Marília Braga Pediatra

Marília Braga Pediatra
Pediatra especialista em pneumopediatria e em construção de uma maternidade neu Sou médica pediatra, especialista em Pneumologia Infantil.

Graduada pela Universidade Federal de São Carlos com residência médica em pediatria pela Universidade Estadual de Campinas e especialista em Pneumologia pela Universidade de São Paulo.

A chegada de um novo bebê é uma revolução na família. Muda a rotina, os espaços físicos da casa, as relações. Hoje, fala...
21/09/2022

A chegada de um novo bebê é uma revolução na família. Muda a rotina, os espaços físicos da casa, as relações. Hoje, falamos muito mais sobre o puerpério (que dura bem mais que meros 45 dias!), sobre paternidade ativa e presente, sobre como muda a vida do casal, a visão de mundo, os objetivos, os medos, até a nossa relação com o trabalho, enfim.

Mas quando o assunto chega nas outras crianças da família, parece que a expectativa geral é de que ou elas fiquem indiferentes ou colaborativas, felizes, achando tudo o máximo de bom.

Ou seja, ampliamos a nossa compreensão sobre os impactos em nós, adultos, mas seguimos achando que as crianças precisam ser boazinhas e ficarem bem quietinhas com o irmãozinho(a) que chegou que é pra não dar MAIS trabalho para os adultos já enlouquecidos de demandas!

Essa expectativa é cruel e desconsidera a própria humanidade da criança que, sim, irá reagir a uma mudança tão profunda em sua vida familiar.
Desconsidera a imaturidade cerebral que, mesmo em crianças mais velhas, torna mais difícil a auto-regulação.
Desconsidera o sentimento da criança, como se momentos de tristeza ou de revolta por ter que dividir seus pais/seu espaço/suas coisas fossem inaceitáveis ou significassem que são más ou egoístas.

Nós precisamos entender que não existem sentimentos ruins. Tristeza, raiva, ciúmes, inveja. Todos já experimentamos ou iremos experimentar deles algum dia.
As emoções brotam de forma espontânea e não intencional. Na criança, ainda imatura neurologicamente, elas podem inundar e transbordar através de ações, essas sim, potencialmente ruins. Portanto, é fundamental que os sentimentos sejam acolhidos, que a criança mais velha se sinta segura para sentir e para demonstrar o que sente, que encontre compreensão e ajuda para se auto-regular, que se sinta amada incondicionalmente.
Isso vai ajudar a diminuir os episódios de descontrole emocional, seja em forma de birra, de agressividade, de choro, etc.

Tudo o que a criança precisa, principalmente nos momentos de ruptura, é a certeza de que é e será amada apesar dos seus momentos ruins, sentir-se acolhida e pertencente. Só assim, ela pode mostrar o que tem de melhor!

Como eu estou monotemática, vou trazer mais uma reflexão sobre “linguinha presa” e depois eu paro (será?! 😂)Muitos profi...
18/09/2022

Como eu estou monotemática, vou trazer mais uma reflexão sobre “linguinha presa” e depois eu paro (será?! 😂)

Muitos profissionais mantêm-se céticos em relação aos possíveis impactos da anquiloglossia. Parte dos questionamentos se baseia no abrupto aumento da incidência a partir da triagem com o teste da linguinha nas maternidades a partir de 2014 (em Prudente, ele não é feito em todas, infelizmente). Como se antes disso, não houvesse tanto caso assim e, portanto, haveria um excesso de diagnósticos.

Eu mesma, na residência de pediatria (antes do teste da linguinha virar lei 👵🏻), vi poucos casos no estágio de neonatologia por queixa na amamentação logo após o nascimento: mães com dor, bebês com desidratação. Na época, fazia-se o “pique” - uma incisão local do freio - e tchau. Não se discutia acompanhamento, fonoterapia e/ou a possibilidade de vir precisar de cirurgia (frenectomia).

Acontece que esses bebêzinhos são a ponta do iceberg!
Muitas duplas mãe-bebê não terão dificuldades na amamentação, pelo menos não no início. Alguns terão problemas após a apojadura, quando o volume de leite aumenta e a língua não dá conta. Outros diminuição importante no ganho de peso lá com 2-3 meses. Outros terão dificuldades na introdução alimentar ou com a fala percebidas só muito mais tarde (a famosa “língua presa”).
E como as ciências da saúde não são exatas, alguns nunca terão nenhuma queixa clínica!

