
06/05/2025
Ser psicanalista é sustentar os recomeços!
Um caso novo que chega, a gente recomeça a escuta
Um processo que muda ou melhor, amadurece, a gente recomeça nosso papel de analista - o que antes era acolhimento, talvez agora seja firmeza
Uma mudança na vida pessoal da analista - a analista amadurece também - a gente recomeça
A clínica esvazia e é preciso escutar o silêncio, a gente recomeça
Falha numa intervenção com o/a paciente, a gente recomeça
Cria um projeto novo, mas ele acaba (ou nem começa), a gente recomeça
Assiste uma aula vibrante ou faz uma supervisão que evidencia o ponto cego da escuta, a gente recomeça
Escuta um paciente de 4 anos, escuta uma paciente de 60 anos, a gente recomeça
A gente muda de sala, móveis, setting...recomeça
É frustrante recomeçar, construir e desconstruir repetidas vezes.
Mas é nesse constante reinício que (r)encontramos o sentido de nossa prática: a capacidade de estar aqui - presente e viva - mesmo diante da incerteza. Recomeçar é olhar para o outro e para nós mesmos com um novo olhar, mais atento, mais profundo. Quem sabe mais cuidadoso.
Quantas analistas já não fui nesse caminho de 6 anos de escuta clínica! E assim, em cada recomeço, se revela o infinito que é ser. É nesse ciclo de inícios, fins e recomeços que a psicanálise se faz viva, se faz humana e cada vez mais me toca!
6 de maio, dia da Psicanalista!