11/05/2025                                                                            
                                    
                                                                            
                                            Hoje é Dia das Mães. Um dia inteiro dedicado a homenagens, flores, sorrisos e gratidão. Mas nem todo coração de mãe amanhece leve nesse domingo. Porque há mães que não estão sendo lembradas. Mães que não ganharam cartão, nem café da manhã na cama. Mães que carregam no peito a ausência mais dolorida do mundo: a ausência de um filho.
E é por essas mães, como eu, que hoje eu escrevo.
Ser mãe não é apenas ter um filho nos braços. É ter um amor que não se apaga, mesmo quando o tempo e a vida tentam arrancar tudo de dentro da gente. Ser mãe é sentir o coração bater fora do corpo. E quando esse corpo já não está mais aqui, o coração continua… procurando, amando, lembrando.
O mundo fala sobre mães que cuidam, que criam, que educam. Mas esquece de falar das mães que choram no silêncio. Das mães que olham para o céu com os olhos marejados. Das que dormem abraçadas à saudade. Das que continuam sendo mães de filhos que agora vivem só na memória, na alma, no amor que nunca partiu.
Eu sou uma dessas mães. E mesmo com os braços vazios, meu coração continua cheio. Cheio de amor, de lembranças, de tudo o que vivemos ou que sonhei viver. Sou feita de uma maternidade que resiste ao tempo, que pulsa no silêncio, que se fortalece a cada data, a cada dor, a cada passo que preciso dar sozinha, mas por dois.
Neste Dia das Mães, eu quero dizer: nós, mães enlutadas, somos mães também. Somos, talvez, ainda mais mães. Porque aprendemos a maternar na ausência, a embalar o vazio, a transformar dor em memória, saudade em presença invisível.
Há muitas formas de ser mãe: a mãe que acolhe, que ensina, que se doa; a mãe solo, que luta com o coração na mão; a mãe de coração, que escolhe amar profundamente e nós... as mães que aprenderam a continuar sendo, mesmo quando a vida levou quem mais amávamos.
Que hoje, no meio de tantas flores, alguém se lembre de nós. Que nossos filhos sejam honrados, mesmo que não estejam mais aqui. Que nossos nomes sejam ditos com amor, e não com pena. Que a nossa maternidade seja vista, sentida, reconhecida.
Porque ser mãe vai muito além da presença. Ser mãe é eterno.
E eu sou mãe. Para sempre. Mesmo que só possa abraçar meu filho com a alma.