21/08/2016
Os Arquétipos e a Psique
Da série- Psicodinâmicas do Cotidiano
A psicologia moderna usa a palavra "arquétipos" para descrever os padrões que são universais e que existem em todas as pessoas de todas as civilizações e culturas ,em todos os períodos da História.
O nascimento, por exemplo, é uma experiência arquetípica , uma vez que todos nós num plano concreto e particular viemos ao mundo num dado momento.
Contudo o nascimento também é uma experiência psicológica toda vez que começamos algo novo ou entramos em uma nova fase da vida.
A morte é uma experiência arquetípica, pois com certeza iremos morrer um dia.
Entretanto a morte também é uma experiência psicológica, pois nós durante a vida mudamos, e cada vez que terminamos algo existe o sentido da morte..
No mundo da psique as experiências não estão ligadas pela casualidade, mas pelo significado.
Existem outros padrões , que não os concretos , operando dentro de nós.
É o que queremos dizer com os aequétipos do nascimento e a da morte enquanto experiências externa e internas.
Deparamo-nos com elas em diferentes níveis e em diferentes momentos da vida.
Assim retornamos ao enigma daquilo que a psicologia chama de Sincronicidade, pois quando algo está maduro para ser desenvolvido dentro de nós , com frequência o encontramos no mundo exterior.
Toda vez que estamos prestes a nos transformar (quando os arquétipos morte e renascimento estarão presentes) e precisamos desenvolver determinadas qualidades internas, frequentemente aparece uma pessoa de fora como elemento catalisador, com a qual apreendemos muito sobre nós mesmos.
Muitos relacionamentos acontecem em nossas vidas porque a outra pessoa encarna algo que com o tempo apreenderemos a internalizar.
Assim quando o arquétipo da mulher que incorpora aspectos como beleza, feminilidade, maternidade e sedução sente-se atraído pelo arquétipo de masculinidade, que transmite segurança, proteção e estabilidade, existe uma complementação harmoniosa.
Já se a mulher for dominada pelo arquétipo da mãe..... poderá sentir-se atraída por um homem dominado pelo arquétipo do filho que não se garante sozinho - imaturo e inseguro - e acontecerá uma relação definida pela psicologia como disfuncional, mas que será duradoura enquanto estes aspectos da psique continuarem poderosos em cada um dos personagens.
Assim muitos homens "filhos - dependentes" continuarão pela a vida a fora procurando mulheres" mães- protetoras" e muitas mulheres "mães- protetoras" estarão procurando homens "filhos- dependentes" pela vida a fora, enquanto não se tornarem conscientes da força que os arquétipos exercem sobre a psique.
Tais situações poderão acontecer também na forma inversa.