente para detectar precocemente e alcançar a cura.

O alerta para os homens cuidar da sua própria saúde

“Vivemos numa sociedade que ainda enxerga o homem como aquele que não pode adoecer, não pode buscar ou pedir ajuda e pode suportar todas as intempéries do corpo e da vida, calado”.

Novembro Azul também é uma campanha importante para falarmos sobre como os homens falham ao cuidar de sua saúde, diferente das mulheres que apostam na prevenção das disfunções. A maioria deles só buscam atendimento médico quando a doença já está instalada.
Antigamente, esse pensamento estava atrelado ao regime de trabalho. O homem não poderia faltar de forma alguma do expediente para cuidar e tratar da saúde, pois não havia respaldo nas leis trabalhistas, enquanto as mulheres f**avam em casa para os cuidados domiciliares, dos filhos e supostamente tinham mais tempo para cuidar de si mesma.
Entretanto, com o passar dos anos muitas coisas mudaram. As mulheres trabalham também fora dos seus lares e continuam fazendo o cuidado preventivo de sua saúde integral, enquanto os homens permanecem sem conseguir fazer essa prevenção.
Segundo um estudo realizado em 2019 pela Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), essa falta de cuidado com a saúde, faz com que os homens vivam menos, enquanto as mulheres vivem aproximadamente 79,6 (setenta e nove anos e seis meses) a média de vida do homem é de 72,5 (setenta e dois anos e cinco meses) ou seja, eles vivem 7,1 (sete anos e um mês) a menos.

Para refletir…

Portanto, a falta de prevenção na saúde do homem traz diversas consequências como desenvolver doenças que poderiam ser prevenidas, baixa qualidade de vida e também, viver menos que as mulheres que apostam na prevenção das doenças físicas e mentais.
Vivemos numa sociedade que ainda enxerga o homem como aquele que não pode adoecer, não pode buscar ou pedir ajuda e pode suportar todas as intempéries do corpo e da vida, calado.
E a campanha Novembro Azul é importante para lembrar da importância dos exames que detectam precocemente o tumor de próstata, alertar sobre a prevenção da saúde masculina e também para sensibilizar a sociedade sobre a importância de incentivar e acolher os homens quando buscam a prevenção como alternativa.

Valdenice Freitas Guastalli – Psicanalista

O suicídio é uma triste realidade, que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com pesquisa ...
03/09/2024

O suicídio é uma triste realidade, que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados por ano mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotif**ados, pois com isso, estima-se mais de 01 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.

Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave.

É muito importante que as pessoas próximas saibam identif**ar que alguém está pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.

Como pedir ajuda?

Se você está com pensamentos suicidas, é importante pedir ajuda. Fale com alguém próximo, conte para as pessoas o que passa pela sua cabeça. Ter alguém para conversar faz toda a diferença.
Se você não tem ninguém próximo com quem conversar, não hesite em ligar para Espaço Social Terapêutico Amor e Vida.

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Dia dos Namorados: dicas para um relacionamento duradouro: ‘Atenção e diálogo’Saiba como manter a chama do amor acesa me...
12/06/2024

Dia dos Namorados: dicas para um relacionamento duradouro: ‘Atenção e diálogo’

Saiba como manter a chama do amor acesa mesmo depois da data comemorativa

O Dia dos Namorados é celebrado nesta quarta-feira (12) no Brasil e muitos casais aproveitam a data para se declarar ao parceiro. Mas e o que fazer para o amor ultrapassar essa barreira do dia cheio de presentes e jantares apaixonados?

Vamos dar dicas para que os casais mantenham a chama acesa durante o ano todo.

“Atenção, dedicação, diálogo e autenticidade são pilares essenciais e, embora não haja uma definição única e conclusiva sobre o que é o amor, as várias correntes teóricas da psicologia concordam que se trata de uma experiência de conexão com algo ou alguém muito forte e necessária e que precisa ser cuidada”.

