26/05/2024
Todos nós fomos afetados por esse dia 02 de maio, que parece se estender, dia após dia, na esperança de dias melhores. Nunca imaginávamos que dias de chuvas se tornariam um mês e, quem sabe, muitos meses de reconstrução.
Agora se faz necessário ter forças e união para limpar as ruas, as casas e os comércios para seguir adiante, mesmo devastados. E se as lágrimas caírem é porque fazem parte da limpeza para se preparar para uma nova vida.
Muitas pessoas queridas e milhares de gaúchos perderam conquistas de uma vida inteira, a dignidade e até uma parte da sua identidade. Perderam vidas, amores. E essa é uma dor particular, sem peso e nem medida. Não existe uma dor maior que a outra. Não existe competição de sofrimentos, porque, muitas vezes, se tem dificuldade de dizer em palavras tudo que se sente.
Eu fui pouco afetada e agradeço a Deus por isso! Vivo apenas a falta ou o racionamento de água há 24 dias, mas baldes são mais fáceis de carregar do que as perdas.
O que me afeta mesmo é a empatia e a serenidade que preciso ter pra ajudar e me ajudar. E eu vou seguir trabalhando em prol da saúde mental de muitos!
Além disso, estou revendo os meus próprios sonhos... O meu projeto rescente de morar perto do Guaíba está sendo repensado. Não sei mais se quero me mudar. Amo o por do sol, amo a Zona Sul, mas, infelizmente, não sei se existe mais segurança.
O momento é de reconstruir vidas, de ressignificar e de viver o presente, UM DIA DE CADA VEZ