04/08/2025
Hoje venho aqui porque tive contato com um texto que me tocou profundamente — por estar tão próximo da minha prática clínica e das histórias que acompanho.
A matéria falava sobre os “cafés da morte” em Londres: encontros simples, com café, chá e escuta, onde pessoas conversam sobre o fim da vida. Sem pressa. Com presença.
Falar sobre a morte ainda é tabu. Mas o que esses encontros revelam é o oposto: ao nomear, humanizamos. Ao compartilhar, aliviamos. Ao escutar, nos fortalecemos.
Na clínica, acompanho muitos pequenos lutos: perdas de pessoas, de sonhos, de vínculos, de si mesmas. E sempre percebo — quando há espaço para a dor se dizer, algo se transforma.
Não se trata de buscar respostas absolutas, mas de abrir espaço para perguntas corajosas:
– O que me assusta na finitude?
– O que desejo deixar como legado?
– Como posso viver com mais presença, sabendo que a vida é breve?
Talvez você nunca vá a um “café da morte”. Mas talvez hoje possa se permitir um instante de silêncio. De reflexão. Ou de conversa com alguém que confie.
Porque falar sobre a morte — com delicadeza e verdade — é também um jeito de honrar a vida.
🌿 Maricel Espina - .psico