Por tudo isso, é tão importante reconhecer os sinais/sintomas e ter uma avaliação interdisciplinar e a longo prazo da função dessa língua!

Eu fiquei desesperada para operar logo assim que diagnosticaram o Pedro! Meu raciocínio era lógico: se tem algo prendendo, vamos soltar ué!
Mas depois de ser conduzida pela mão pela e pela e ler MUITO, entendi que a coisa não era tão simples assim e que é preciso ponderar o impacto na função, a anatomia do freio de cada paciente e as queixas.

Assim, seguimos aqui, por ora sem indicação cirúrgica, melhor clinicamente (embora persistam algumas queixas) e sempre vigilantes!

Abraços!

Oiii! Voltei pra falar mais um pouco sobre os sinais que podem estar relacionados à anquiloglossia (freio lingual curto)...
17/09/2022

Oiii!

Voltei pra falar mais um pouco sobre os sinais que podem estar relacionados à anquiloglossia (freio lingual curto).

🤱🏻😫 Dificuldades persistentes na amamentação, como: dor, fissuras mamilares, dificuldade de ganho de peso, hiperlactação ou baixa produção de leite - mesmo após manejo da pega e de outras possíveis causas.

👄 Dormir com a boca aberta/respiração oral. Durante o sono profundo, o bebê pode abrir a boca por relaxar a musculatura. Nessa situação, a respiração não é ruidosa (não tem roncos!) e se vc fechar a boca do bebê, ele continuará dormindo e respirando normalmente!
Outras causas: obstrução nasal por secreção, atresia de coanas nasais, hipotonia muscular, alterações estruturais da face ou da língua como a macroglossia por exemplo e o uso de chupeta.
Então, se seu bebê não tem nenhuma condição que justifique respirar pela boca, mas mesmo assim está sempre de boquinha aberta, vale a pena se atentar!

👅 Língua que não descansa no ceu da boca durante o sono e/ou que não se eleva durante o choro - justamente pela perda de mobilidade causada pelo freio encurtado.

👅 Língua com o leito sempre branco com resíduo de leite. Como a língua não consegue se mover adequadamente, a sua função “autolimpante” é prejudicada e ela acumula esse resíduo.

↔️ Bebês com preferência importante por um lado na hora de mamar. Isso pode ter outras causas também que podem tanto existir isoladamente (torcicolo congênito por exemplo) como coexistir com a anquiloglossia.

🪨 Bebês muito rígidos, tensos, com dificuldade em tolerar posições diferentes das assumidas espontaneamente. Ex: não toleram ficar de bruços, muita dificuldade na hora da troca de roupa.

Crianças maiores PODEM ter (não significa que terão necessariamente!!!):
➡️ atrasos no desenvolvimento motor
➡️ dificuldades na introdução alimentar
➡️ problemas no desenvolvimento/articulação da fala
➡️ maior incidência de problemas dentais

Vc já tinha ouvido falar nisso?
Caso tenha vivido isso na família, lembra de mais algum sinal/sintoma?!

Bom fim de semana! 😝

📸 1 e 2 são do meu filho
📸 3 retirada da internet pra mostrar o leito da língua com resíduo de leite

Resolvi colocar em post porque muitas pessoas gentis têm vindo me perguntar se as coisas melhoraram em relação à amament...
15/09/2022

Resolvi colocar em post porque muitas pessoas gentis têm vindo me perguntar se as coisas melhoraram em relação à amamentação. E sim, estou muito feliz e aliviada em dizer que aos pouquinhos estamos melhorando!
Não é uma evolução linear, temos dias ótimos e dias não tão bons e em um mesmo dia algumas ma**das muito boas e outras bem caóticas. Mas no balanço geral o saldo está positivo, tanto que as fissuras nos mamilos já cicatrizaram e o Pedro tem ganhado peso bem!

