Ana Paula Ferraz - Psicóloga Clínica

16/03/2021

03/04/2018

Decreto da autorresponsabilidade

Escolho não colocar o peso de meu abandono infantil em meu relacionamento afetivo. Escolho não deixar a rejeição cortante da infância desfazer o laço do amor.

Se a relação está feliz ou triste, vou lidar com meu lado adulto, são coisas da vida. Minha criança ferida não chorará suas lágrimas por cima de meu bem. Chorará em meu colo de acolhimento em momentos apropriados.

Escolho não ser dominada pela ganância faminta de minha criança no momento de usar o dinheiro que ganho com meu trabalho. Já sei que essa fome não cessa, que não há medida de satisfação. Aprendi que dinheiro é minha colheita e é sagrado, e não desvalorizo mais o valor do que dou ao mundo com meu serviço e ofício. Criança não trabalha e não lida com dinheiro.

Escolho não deixar nas mãos de minha criança ferida a decisão do que e quando comer, me alimentar. Sei que ela sente que açúcar, álcool e glúten vão finalmente preencher seu vazio de não ter sido vista, ouvida e considerada. Já compreendi que o que alimenta esse buraco é sentir plenamente minha dor, tomando essa responsabilidade em minhas mãos, com pulso firme e de forma amorosa. No entanto, escolho comer com prazer, desde que seja comer sabores para comer sabores, e não para entorpecer o desespero da solidão.

Escolho não fazer s**o e dar meu corpo para receber segurança de qualquer tipo, atenção ou aprovação. Essas são as necessidades infantis não satisfeitas, e não são razão para fazer s**o. Compreendi que criança não faz s**o e escolho fazê-lo para compartilhar de mim e de meu prazer, sem trocas escusas e camufladas. S**o é poder, energia vital e felicidade. Eu dou, sou, estou e, assim também recebo de quem tem o mesmo tamanho que eu.

Dou quando escolho dar, recebo quando me abro, determino e ponho em ação o meu ser objetivamente no mundo.

Escolho parar de reclamar e dar de mim para a vida. E o passo fundamental é a autorresponsabilidades que tomo pelas minhas faltas e meus ais. Admito que já recebi tudo de meus pais, e o que ainda me falta, eu mesma vou buscar. O que é de meu pai e o que é de minha mãe, deixo com eles. Fico com o que é meu. Essa é a valiosa tarefa de discernir.

Vou para a vida de mãos dadas com minha criança e sou a melhor mãe que ela poderia ter. Aceito as dificuldades da vida e escolho crescer com elas. Assim é. Agradecendo aos ensinos, aos professores e à vida, sigo.

Andrea Quirino de Luca

20/03/2018

O desenvolvimento subjetivo é algo singular, mas a gente sabe que os atravessamentos culturais, sociais e das relações são parte importante da construção do universo psíquico e da subjetividade. Também é possível dizer que sabemos que dentro do discurso social que embasa a cultura e a sociedade existe o machismo, que é um problema sistêmico e social. Logo, ele também atravessa as construções subjetivas dos sujeitos.

A dica de leitura de hoje é um texto que propõe reflexões e aponta para o potencial adoecimento mental que este problema sistêmico gera em mulheres, crianças e homens.

De autoria da colega Ana Cláudia Delajustine e publicado pelo site Casa da Mãe Joanna, este artigo fala também da vivência dentro de espaços terapêuticos que atendem às demandas das mulheres. A partir da minha experiência como psicóloga posso dizer que é muito raro fazer escuta de uma mulher que não tenha o atravessamento de violências psíquicas, simbólicas ou físicas geradas pelo machismo e isso é muito impactante.

Este momento onde o feminismo gera debates e reflexões abre espaço para que as mulheres entendam que não é normal grande parte do que se aprende sobre o que é ser mulher e qual papel uma mulher deve exercer na sociedade. E é aí que se faz a diferença: muitas mulheres têm descoberto que podem mudar isso, que podem falar sobre e buscar ajuda.

Feminismo & saúde mental X Patriarcado & adoecimento psíquico: https://goo.gl/L2nSkD

15/03/2018

Antes de um dia de luto, hoje é um dia de luta. Impossível não registrar a presença de Marielle Franco, vereadora da cidade do Rio de Janeiro, nascida na Favela da Maré, ativista negra, feminista, lé***ca, que lutava pelos direitos humanos e foi executada, na noite de ontem.
Que tenhamos força pra seguir lutando! Marielle, presente!

