27/08/2025
A popularização do uso de alinhadores está trazendo novas responsabilidades aos profissionais da Odontologia!
Está cada vez mais comum em meu dia a dia, receber pacientes tratados por outros profissionais que chegam e dizem frases como:
- Acabei o tratamento com alinhadores e agora vim fazer a estética com você*
- Nossa doutor, já gastei tanto para alinhar e agora vai custar tudo isso para somente trocar as restaurações?*
- Terminei o tratamento e agora com a contenção final comecei a ter dores na face pois aperto os dentes e a contenção “morde” estranho, com a placa de bruxismo que usava antes não acontecia isso.*
- Depois da finalização do uso de alinhadores, fiquei com vários espaços entre os dentes, e meu dentista disse que a gora preciso fechar com restaurações pois o alinhador já está finalizado*
*Frases ditas por paciente reais que passaram por minha clínica
Este último relato é o que gostaria de chamar a atenção de profissionais e pacientes.que é sobre a realização do “stripping” ou desgate do esmalte interproximal, para criar espaço para a movimentação. Esta técnica é usada ortodontia, antes mesmo do advento dos alinhadores em alguma situações. Entretanto é necessário muito critério, cuidado, capricho e CONHECIMENTO!
O desgaste intertproximal (stripping) se não devidamente planejado causa danos irreversíveis em pacientes com dentição intacta, a anatomia interproximal pode mudar totalmente e não ser possível a obtenção do contato adequado ao fim do tratamento. Infelizmente muitos pacientes não são informados deste inconveniente em alguns cenários clínicos, e muitos profissionais realizam o mesmo de maneira incorreta, por desconhecimento e/ou falta de capricho.
São inúmeros relatos de pacientes mal informados sobre o tratamento com estes dispositivos. Não sou contra e utilizo em várias situações mas é necessário informar de maneira ética as limitações e todas as eventuais intercorrências. Tenho recebido pacientes jovens, com espaços proximais mutilados por “stripping” mal conduzido.
É um alerta…conhecimento, bom senso, ética e capricho devem coexistir de maneira harmoniosa para o bem e a saúde do paciente.