Vou aproveitar então pra reforçar os sinais de que as ma**das estão sendo efetivas:
- SEM dor/desconforto na mãe. Uma sensibilidade principalmente no início da ma**da é ok, mas ma**das francamente dolorosas é sinal de algo está errado!
- Bochechas cheias/arredondas durante a ma**da. Bochechas encovadas são um dos sinais de pega errada.
- Pausas para deglutição do leite. Aquele bebê que suga ininterruptamente e rapidinho, sem pausa, provavelmente está fazendo sucção não nutritiva.
- Silêncio ou som da deglutição. Mamadas muito ruidosas com estalidos, barulho de beijinho ou outros sons podem tbm ser sinal de má pega.
- Bebê relaxado após a ma**da. Isso não é uma regra 100% do tempo porque pode haver algum motivo para desconforto pontualmente. Mas bebês que após mamar se mostram sempre irritados ou chorosos devem acionar um alarme!
- Eliminações: xixi abundante - no mínimo de 5-6 trocas de fraldas/dia. Evacuações líquidas ou semi-líquidas de cor amarelo-esverdeada a partir da descida do leite (4-5º dia de vida a depender). 🚨Detalhe importante aqui: bebês exclusivamente amamentados podem ficar dias sem evacuar - desde que sem outros sintomas - mas isso não vale para os primeiros 30 dias de vida! Recém-nascidos sem evacuar precisam ser avaliados para baixa ingesta de leite e/ou outras causas!
- Ganho de peso. Não vou focar em valores de ganho mínimo por dia, mas faz parte sim da avaliação global do recém-nascido o ganho de peso!

E de novo, para as gestantes ou recém-mães que possam estar passando por dificuldades neste momento e que desejam continuar apesar delas: procurem ajuda especializada!
Tem muita coisa a se fazer pra melhorar!

❤️

📸 selfie com filtro pq ninguém merece kkkkk

Após o post anterior, recebi msgs de pessoas preocupadas com as manchinhas na cabeça do Pedro. Como elas são frequenteme...
06/09/2022

Após o post anterior, recebi msgs de pessoas preocupadas com as manchinhas na cabeça do Pedro. Como elas são frequentemente motivo de dúvidas dos recém-pais, quis aproveitar pra explicar aqui.

Esse tipo de lesão de pele se chama “mancha salmão” e nada mais são do que um emaranhado de vasos sanguíneos visíveis através da pele - elas já estão presentes ao nascimento, são indolores, planas, rosadas, em geral de tamanho pequeno e se localizam principalmente em nuca, pálpebras superiores, glabela (meio da testa), logo acima do lábio superior. Podem ficar mais visíveis em caso de choro, esforço, calor intenso ou banho quente.
Normalmente, ficam cada vez menos perceptíveis com o crescimento da criança, mas não necessariamente vão desaparecer.

Localizações diferentes dessas que mencionei, lesões com relevo ou que estejam aumentando de tamanho merecem avaliação do pediatra e/ou dermatologista.
Algumas doenças sistêmicas, inclusive genéticas, podem se apresentar com lesões de pele já no recém-nascido.

Abraços!

-nascido

OlarrGente, vim rapidinho pra dar uma dica. Pedro está com 23 dias e de ontem pra hoje está diferente, mais resmungão, a...
05/09/2022

Olarr

Gente, vim rapidinho pra dar uma dica.
Pedro está com 23 dias e de ontem pra hoje está diferente, mais resmungão, acordando mais vezes e com mais dificuldade de pegar no sono e alguns episódios de choro que não consolam no peito.

Já tínhamos usado o ofurô 2x com ele, só pra relaxar mesmo, por sugestão da . Com a Cora, a única experiência de uso ñ foi mto boa, por isso ñ criamos o hábito.
E hoje eu o coloquei de novo, em um desses momentos que ele estava mais choroso. Bom, o fato é que até agora tivemos aproveitamento de 100% porque TODAS as vezes ele fez cocô quase que instantaneamente. Menos de 1 minuto, ele relaxa e o 💩 vem!
Hoje foi ótimo porque melhorou muito a irritabilidade. Ele conseguiu mamar e tirou um bom cochilo depois! 🙌

Uma sugestão, é já deixar uma fralda/toalha fralda separada e a banheira prearada pra finalizar o banho, sem cocô, em outro lugar! 😅.

Desculpem a licença poética da puérpera, mas em se tratando de amamentação, nunca, NUNCA contem com o 🥚no 🆒 da galinha. ...
30/08/2022

Desculpem a licença poética da puérpera, mas em se tratando de amamentação, nunca, NUNCA contem com o 🥚no 🆒 da galinha.

Sério.

Eu desmamei a minha filha mais velha 6 meses antes do nascimento do meu filho, após 2 anos e 2 meses de amamentação exclusiva, achei que seria mamão com açúcar desta vez, mas desde que ele nasceu tem sido um 7x1 diferente.

