A Constructo é uma instituição psicanalítica que propõe a transmissão da psicanálise a partir do texto freudiano não se limitando, contudo, a repetir simplesmente os enunciados ali propostos, assim revestido-se do espírito crítico, investigador e criativo que norteou a originalidade do trabalho de Freud. Fundada por um grupo de psicanalistas que sustenta seus questionamentos numa mesma ética e numa perspectiva comum, a Constructo se constitui como um espaço de formação, estudo, trocas, reflexões e de produção de pensamento; espaço no qual novas perguntas possam ser formuladas e novos ordenamentos possam ser buscados, sempre no sentido de tentar elucidar as questões ainda não metabolizadas, separando os núcleos de verdade da teoria freudiana daqueles conteúdos que não encontram mais sustentação em nossa vida contemporânea. Para isso, fez-se necessário romper com uma psicanálise de certezas, cujo pretenso saber se atrelaria a verdades coaguladas,uma psicanálise essa que acredita poder opinar sobre tudo, sem se rever, sem se examinar suas próprias dificuldades internas, impedida de compreender os fenômenos de produção da subjetividade e de repensar o lugar que ocupa no campo intelectual e no campo da ciência contemporânea. Dentro, então, de uma linha que busca propor modelos que sirvam para entender e transformar, e que procura avançar com profundidade nas possibilidades de uma prática capaz de gerar novas condições simbolizadoras, a Constructo se propõe a trabalhar também textos de psicanalistas pós-freudianos como Jean Laplanche e Silvia Bleichmar; autores que, a partir de uma produção fecunda e estimulante, propuseram uma leitura problematizante de Freud, ou seja, fizeram trabalhar temas fundamentais da psicanálise que, justamente a partir das ambiguidades e contradições encontradas ao longo da obra freudiana, convidam-nos a sua própria retomada. Embora sensível às questões impostas pela realidade de nossos tempos e suscitadas na prática analítica com pacientes, a Constructo privilegia o estudo da Psicanálise do Infantil. A expressão 'do infantil' pretende não apenas marcar a posição central que a sexualidade infantil ocupa na psicanálise, mas também caracterizar os momentos de constituição da tópica psíquica, que se dão no marco de uma história, de um modo absolutamente singular, em função daquilo que se inscreve psiquicamente, da forma como se retranscreve e se ressignif**a 'a posteriori'.
'Psicanálise do Infantil' pretende enfatizar os momentos constitutivos do psiquismo, quando são inscritos os grandes movimentos pulsionais e na medida em que se estrutura um aparelho psíquico que metaboliza e retransforma as relações com o outro humano em constelações desejantes. Impossível de ser superado, o infantil está inscrito para sempre no que o sujeito sabe e, mais fundamentalmente, naquilo que ele não sabe. Assim, a presença do inconsciente como insistência do infantil inscrito não é passado, na medida em que se caracteriza por ser uma presença permanente daquilo que foi vivenciado, mas que não pôde converter-se em experiência por impossibilidade de metabolização psíquica. Entre em contato conosco e conheça ainda mais nosso trabalho!