A compreensão sobre as necessidades da pessoa amada, o companheirismo e o carinho sincero são formas incríveis de demonstrar amor. “Valorizar o que a pessoa amada gosta; ouvir ao invés de supor; acompanhar, interessar-se sobre seus desafios, tudo isso demonstra que o que mais se quer é a felicidade dessa pessoa”.

Lembramos, ainda, que o amor é um tema central na psicologia e aponta que Sigmund Freud (1856-1939), em sua consagrada teoria, já abordava o amor, relacionando-o a pulsões internas e à busca por alívio e satisfação.

“Para Freud, a busca pelo prazer atravessa fases distintas individuais e culmina no encontro do outro como um parceiro para vivências. A natureza da experiência emocional destas fases, para muitos autores da Psicanálise, serve como um protótipo, um modelo, para relações futuras”.

No que tange a relacionamento a dois, a mídia, os filmes e músicas exploram bastante este universo e acompanham os debates sobre o amor. Mencionamos também que Erik Erikson (1902-1994) relacionou o amor maduro com a identidade - noção que construímos de nós mesmos -, com a intimidade e a ideia de compromisso.

Podemos ver também que nas correntes humanistas, por exemplo, Abraham Maslow (1908-1970), defende o amor como uma necessidade humana, relacionando-o com nossos vínculos familiares, amizades e relações sociais.

“Na medida em que cuida de sua autoestima e busca se auto atualizar, a pessoa torna-se cada vez mais apta a amar. Portanto, é essencial descobrir-se; amar-se para que o aprendizado sobre o que é amar verdadeiramente outra pessoa possa se completar.”

Acrescentamos que, culturalmente, relacionamos o amor a algumas categorias: amor materno, amor fraternal e, especialmente na ocasião do Dia dos Namorados, o foco recai sobre os casais e sobre um tipo de amor mais íntimo/erótico, que é aquele direcionado a uma pessoa, com a qual há envolvimento emocional, dedicação afetiva e vivência sexual.

“O amor é um ponto crucial nas questões de signif**ado e existência. Muito mais que um fenômeno biológico ou instintivo, a emoção, a cultura e as expectativas são componentes desta grande vivência que é amar”.

Como orientação, podemos dizer que é importante que os casais conversem para entender suas necessidades e características, que parem de supor, que dialoguem e que tenham a coragem de rever conceitos e seus próprios sentimentos.

“É necessário que aprendam a controlar o apego e o ciúme, mas que não fiquem desatentos à distância emocional, ao automatismo e nem a uma confiança cega de que sabem tudo sobre a pessoa amada. As pessoas mudam e precisam ser acompanhadas nas suas mudanças.

A parceria e os toques físicos devem ser constantes e não só quando há desejo sexual. A entrega não é no tempo de relógio, mas vem da disponibilidade interior. O amor não segue uma receita padrão; o diálogo, o respeito e o entendimento mútuo devem ser parâmetros para um relacionamento saudável e duradouro”.

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Em nossa sociedade contemporânea, a fé e a espiritualidade ocupam um espaço signif**ativo na vida de muitas pessoas, inf...
29/05/2024

Em nossa sociedade contemporânea, a fé e a espiritualidade ocupam um espaço signif**ativo na vida de muitas pessoas, influenciando suas escolhas, comportamentos e bem-estar emocional.
Como Psicanalista, tenho tido a oportunidade de explorar como esses elementos se entrelaçam com o inconsciente, moldando a psique humana de maneiras complexas e profundas. Neste artigo, abordarei como a Psicanálise pode dialogar com a fé e a espiritualidade, oferecendo insights valiosos para a compreensão do ser humano.

A NATUREZA DA FÉ E DA ESPIRITUALIDADE

A fé pode ser definida como uma crença profunda em algo maior que o indivíduo, seja uma divindade, um princípio moral ou uma força universal. A espiritualidade, por sua vez, refere-se a uma busca pessoal por signif**ado, propósito e conexão com o transcendente.
Ambas podem proporcionar conforto, esperança e um senso de pertencimento, especialmente em momentos de crise.