Tivemos um parto natural sem intercorrências, a tão esperada Gonden Hour com pele-a-pele e amamentação na 1ª hora de vida.
E desde esta 1ª hora, meus m4m1l0s pegaram fogo! Já subi para o quarto com lesões e de lá pra cá cada ma**da tem sido uma luta.

A apojadura veio pra ser a 🍒 do bolo. Ingurgitamento absurdo, tremores, calafrios: massagens, ordenha de alívio, ma**da, compressa fria, repolho, anti-inflamatório.

Como nada é tão simples, as dificuldades por aqui são multifatoriais: disfunções orais, freio lingual posterior/submucoso e dificuldade na pega e posicionamento.
O que vem antes como causa/consequência
(🥚 ou a 🐓?) não sabemos ainda e talvez nunca saibamos.

Mas o que eu queria trazer com isso é:
- Problemas/dificuldades na amamentação são MUITO mais comuns e frequentes do que vc pode imaginar. Então, não, não é só vc que não está conseguindo!!!
- Não existe garantia de nada. Cada bebê é diferente (óbvio) e terá uma história diferente também!
- Dor excruciante, fissuras que não cicatrizam ou extensas, deformações nos mamilos após a pega NÃO são normais, NÃO vão melhorar sozinhas com o “tempo” e podem te fazer desistir!!!
- Procure ajuda especializada se puder e precocemente! A coisa pode ser complexa e aí a multidisciplinaridade é fundamental!
- Não espere uma solução única & milagrosa.

Agradecendo por chegar até aqui (tá por ordem cronológica!):go



Maria Cecília consultora em amamentação (não tenho o Instagram)
Fga Mariana Passos (não tenho o Instagram)

Há exatos 7 dias, eu passava pela experiência mais extrema da minha vida. O nascimento do Pedro se anunciou 1 dia antes ...
20/08/2022

Há exatos 7 dias, eu passava pela experiência mais extrema da minha vida. O nascimento do Pedro se anunciou 1 dia antes com contrações ritmadas, mas “suaves”. Pude dormir, fui ao salão cortar cabelo e fazer as unhas & distrair a cabeça, comi.
No sábado pela manhã, elas começaram a apertar. As afirmações positivas que eu tinha lido, relido e impresso, às vezes pipocavam na minha cabeça, ainda semi-pensante. Lembrava também muito da repetindo pra mim semanas a fio: procure uma posição que sinta confortável entre as contrações, lembra que a dor passa, tenta respirar no intervalo da dor, lembra de abrir espaço com a respiração.
E assim, conseguimos chegar ao hospital só a tempo de nascer mesmo.
Minha doula ia tentando me lembrar de relaxar os ombros, de respirar, de colocar as músicas que eu havia selecionado, de colocar a bolsa quente nas costas, de tirar a bolsa, de colocar de novo.
A e a .go me acalmando com a monitorização, só examinando quando necessário (ainda bem, senão tinha nascido em casa mesmo), me tranquilizaram quando na eminência de nascer, a bolsa estourou e eu gritei: tem mecônioo!!! “Tá quase claro, só um pouquinho”. Quando eu gritei Thaísss porque senti ele coroando e a equipe do hospital ainda não tinha trazido a cadeira pra eu ir para o Centro Cirúrgico e ela prontamente disse algo como “vai nascer aqui mesmo, mais uma força e ele nasce” e assim aconteceu!

Eu agradeço todas as pessoas que fizeram parte desse momento.
Vocês estarão sempre no meu coração e pensamento, mesmo que às vezes eu tenha dificuldade em dizer.
Obrigada a que fez os registros pra que o meu cérebro de geleia consiga rememorar sempre que eu quiser.

A intensidade e a força dessa experiência estão me ajudando a passar pelas dificuldades do momento, que em outra hora venho relatar pq ainda não consigo falar disso.
Parto é nascimento e morte. É transformação. Eu sempre acreditei nisso e estou vivenciando isto na carne viva, literalmente.

Eu fico sempre meio assim, coisada, quando me perguntam se eu sou “a favor” da amamentação.Pra mim, é o mesmo que dizer:...
09/08/2022

Eu fico sempre meio assim, coisada, quando me perguntam se eu sou “a favor” da amamentação.
Pra mim, é o mesmo que dizer:
- Você é a favor do ar puro?
- Você é a favor da água para matar a sede?!

