07/03/2019
Esses dias uma amiga grávida me perguntou como ia ser a vida dela depois que o bebê nascesse...e eu disse que do meu trabalho com mães e bebês o que mais acontecia era as mães complicarem muito suas vidas, muitas vezes com regras muito rígidas (cada mãe com seus motivos)...mas que ela poderia sim ter uma maternidade tranquila, que confiasse no vínculo dela com o bebê... que se permitisse receber ajuda (mesmo que pessoa faça com o bebê um cuidado um pouquinho diferentes do dela - bom senso né) e tb ser cuidada...que no turbilhão todo que é se tornar mãe, que ela pudesse ser flexível pois nenhum dia é igual ao outro ... E aí o textinho abaixo contempla muito o que eu gostaria de dizer para ela e para outras mães
Lindo texto da nossa autora Thais Vilarinho sobre o que realmente importa na maternidade
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As vezes tenho vontade de ter o poder de voltar no tempo só para dizer algumas coisas no meu ouvido.
Queria voltar bem no início da minha maternidade, bem naquela hora terrível do anoitecer só para me dizer que nada precisa ser a ferro e fogo.
Tenho vontade de entrar no meu antigo apartamento exatos 11 anos atrás, no meio da madrugada, e dar de cara com a Thaís ninando o Matheus, de pé, por horas a fio tentando a todo custo fazê-lo dormir no berço, só para não colocá-lo na cama. Tenho vontade de dizer pra ela: não é isso que importa. Ele dormir ou não na sua cama não vai fazer a menor diferença lá na frente. Relaxa. Deita. Se aninhe com ele, aproveita o cheirinho de bebê e durma.
Tenho vontade de voltar na hora de um almoço qualquer que o Matheus não quer comer nada e dizer: não se preocupe. Se ele tivesse com fome teria comido. Lá na frente isso não fará a menor diferença. Acredite.
Tenho vontade de voltar em um dia de casa cheia, uma comemoração qualquer. Aqueles dias que o bebê sai da rotina, não consegue dormir e só quer colo. Queria dizer para mim mesma relaxar e desistir de fazer com que o bebê, em um dia atípico siga os horários de sono.
Queria voltar em um fim de tarde qualquer que eu e o Matheus pequenininho descíamos no prédio para brincar. Fins de tarde inesquecíveis que nos divertíamos, dávamos risada. Que eu o amassava, enchia de beijo e tirava umas fotos tortas como essa aí. Fins de tarde que ele gargalhava enquanto eu corria atrás dele. Queria voltar para dizer que é só aquilo que importa.
E mesmo sabendo que eu não posso voltar, que a maneira como eu agi lá atrás vai mudar, fico extremamente feliz de poder partilhar com vocês que estão no começo da caminhada.
Não deixe as regras, a rotina e os horários pesarem. Tirarem o brio, a beleza do seu maternar.
O amor, apesar de sua imensidão, não pesa nem um grama.
Texto:
Autora do 📖: Mãe Fora da Caixa