22/06/2024
Vamos conversar?
Na contemporaneidade, a capacidade de se expressar verbalmente de maneira eficaz e profunda entre as pessoas tem se deteriorado significativamente. A era digital, marcada pelo predomínio das redes sociais e das comunicações virtuais, criou um ambiente onde a interação rápida e superficial muitas vezes substitui o diálogo genuíno e reflexivo. A comunicação face a face, que requer empatia, escuta ativa e articulação de pensamentos complexos, está se tornando uma habilidade cada vez mais rara. Em seu lugar, observamos uma tendência crescente de "acting-out", onde as emoções e conflitos internos são externalizados através de comportamentos impulsivos e, muitas vezes, infantis, em vez de serem processados e discutidos verbalmente.
Este fenômeno de regressão comportamental se manifesta de diversas formas, desde reações emocionais exageradas e inapropriadas até a adoção de padrões de comportamento que remetem à infância, como birras e demandas imediatistas. A falta de habilidade em articular sentimentos e pensamentos complexos leva muitos a recorrer a essas expressões primitivas como uma forma de lidar com frustrações e conflitos. Essa dinâmica não apenas afeta negativamente as relações interpessoais, mas também contribui para um ambiente social onde o entendimento mútuo e a resolução de problemas através do diálogo se tornam cada vez mais difíceis. Em suma, a perda da capacidade de expressão verbal está fomentando uma cultura de imaturidade emocional e comunicação ineficaz, dificultando a construção de relações saudáveis e a resolução construtiva de conflitos.