Veja, existem muitos fatores que fazem com que o ar que respiremos não seja puro. Questões estruturais como a urbanização, poluição, fatores climáticos, etc, mas é óbvio que o ar puro ainda é o melhor!
Assim como existem muitos motivos sociais e culturais pra gente beber outros líquidos além da água: sucos, refrigerantes, uma cerveja… mas isso não significa que a água deixou de ser melhor!

Pra mim, vale o mesmo raciocínio para amamentação. Podem existir inúmeras dificuldades para amamentar. Algumas serão da esfera privada, individuais e assim devem ser acessadas e trabalhadas, se a mãe desejar.
Outras são estruturais: retorno precoce ao trabalho, ausência de flexibilidade de horários, ausência de locais para ordenha e armazenamento, creches e escolas que se recusam a usar dispositivos outros pra além da mamadeira, etc.
Questões culturais como a introdução precoce de bicos ou de outros alimentos, crenças como acreditar que o leite materno não sustenta por exemplo, pressão familiar para desmame, enfim.

Então, como profissional de saúde, não existe isto de pró-amamentação.
Existe a boa e a má prática médica.
É nosso dever ético saber identificar, conduzir e/ou encaminhar as dificuldades com a amamentação, tendo em mente toda a complexidade que pode estar envolvida. Nem sempre poderemos modificar questões estruturais, por exemplo, mas podemos ajudar a família a traçar alternativas e estratégias pra driblar o problema.

E isto tudo está longe de não acolher ou não orientar aquela mãe que realmente não deseja ou que por qualquer razão não pôde amamentar.
Uma coisa não tem nada a ver com a outra e isso precisa parar de ser jogado no colo das mães e dos profissionais como se fosse um FLA x FLU de pró & contra!

Masss se o profissional alecrim mofado age contra mesmo, coloca empecilhos, inventa problemas, se apega a tabelas desatualizadas pra dar conduta ou repete preconceitos e frases de efeito prontas está sim exercendo má prática médica e ponto final. ✌️🕊

Sempre quis usar esse termo “blindar” 😂😬 bem coach! Bom gente, pode parecer repetitivo, mas estar bem informada nunca é ...
08/08/2022

Sempre quis usar esse termo “blindar” 😂😬 bem coach!

Bom gente, pode parecer repetitivo, mas estar bem informada nunca é demais. Isso vai te munir de confiança na hora que as dúvidas baterem! Porque elas irão aparecer certamente. Também vai te deixar mais preparada para retrucar (ainda que mentalmente, tá?!) possíveis críticas ou maus conselhos, mesmo aqueles vindos de profissionais.

A rede de apoio aqui é fundamental. Já é difícil todo o processo de adaptação da mãe e recém-nascido, recuperação pós parto, apojadura. São muitos eventos físicos, hormonais e psicológicos concomitantes. E existe a necessidade de nutrir aquele bebê frágil e demandante à nossa frente. Se a recém mãe estiver responsável ainda pela alimentação da família e dela própria, pela manutenção da limpeza/ordem da casa, pelas compras, pelos compromissos dos outros filhos e etc ela terá obviamente muito mais dificuldade.

A livre demanda é fundamental para o bom estabelecimento da amamentação com um recém-nascido. Qualquer recomendação contrária a isso como: estabelecer horários, intervalos entre ma**das, duração de ma**da e qualquer outra invencionice é intervenção danosa! No começo, isso pode ser quase enlouquecedor porque a demanda parece infinita! Mas não é! Uma vez estabelecida a amamentação, as coisas vão se ajeitando.

Profissionais obstetras, pediatras, consultoras de amamentação podem salvar ou condenar um processo. E não se enganem, mesmo entre profissionais existem ainda muitos mitos e desinformação acerca da amamentação, além das crenças pessoais que podem levar a condutas equivocadas e realmente comprometer toda a amamentação.

Quanto aos bicos artificiais, eles vieram para substituir parcialmente ou totalmente o papel do seio. E é isso que eles fazem. Existem sim bebês que mamam peito e tomam mamadeira e/ou chupam chupeta sem confusão. Mas eles são a minoria e, ao oferecer, nós nunca sabemos como vai ser com aquele bebê. Além de todas os outras consequências dos bicos que não cabe aqui entrar em detalhes, eles podem ser um fator impeditivo da amamentação, principalmente no início.

❤️🤱🏻💪

As mamas já são preparadas naturalmente durante a gestação pelos hormônios gravídicos. O restante do “preparo” ocorrerá ...
05/08/2022

As mamas já são preparadas naturalmente durante a gestação pelos hormônios gravídicos. O restante do “preparo” ocorrerá naturalmente conforme o recém-nascido é colocado para sugar. Esfregar com bucha de banho, tomar sol, passar hidratantes são recomendações já bastante rebatidas uma vez que podem sensibilizar ainda mais as mamas!