A PERSPECTIVA PSICANALÍTICA

A Psicanálise, desde seus primórdios com Sigmund Freud, tem mostrado interesse pelo papel da religião e da espiritualidade na vida mental.
Freud, em “O Futuro de uma Ilusão” (1927), sugeriu que a religião pode ser vista como uma projeção dos desejos e medos humanos, funcionando como uma espécie de defesa contra a angústia existencial. No entanto, a visão freudiana sobre a religião como uma ilusão não é a única perspectiva dentro da Psicanálise.

Carl Jung, por exemplo, reconheceu a espiritualidade como uma dimensão essencial da psique humana. Para Jung, os símbolos religiosos e espirituais são expressões do inconsciente coletivo, refletindo arquétipos universais que ajudam os indivíduos a encontrar sentido e integrar diferentes aspectos de si mesmos.

FÉ E ESPIRITUALIDADE NO PROCESSO TERAPÊUTICO

Na prática clínica, é fundamental reconhecer e respeitar as crenças espirituais dos pacientes. A fé pode atuar como um recurso interno poderoso, ajudando na resiliência e na capacidade de enfrentar desafios emocionais.
Quando um paciente compartilha suas experiências espirituais, o terapeuta tem a oportunidade de explorar como essas vivências influenciam sua identidade, suas relações e sua visão de mundo.

A espiritualidade pode também servir como um ponto de apoio durante o processo de autodescoberta. Por exemplo, em terapias de grupo, a troca de experiências espirituais pode promover um senso de comunidade e pertença, facilitando o crescimento pessoal e o apoio mútuo.

INTEGRAÇÃO DE FÉ, ESPIRITUALIDADE E PSICANÁLISE

A integração da fé e da espiritualidade na Psicanálise não implica em um endosso de crenças específ**as, mas em uma abertura para compreender o papel dessas dimensões na vida dos pacientes. Essa abordagem holística permite uma exploração mais rica e signif**ativa do inconsciente, considerando a totalidade da experiência humana.

Além disso, a prática da Psicanálise pode beneficiar-se da sabedoria espiritual, incorporando práticas de atenção plena e meditação, que têm mostrado eficácia na redução do estresse e na promoção do bem-estar emocional.

CONCLUSÃO

A fé e a espiritualidade são aspectos fundamentais da existência humana, oferecendo caminhos para a compreensão do mistério da vida e da condição humana.
Como Psicanalista, reconheço a importância de integrar essas dimensões no processo terapêutico, respeitando e valorizando as crenças individuais dos pacientes.
Esse diálogo entre Psicanálise, Fé e Espiritualidade não apenas enriquece a prática clínica, mas também oferece uma visão mais completa e compassiva da psique humana.

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Estamos entrando no Mês de Junho, onde  comemora se o "Dia dos Namorados" no Brasil, e vamos abordar a  visão do Amor se...
29/05/2024

Estamos entrando no Mês de Junho, onde comemora se o "Dia dos Namorados" no Brasil, e vamos abordar a visão do Amor segundo a Psicanálise.

O Dia dos Namorados, celebrado em diferentes datas ao redor do mundo, é uma ocasião que evoca uma enorme quantidade de emoções e reflexões. Nos dias atuais, essa data, muitas vezes marcada por gestos românticos, presentes e celebrações, pode também ser um momento de introspecção e análise das dinâmicas relacionais sob a lente da psicanálise.

A Psicanálise, fundamentada nas teorias de Sigmund Freud, nos oferece subsídios para entender as complexidades do amor e dos relacionamentos. Em um mundo cada vez mais conectado, mas paradoxalmente marcado pelo isolamento e pela superficialidade das interações digitais, compreender o que signif**a amar e ser amado torna-se ainda mais relevante.

