20/11/2024
"Juliano Moreira é considerado o introdutor de inúmeros estudos clínicos no Brasil, impulsionou a criação de laboratórios em hospitais e clínicas e foi precursor da psicanálise, numa época em que ainda não se discutia Freud no Brasil. Foi responsável por transformações no modelo de atendimento psiquiátrico, com enfoque mais humano. “Ele retirou as grades das janelas das enfermarias; aboliu os coletes e as camisas de força; criou o Pavilhão Seabra (amplo prédio que abrigava diversos equipamentos trazidos da Europa que auxiliavam no funcionamento de oficinas de ferreiro, bombeiro, mecânica elétrica, carpintaria, marcenaria, tipografia e encadernação, sapataria, colchoaria, vassouraria e pintura), onde os assistidos realizavam atividades que auxiliavam em sua recuperação e lhes traziam alguma renda”, escreve Jacobina. Criou a enfermaria infantil, apostou na música nos corredores do hospital como terapia e implantou oficinas artísticas antecipando-se à, posteriormente criada, terapia ocupacional. Apresentou ao físico Albert Einstein, em visita ao Brasil em 1925, as oficinas terapêuticas para os alienados.
Moreira é um dos grandes nomes de estudiosos negros relevantes na saúde mental da história do Brasil e que muitas vezes são apagados de currículos escolares, em um exemplo de como a educação brasileira acentua desigualdade racial e dá menos atenção a heróis negros em diversas áreas."