Conchas e absorventes de seios servem de meio de cultura para bactérias e fungos (inclusive a Candida) e podem lesionar diretamente as mamas pela pressão negativa da co**ha ou pela fricção do absorvente.

As pomadas podem até ser aliadas quando é necessário algum tratamento para lesões já estabelecidas, mas nunca devem ser usadas como prevenção primária! Elas dificultam a boa vedação da boca do bebê ao seio, o que ocasiona ainda mais erros na pega!

Nada contra as bombas extratoras, principalmente as boas! Aliás, tudo a favor! Mas você não PRECISA delas se quiser amamentar. Ordenhas de alívio e mesmo ordenhas para armazenamento podem ser feitas manualmente e com outros dispositivos mais acessíveis.

Bom, sobre as bad vibes ou rede de agouro, nem preciso dizer nada, né?! A gente não consegue evitar que as pessoas venham nos dar suas opiniões não solicitadas, mas podemos filtrar as informações e não nos deixar abater!

E aí, vc lembra de mais alguma coisa?! Marca aqui!

Voltei rapidinho pra falar de outra coisa que está me descabelando nos últimos dias que é a secura do ar! 🌵O ar muito se...
03/08/2022

Voltei rapidinho pra falar de outra coisa que está me descabelando nos últimos dias que é a secura do ar! 🌵

O ar muito seco (abaixo de 40% de umidade relativa do ar) é prejudicial à saúde como um todo, bem resumidamente:
- ressecamento das mucosas respiratórias com desconforto, obstrução/sangramento nasal, muco mais espesso 🤧
- ressecamento de outras mucosas como olhos, boca diminuindo as defesas locais
- desidratação: A) aumenta a viscosidade sanguínea, ruim para pessoas com problemas cardiovasculares B) mesmo leve, pode levar a dor de cabeça, mal estar C) prejudicial para o bom funcionamento dos rins
- aumento da concentração de partículas em suspensão no ar (poluentes, fuligem, vírus): responsável por descompensação de quadros alérgicos/asmáticos e de outras doenças pulmonares crônicas 😷
- reabsorção mais rápida do suor com ressecamento da pele 🐊

E o que fazer pra diminuir os riscos e o mal estar desses dias?

1- aumentar a ingesta de líquidos, sobretudo de água mesmo! 🚰
Para bebês amamentados exclusivamente: livre demanda! Até 6 meses, não precisam de água! 🤱🏻
2- evitar atividades físicas ao ar livre principalmente nos horários mais quentes. Dar preferência para início da manhã e começo da noite, quando naturalmente a umidade sobe um pouco. 🏃‍♂️🚫
3- hidratar a mucosa nasal: nebulização com soro fisiológico morno e soro nasal várias vezes ao dia. Aqui vale tanto o soro líquido quanto as versões de soro em gel (específicos para o nariz). 👃
- colírios lubrificantes.

E o umidificador?
Polêmico! Apesar do uso indiscriminado, o umidificador não tem a capacidade de melhorar a umidade do ar como um todo na casa e PODE ser um veículo de reprodução e dispersão de bactérias e fungos! 🦠
O recomendado é que se deixe longe da cama/berço, ligado por poucas horas contínuas durante o período noturno (1-2 horas), podendo ser usado mais de uma vez.
E é preciso ter muito cuidado com a higienização do mesmo a cada uso.

💦 Toalhas molhadas, bacias de água (cuidado com afogamentos!) também podem ser usados como métodos alternativos pra ajudar a melhorar a umidade de cômodos específicos.

Cuidem-se porque a coisa tá feia!

Quem é vivo aparece 😂 Claro que eu não poderia deixar passar o início do Agosto Dourado - mês dedicado à conscientização...
02/08/2022

Quem é vivo aparece 😂
Claro que eu não poderia deixar passar o início do Agosto Dourado - mês dedicado à conscientização da importância da amamentação e coincidentemente o mês que Pedro vai estrear neste mundão!

Estou enrolando pra falar como foi o desmame da Cora. O motivo?! Ainda estou digerindo e dói falar disso.