14/03/2018

Ontem foi lindo! Obrigada a todas que puderam comparecer. Pra quem não pode, a íntegra do evento está disponível nesse link goo.gl/GjLCiw

Preciso ainda agradecer a Joanna Burigo e ao Emancipa Mulher pelo convite. É muito gratificante poder falar ao lado de tantas mulheres fortes. Muito obrigada!

14/03/2018

Meme motivacional passando pela sua timeline pra lembrar que sempre que não der pra levantar a cabeça, princesas, dá pra procurar uma psico pra falar sobre as nossas questões a tempo de não deixar a coroa cair. E se cair? A gente junta :)

13/03/2018

É hoje, às 18h30min. Chega cedo pra garantir o lugar, a entrada é franca e o evento tá lindo. Quem não puder ir, pode conferir ao vivo o que vai rolar, é só ficar de olho por aqui: goo.gl/G1Qhig

10/03/2018

Na terça-feira, dia 13, irei participar desse evento maravilhoso que vai acontecer no Teatro de Arena.

Já tinha avisado por aqui, mas essa divulgação linda merece destaque!

O evento ainda conta com a mediação da presidente do Emancipa, Luciana Genro e da Coordenadora do Emancipa Mulher, Joanna Burigo e com a participação de Monique Prada, Priscila Fróes, Juliana Zubaran, Christiane Russomano Freire, Ana Bernarecki e Fernanda Malchionna.

Link do evento: https://www.facebook.com/events/166585237470453/

08/03/2018

Em alguns casos, eu diria que, se você se pega fazendo a mesma coisa toda hora e se frustra por não conseguir mudar, então talvez possa se beneficiar de alguma ajuda.

Não existe regra. Se você sente uma espécie de pressão emocional interna que não vai embora e não se sente melhor depois de conversar com seus amigos ou ao cuidar de si mesmo (exercícios, sono, boa alimentação), você pode se beneficiar de consultar um terapeuta.

07/03/2018

No dia 13 de março, às 18h30, participo do evento Arena Feminista que é organizado pela Emancipa Mulher, como parte das atividades do mês do dia internacional das mulheres.

A ideia é levar ao palco mulheres de diferentes áreas para bater um papo sobre questões relativas a gênero, raça, representatividade, políticas públicas, diversidade. Também acontecerão performances de algumas mulheres que fomentam reflexões feministas através da arte.

Vamos?

https://www.facebook.com/events/166585237470453

06/03/2018

Às vezes pensamos que o mundo está contra nós ou que as pessoas não gostam da gente. Mas isso não é verdade. Muito do que você sente e com o que se preocupa existe dentro da sua cabeça e a terapia acaba sendo uma boa forma de lidar com as complexidades que criamos no nosso pensamento.

05/03/2018

Um novo ciclo começa, em novo endereço: Rua da República, 567 | 104 - Cidade Baixa.

05/03/2018

13/09/2017

Setembro é um mês dedicado ao tema "Suicídio". A campanha chamada "Setembro Amarelo" busca mais informação, conscientização e espaço de reflexão sobre o suicídio, tema que em muitos momentos não tem atenção devida e que pode figurar como consequência de diversas questões que podem ser evitadas quando trabalhadas.

Para pensar um pouco sobre isto, a sugestão de hoje é conhecer melhor a campanha e iniciar uma série de postagens sobre esta temática delicada, as relações do suícidio com depressão e outras questões de saúde mental, a importância de olhar para o contexto social e histórico que vivemos e como eles influenciam para a concretização das ideais suicidas.

Link da campanha: http://www.setembroamarelo.org.br/

06/09/2017

Pessoas interessadas em atendimento clínico, podem entrar em contato pela página e também pelo celular, via aplicativo Whatsapp, pelo número (51) 9 97790460.

29/08/2017

Mesmo depois de muitas mudanças alguns relatos de experiência de mulheres lé***cas causam espanto!

Helena Bertho, do site UOL, fez uma reportagem com diversas mulheres que relatam suas experiências com atendimento médico não acolhedor, ginecologistas despreparados para atender mulheres lé***cas e como essas violências são constrangedoras e dificultam o acesso de muitas mulheres à saúde.

Link: https://goo.gl/mB9xpp