03/03/2023
Fragilidades
Podemos dizer que nos últimos tempos, um dos sentimentos mais recorrentes entre as pessoas é o da fragilidade. Temos escutado com relativa constância, dos nossos pacientes, o relato de um medo que está a lhes permear a mente, quando não, um pavor amordaçado frente ao porvir. São as crises de insônia que não sedem. A ansiedade opressora que se arrasta. Uma sensação de ruina à espreita. Um sentimento de vulnerabilidade e desamparo o qual mina o dia-a-dia.
Eis o que temos ouvido tanto do empresário bem estabelecido, do advogado de prestígio, como do estudante que está a enfrentar o vestibular; ou do jovem que inicia sua carreira profissional. É a mãe perplexa que tem que oferecer a calma e tranquilidade aos seus, mas cujo coração está oprimido pelo medo.
Ficamos a pensar o quanto disso não é decorrência de dois fatores que temos vivido: a Covid, e a instabilidade política.
A Covid 19 expôs de maneira brutal a fragilidade da vida humana. Um mísero vírus ceifou vidas e mais vidas prematuramente. Milhares senão milhões, choraram a dor de um adeus mudo, enterros sem família, sem amigos, sem apoio. Em decorrência do Coronavirus a economia entrou em colapso.
A instabilidade política das eleições que se materializou na depredação e saque, dos três principais prédios dos poderes da República. Gente que num surto insano pilhava, com sangue nos olhos, vestidos da bandeira nacional, cujo lema, é ordem e progresso o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, e a sede do Supremo Tribunal Federal. E quem eram? – revolucionários, extremistas, subversivos? Não, eram pessoas como nós! Enfim, o absurdo aconteceu!
Some-se ainda a crise mundial, na qual a guerra fria, retorna de maneira traiçoeira. Enfim, o mundo piorou nos últimos dois anos! Assistir ao noticiário tornou-se não uma atualização dos acontecimentos, mas ter que suportar uma avalanche de notícias nauseantes e desalentadoras. Além de comentaristas que só apontam para o caos a bater nas nossas portas.
E então? Como ficamos? O que temos a oferecer?
Oferecemos a nossa inabalável confiança no que há de melhor no ser humano, sua vontade e persistência em sobreviver. Miramos nossa atenção no bom e no belo. Na saúde e no crescimento. Não é porque estamos atravessando um período de crise, que devemos abraçar a ruína e alimentar a morte em nossas mentes. Muito ao contrário, devemos lembrar que é de gota a gota que é feita a benfazeja chuva. É de tijolo por tijolo que uma bela construção é realizada. É de passo a passo que uma jornada se dá. Enfim, a crise pode ser, e é - uma passagem. E porque não tal tempo de perplexidade que atravessamos não pode nos conduzir a um futuro promissor? Por que não podemos abraçar as boas expectativas em nossos corações? Por que o nosso cotidiano não pode ter um desfecho bom e auspicioso?
Por isso, minha cara amiga, meu caro amigo, não se deixe levar. Vá em frente! O bem maior foi lhe dado: a VIDA! Então, alimente bons pensamentos em seu cérebro. Esperanças alentadoras em seu coração. Pois, o bom é tão real e tão exequível quanto essa infeliz ladainha de que tudo está por ruir. Perdidos estão esses lamurientos e desesperançados. Não se deixe contaminar. Pessoas como: Nelson Mandela, Martin Luther King, Madre Tereza, Mahatma Gandhi, Madame Curie, Joana D’Arc, e muitas outras tiveram algo em comum: apostaram e acreditaram nos mais elevados ideais da vida! É essa a nossa meta - o desejo e a construção por um mundo melhor!