21/10/2021
Outubro é o mês de conscientização quanto à prevenção do câncer de mama, campanha necessária e que salva vidas, levando informações quanto a exames, autoexame, cuidado e autocuidado.
Mesmo o mês já estar se encaminhando para o fim, sendo assim, também gostaríamos de falar sobre um assunto que engloba as mulheres e a relação com o sua autonomia, que é a mulher e a direção.
De que forma estes assuntos se relacionam?
O que seria o autoexame no trânsito? Seria avaliar o seu próprio desejo com relação à habilitação? Acreditamos que este pode ser um autocuidado. Na prática, identificamos que o autoexame da mulher relacionado a sua vontade de dirigir pode demorar anos para ser realizado, será que o número de condutoras demonstra esta dificuldade? Vejam alguns dados, até março de 2021, o Brasil tem o total de 25,8 milhões de condutoras, representando 35% das carteiras de habilitação.
Podemos refletir sobre quais poderiam ser as causas, e podemos lançar diferentes hipóteses: seria o machismo que aparece de forma sutil, desde brincadeiras infantis, até crenças populares que mulheres dirigem mal. Quem nunca ouviu a frase mulher no volante, perigo constante? Ou seria a baixa estima, de não se sentir com competência para dirigir? Ou ainda, sobrecarga de tarefas, já que na maioria das famílias cabe às mulheres o cuidado da casa e de todos e ela vai ficando para o final da fila.
Talvez todos estes fatores influenciam, tanto para iniciar o processo de habilitação, quanto para concluí-lo, na medida em que o índice de mulheres que reprovam nas provas práticas de direção são o dobro do que os homens, só no RS como também, elas são a maioria com medo (fobia) de dirigir.
Por outro lado, quando elas dirigem, estudos apontam que elas são mais cuidadosas, e apenas 6,3% delas se envolveram em acidentes fatais, e direção de risco. Além disso, a cada 4 mortes no trânsito, uma é mulher.
Por fim, talvez, todos nós possamos realizar um autoexame sobre os preconceitos relacionados à condução da mulher no trânsito, valorizando e auxiliando a mulher a quebrar as barreiras para assumir seu desejo, ampliando a sua autonomia e seu autocuidado.
Por Jane Michels e Aurinez Schmitz.