Nós tivemos uma história incrível - não sem dificuldades: restrição alimentar por APLV, mordidas, Covid, exaustão - que durou 2 anos 2 meses e alguns dias. Estava introduzindo demanda controlada, negociando uma diminuição lenta que ora era bem aceita e ora não quando passei a sentir desconforto/dor/perturbação às ma**das. Até agora não sei descrever exatamente, mas ficava irritada e desesperada para ela soltar assim que começava a mamar. Repetia, agoniada, que eu tinha um recém-nascido de novo. No meio disso, descobri a nova gravidez e entendi que provavelmente havia relação com as mudanças gravídicas. Achei que melhoraria após entender a “causa”, mas não.

Resolvi, então, desmama-la mais rapidamente. E assim eu fiz, mas a experiência foi horrível. Durante o dia, conseguíamos levar bem, ela se distraía. Mas para dormir era um drama!
As pessoas queriam que eu ficasse longe e eu não queria que ela se sentisse abandonada. Queria estar ali pra ela, sem o mamá. No desespero, deram leite com achocolatado pra ela 🙈, o que de nada adiantou porque ela tomava (aliás, adorou né?!) e obviamente continuava querendo mamar.

Enfim, pensei em voltar atrás inúmeras vezes, mas o medo de ter que, dentro de pouco tempo, fazer tudo de novo me fez insistir neste caminho. Foi cerca de 1 mês de muito choro à noite, ela de um lado e eu de outro. Só adormecia ninando no colo do pai e eu ao lado.

… continua nos comentários…

A violência contra as meninas começa quando aquele colega/parente se refere ao recém-pai como “fornecedor”, quando olham...
15/07/2022

A violência contra as meninas começa quando aquele colega/parente se refere ao recém-pai como “fornecedor”, quando olham uma bebê e dizem que “dará trabalho” e continua quando seu direito de ir e vir é tolhido desde muito pequena ao ser impedida de brincar, correr, pular livremente e segue numa escalada sem fim driblando assédios e abusos no caminho para casa, dentro da perua escolar/táxi/uber/ônibus/metrô, na escola, no cursinho, na faculdade. Ao ter que provar todo o tempo - mais que qualquer menino mediano - sua inteligência e capacidade para ser ouvida. Ao ser cobrada constantemente por sua aparência às custas de não ser bem sucedida ou, pior, de não ser amada!!!

Os meninos são tão vítimas quanto {meninos = crianças do s**o masculino / não homens feitos que escolhem cometer crimes.}
Eles têm sua sensibilidade ridicularizadas, são humilhados se mostrarem amabilidade, são tratados com rispidez e rigidez desproporcionais, apanham mais, tudo sob o pretexto que isso fará deles duros e fortes.
São expostos à p0rn0gr4f14 desde muito cedo , às vezes por pais/parentes (alô, isso é 4bus0!) para que sejam “homens”. São estimulados a verem as mulheres em partes: s3i0s, g3n1t4l14, c0x4s, bund4$ e a classificar tais partes como desejáveis ou desprezíveis.

Desde sempre, dentro de casa, associam as atividades tidas como “femininas” - OU SEJA, tudo ligado ao cuidado da vida: higiene pessoal, doméstica, alimentação, cuidado com outras crianças - como não dignas.
Se um menino pequeno segura uma vassoura, uma boneca ou finge que cozinha durante uma brincadeira, o mundo acaba porque isso é coisa de MU-LHER-ZI-NHA. Se um menino maior faz tarefas de casa, corre o risco de ser repreendido (já vi mães serem esculachadas por ensinar tarefas domésticas para os filhos!).

Ensinamos aos nossos meninos, diariamente, que o que é “de/para mulher” é menos importante, é ridículo, não merece sua atenção ou consideração.
E assim criamos homens que enxergam as mulheres como humanos inferiores, fragmentadas, destinadas a servi-los e que, portanto, podem ser usadas.

Como diz o ditado, quem semeia vento, colhe tempestade…

📸 Criando Meninos - Steve Biddulph

Ontem a super mommy aqui postou um storie toda amostrada, higienizando e cortando frutas. Toda feliz mesmo porque esse t...
07/07/2022

Ontem a super mommy aqui postou um storie toda amostrada, higienizando e cortando frutas. Toda feliz mesmo porque esse tipo de organização é difícil pra mim quando estou trabalhando.

