07/07/2025
Sándor Ferenczi (1873–1933) foi um psicanalista húngaro, residente em Budapeste e contemporâneo de Sigmund Freud. Foi considerado não um seguidor do mestre, mas sim um interlocutor de Freud, através das diversas cartas trocadas com o pai da psicanálise.
Ferenczi propunha uma psicanálise na qual estivesse assentada em uma relação terapêutica de confiabilidade. Na sua prática clínica reconheceu o paciente com uma história que precisava ser legitimada, a partir de uma relação de confiança e verdade.
O autor destacou a realidade externa abusiva como sendo a gênese do trauma. Salientou a importância de se voltar para as questões da realidade contada e repetida, pelo paciente, na tentativa de elaborar o trauma vivido. Assim, questionou a teoria da sedução Freudiana, quando pressupõe um outro vértice de compreensão e credibilidade: o paciente como vítima de um adulto sedutor e, portanto, abusador.
Expressões como: fruto bicado, anjo da guarda, bebê sábio, criança mal acolhida, entre outros, estão presentes nos quatro volumes das suas obras.
Ferenczi, considerado o l’enfant terrible da psicanálise, foi marginalizado ficando por 60 anos no anonimato. Em 1993, considerado o ano Ferenczi, passa a ser estudado com apreço e dedicação por aqueles que almejam uma psicanálise mais viva, atual e, acima de tudo, ética.
📌 Neste 7 de julho, a psicanálise tem muito a celebrar.
✍️ Marta Coelho Leal
Psicóloga, Especialista em psicologia clínica, psicoterapeuta psicanalítica, docente e supervisora do IEPP e membro do Comitê Sándor Ferenczi Estudo e Pesquisa.