AMOR E DESEJO: A DIALÉTICA FREUDIANA

Freud descreveu o amor como um fenômeno complexo, enraizado nos primeiros relacionamentos de nossa vida, particularmente com nossos pais. A busca pelo amor na vida adulta pode ser vista como uma tentativa de reviver ou resolver essas experiências primárias.
O Dia dos Namorados, portanto, pode servir como um palco para a manifestação de desejos inconscientes, medos e anseios profundos.

Nos relacionamentos atuais, a dinâmica do desejo e da idealização do parceiro muitas vezes se depara com a realidade das expectativas não correspondidas.

A idealização, um mecanismo de defesa descrito por Freud, pode levar a uma percepção distorcida do outro, criando frustrações quando a realidade se impõe. No contexto das redes sociais, essa idealização é exacerbada, pois somos constantemente bombardeados por representações idealizadas de relacionamentos, o que pode gerar uma sensação de inadequação ou de que estamos aquém do esperado.

A SOLIDÃO NO MEIO DA MULTIDÃO

Um fenômeno interessante observado na clínica psicanalítica contemporânea é a solidão, experiência mesmo em meio a múltiplas conexões. As interações virtuais, embora amplamente disseminadas, muitas vezes carecem da profundidade e da intimidade que caracterizam os laços afetivos signif**ativos.

No Dia dos Namorados, essa solidão pode ser particularmente aguda, ressaltando a lacuna entre a quantidade e a qualidade das relações.

A Psicanálise nos ensina que a verdadeira conexão emocional depende de nossa capacidade de nos abrirmos ao outro, de maneira autêntica e vulnerável.
No entanto, a cultura atual, com sua ênfase na autopromoção e na aparência, pode dificultar essa abertura genuína. Reconhecer e trabalhar esses impedimentos em um ambiente terapêutico passa a ser um passo fundamental para a construção de relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.

A CONSTRUÇÃO DO AMOR MADURO

O amor maduro, descrito por Freud e posteriormente desenvolvido por outros Psicanalistas como Erich Fromm, envolve um equilíbrio entre dar e receber, entre autonomia e intimidade. No cenário atual, onde a independência é frequentemente exaltada, encontrar esse equilíbrio torna-se um desafio.

O Dia dos Namorados pode ser uma oportunidade para refletir sobre como estamos navegando essas tensões em nossas relações.
A maturidade emocional, essencial para relacionamentos duradouros e satisfatórios, implica na capacidade de reconhecer e aceitar as imperfeições do outro e de nós mesmos. Isso envolve um processo contínuo de autoconhecimento e crescimento pessoal, áreas nas quais a psicanálise contribui de forma particularmente valiosa.

CONCLUSÃO: CELEBRANDO O AMOR COM CONSCIÊNCIA

Neste Dia dos Namorados, convido você a ir além das tradições superficiais e a explorar as profundezas do seu mundo interno e do seu relacionamento.

Pergunte-se: o que o amor signif**a para mim?

Como minhas experiências passadas influenciam minhas expectativas e comportamentos atuais?

Estou aberto a realmente conhecer e ser conhecido pelo meu parceiro?

A Psicanálise nos lembra que o amor verdadeiro é um trabalho em progresso, uma jornada de descoberta mútua e de crescimento compartilhado. Celebremos, portanto, este Dia dos Namorados com uma consciência renovada da complexidade e da beleza do amor humano.

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Natureza em fúria, caos geopolítico, inteligência artificial ameaçando tomar empregos e dominar mentes: o que podemos fa...
25/05/2024

Natureza em fúria, caos geopolítico, inteligência artificial ameaçando tomar empregos e dominar mentes: o que podemos fazer – ou não fazer – em um cenário desses? por Bell Kranz

Uma guerra na Europa que já extrapola dois anos, outra, no Oriente Médio, com impacto mundial ainda incerto (fora todas que não estão nas principais manchetes do dia), ataques e contra-ataques no Mar Vermelho, aquecimento global com desdobramentos extremos – deslizamentos de terra, tufões, ondas violentas de calor, secas e inundações históricas –, e um grau de desigualdade social em crescimento constante nos países pobres.
Tudo isso e mais um pouco na sequência de uma pandemia, cujas consequências reverberam na educação, na saúde mental, no mercado de trabalho e em outros setores da vida.

