16/10/2025
Você já percebeu como lembramos mais do que doeu do que do que nos fez bem?
Diz-se que as experiências negativas são gravadas em pedra, enquanto as positivas se escrevem na areia.
Nosso cérebro foi moldado para registrar a dor com mais força do que o prazer.
É uma forma de autoproteção: quando algo nos ameaça, o sistema límbico dispara um alerta e grava aquele episódio como lição de sobrevivência — para que não se repita.
As experiências boas, ao contrário, não despertam medo.
O cérebro entende que não há risco e, por isso, as deixa ir.
Assim, as lembranças dolorosas ficam esculpidas, enquanto as positivas se desfazem com o tempo.
Mas há algo ainda mais profundo: as leituras disfuncionais.
Muitas vezes, o que ficou registrado como dor não é apenas o que aconteceu, mas como o cérebro interpretou.
Na tentativa de nos proteger, ele distorce o significado da experiência, cria crenças e generalizações.
E então a pessoa passa a reagir não mais ao fato real, mas à memória distorcida dele.
Segue errando, repetindo padrões e tentando evitar um perigo que já não existe.
A psicoterapia — especialmente a TCC e o EMDR — ajuda o cérebro a corrigir essas distorções, reprocessar lembranças e integrar o que antes era dor em forma de aprendizado.
O que foi gravado em pedra como sofrimento pode, enfim, transformar-se em força e consciência.
🜂 Nem tudo o que o cérebro guardou em pedra é verdade.
Às vezes, é apenas proteção.