Que futuro esperar diante desse cenário sinistro, com perspectivas até́ de um não-futuro, com o processo de fim dos tempos na Terra em andamento?
Para que estudar e investir numa carreira?
Ou parar de comer carne se o mundo vai acabar de qualquer maneira?

“Não morreremos de velhice. Morreremos por causa das mudanças climáticas”, estampa um cartaz empunhado por uma jovem em reportagem do Washington Post intitulada “O fardo ambiental da geração Z”.

TODA A TERRA REDUZIDA A NADA

A angustia com o futuro da vida na Terra já tem até́ nome: eco ansiedade, ou ansiedade climática. O assunto foi tema de um estudo publicado na revista The Lancet Planetary Health, que analisou o grau de ansiedade climática entre jovens de dez países, Brasil incluído. Entre as 10 mil pessoas de 16 a 25 anos ouvidas pelos pesquisadores, 75% consideram o porvir assustador e, para mais da metade (56%), a humanidade está “condenada”.

Mas será́ que há́ razão para essa visão apocalíptica, de fim do mundo?
Cientistas atestam que sim: esses tempos sombrios são de altíssimo risco para a nossa espécie e para outras.”.

A obra é do antropoceno, um termo relacionado ao impacto das atividades do homem no meio ambiente, com efeito como as mudanças climáticas e danos irreversíveis causados pelo consumo excessivo de recursos naturais, vide os combustíveis fósseis, que estão até no centro da indústria da moda.

Por outro lado, é possível crer num “otimismo apocalíptico”, expressão usada pelo neurocientista Sidarta Ribeiro, fundador e professor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Em seu livro Sonho manifesto (Companhia das Letras), de 2022, ele defende o retorno aos conhecimentos dos povos originários como uma solução para reverter a atual catástrofe ambiental e social. res”.

Sidarta destaca a esquisitice própria do humano, animal paradoxal, que é violento e também altruísta. O cuidado com o outro é exemplar quando se trata das pessoas do seu círculo íntimo. Para os demais, resta a competição. Protegemos os de dentro, combatemos os de fora. O caminhos e encontra em “curar nossos piores instintos, nutrindo os melhores”.

Ou seja, sanar as partes doentes, como os sistemas patriarcal e o racismo, e honrar as nossas antigas tradições de cuidado com os outros.

Desde a pré-história, explica Sidarta, nossos ancestrais desenvolveram uma sofisticada ética do cuidado, baseada nos valores da atenção, da responsabilidade, da competência, da confiança…

“Nossa raiz biocultural é violenta, mas também é amorosa, generosa, capaz de esmerados cuidados parentais e maravilhosa sociabilidade.”

SEM TEMPO PARA FECHAR OS OLHOS

Outro tema que tem gerado angustia e teorias de eliminação humana na Terra, tipo sci-fi, é o uso cada vez mais massivo e sem controle do mundo digital. Feito por humanos e tal qual os humanos, ele é igualmente paradoxal: traz fantásticas e indubitáveis contribuições para a humanidade se informar e se conectar, mas pode gerar efeitos altamente perturbadores.

A aceleração do tempo na tela, o ir e vir constante de imagens e informações oferecidas freneticamente, novas, em pílulas, é obstáculo para a contemplação, o pausar, o aprender, o narrar, refletir, decidir e, por fim, concluir.

“As imagens inquietas não falam ou contam, mas sim fazem barulho. Frente a essas imagens ameaçadoras’, não se pode fechar os olhos. O olho fechado é o signo visual da conclusão. Hoje, a percepção é incapaz da conclusão, pois ela zapeia pela rede digital sem fim”, escreve o filósofo e ensaísta sul-coreano Byung-Chul Han.

Em cinco ensaios curtos e poderosos, o autor do best-seller Sociedade do cansaço (Editora Vozes) faz uma análise da aceleração em que vivemos imbricados. O nome do livro, de leitura valiosa: Favor fechar os olhos: em busca de um outro tempo (Editora Vozes).

O tempo exigido pelos textos mais longos, complexos, profundos, realmente não sobrevive à correria desenfreada da era digital e seu inquieto filhote, a cultura do imediatismo. No Brasil, o segundo país onde as pessoas passam mais tempo na internet (nove horas e 30 minutos por dia), o texto mais longo lido por 66% dos alunos não passa de dez páginas.

Entre os demais sul-americanos da pesquisa, o Brasil lidera, com folga, o ranking de estudantes cuja última leitura do ano não ultrapassou uma página, segundo levantamento do Interdisciplinaridade e Evidencias no Debate Educacional (Iede), em parceria com a plataforma arvore e com base nos resultados de 2018 da prova do Pisa.

A habilidade de ler e interpretar não é uma graça dos deuses que cai do céu, mas o resultado de um circuito que os seres humanos começaram a criar no cérebro milhares de anos atrás, explica a neurocientista estadunidense Maryanne Wolf, autora de O cérebro no mundo digital – Os desafios da leitura na nossa era (Contexto).

O hábito digital da leitura rápida leva a pessoa a passar “por cima da argumentação, dos pontos mais sofisticados do texto, e receber menos da substância de pensamento que é importante para a análise crítica”.

Perder a capacidade critica, a capacidade de julgar, ponderar, decidir, pode até́ não implodir o mundo, ainda que seja duro pensar que talvez Trump ganhe novamente o botão bomba nuclear em ação, mas vamos ter uma vida mais empobrecida do ponto de vista existencial. Mais árida.

Os algoritmos, por meio de suas recomendações, decidem por nós sem percebermos. O experienciar vai para o ralo quando a nossa escolha é feita pela máquina. O ChatGPT redige um texto, faz um trabalho da faculdade, mas pode colaborar com o emburrecimento do humano e ter implicações nefastas no mercado de trabalho, com series de plágios e carreiras sendo subjugadas – como o próprio jornalismo, vale ressaltar.

“Na verdade, existe um perigo existencial inerente ao uso da IA (inteligência artificial), mas esse risco é existencial no sentido filosófico e não apocalíptico”, escreve Nir Eisikovits, professor de filosofia e diretor do Centro de Ética Aplicada da UMass Boston, no site The Conversation. “A IA em sua forma atual pode alterar a maneira como as pessoas se veem.
Podem degradar habilidades e experiências que as pessoas consideram essenciais para o ser humano.” te, cada

“A gente não sabe como vão f**ar a mente humana e a capacidade de pensar no futuro”, afirma Ana Maria Stucchi Vannucchi, psicanalista e diretora científ**a da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

No entanto, ela alerta para o real perigo da terceirização da própria capacidade de pensar e decidir. “A tecnologia oferece um tipo de esperança milagrosa, um faz-tudo mágico, que acarreta a sensação de impotência.
Já́ que a IA faz tudo, a internet faz tudo, eu não preciso fazer nada. Então vou f**ando cada vez mais impotente, cada vez com menos condições de pensar, de sentir.” E pode ser que essa impotência venha disfarçada de um grande alivio, diz Ana Maria, e a pessoa se coloque no papel de quem não precisa ser sujeito no mundo.
No fundo, esse caminho funciona como uma defesa contra o sofrimento.
“Sabe qual é o problema? Quando a gente não quer sofrer, a gente não pode ter prazer também. Se eu estiver anestesiado para a dor, eu também me anestesio para o prazer, para o prazer de existir. Estar vivo traz muita dor, mas também traz muita alegria.”
Ou seja, se negarmos a dor, aí mesmo é que estamos perdidos enquanto espécie.

Em meio a tantas incertezas, f**a mais uma dúvida: será́ que a atual e um tanto bizarra realidade não é uma oportunidade para enfim mudarmos o jeito de ser e de viver?

Valdenice de Freitas Guastalli - Psicanalista
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