Mas o que não apareceu nos stories foi que a minha filha chegou da natação ontem e quis comer pão, foi cochilar sem banho e sem almoço, acordou chorando pedindo “arroz, feijão e ovo”, almoçou às 15h, comeu melancia, uva e mais tarde quis mais pão e aí claroo que não jantou! Na hora de dormir, pediu maçã, que eu não dei, e foi dormir sem comer. Fim.

A internet é isso aí. Todo mundo só mostra o que quer. E ok, ninguém é obrigado a ficar mostrando aa desgraceiras da vida… mas por isso é tão importante consciência ao escolher o que consumir. Alguns conteúdos, mesmo bem intencionados, podem nos fazer sentir mal. E quando pegar se comparando com a moça perfeita da rede social, lembre-se de que vc não sabe nem da metade do que se passa na casa dela, menos ainda na cabeça e no coração.

Namastê 😂

28/06/2022

Sempre que se fala em lavagem nasal, surgem mtas dúvidas…
“Não afoga?”
“Não tem risco de ir pro ouvido?”
“Se engasgar, pode dar pneumonia?”

Muitos perfis sensacionais já falaram dessas e de outras questões comuns. Não quero ser repetitiva, mas aí vão alguns esclarecimentos que considero relevantes.

- volume: não existe um volume predeterminado e fixo por idade. Pra quem se sente inseguro, sugiro começar com volume menor e ir aumentando. Sugestão: 1) até 6 meses 1-3mL por narina 2) de 6-12 meses 3-5mL por narina 3) acima de 1 ano 10mL por narina

- frequência: é um bom hábito lavar independente de estar doente. Para crianças saudáveis, 2x ao dia já seria ótimo. Crianças com rinite alérgica não controlada ou infecção de vias aéreas superiores podem fazer conforme a necessidade - ou seja, quantas vezes for preciso!

- o que usar? Sempre com soro fisiológico amornado. Nunca lavar com água!!! Evitar usar o líquido gelado - pode piorar a obstrução nasal e diminuir a velocidade do batimento ciliar da mucosa nasal.

- posição? Prefira sempre a criança mais verticalizada, sentada ou em pé com a cabeça levemente para frente e inclinada lateralmente. Cabeça pra direita —> lavar a narina esquerda. Cabeça pra esquerda —> lavar a narina direita. Bebês menores ou no caso de proceder a lavagem sozinho em criança que não colabore, não tem problema em fazer deitado. Procure lateralizar também o corpo e a cabeça e lavar a narina contralateral.

- engoliu? Vai pro estômago, assim como a saliva e o catarro que naturalmente escorre via aérea abaixo.

- engasgou? É o reflexo de proteção que impede justamente que o conteúdo vá para o lado errado e entre no pulmões.

- e o ouvido? Bom, canal nasal, canal lacrimal, seios da face e o meato do ouvido médio são todos comunicantes. O processo inflamatório e a secreção formada já se comunicam em maior ou menor grau em todas essas estruturas. Usando a técnica de lavagem adequada e sem excesso de força/pressão, não há porque se preocupar com o ouvido!

Por favor, não chamem a polícia dos bebês pra mãe doida do vídeo, ela é bem intencionada! 😬

Pense que você mergulhará em águas desconhecidas. O que faria? Muito provavelmente tentaria descobrir antes a profundida...
26/06/2022

Pense que você mergulhará em águas desconhecidas. O que faria?
Muito provavelmente tentaria descobrir antes a profundidade, a temperatura da água, se costuma haver pedras, a força da correnteza ou das ondas, etc etc

Pra mim, a maternidade (e a paternidade também pode ser) é o mergulho mais profundo que alguém pode fazer.

Nenhuma garantia nos é dada: como será a gestação, o parto, as condições de saúde, o temperamento, o s**o, com quem vai parecer, se vai dormir/chorar pouco ou muito…
Precisamos abdicar do controle sobre o que será.

Mas existem aspectos fundamentais que podemos nos apoderar no processo.
- O maior e mais importante de todos é o auto-conhecimento. E não precisa ser monge-zen-budista. É fazer uma auto-análise das próprias expectativas, insegurança e incertezas, dos medos. Reconhecer as emoções e conseguir expressa-las da melhor maneira. Saber que tipo de maternidade/paternidade quer exercer.
- Procurar informações relevantes e confiáveis. Existe o conhecimento que só a prática proporciona, mas estar bem informada (o) traz auto-confiança e tira a dependência total do outro (seja da mãe ou do pai, do médico, da avó, etc).

Cada um de nós terá uma experiência absolutamente diferente, ainda que mergulhemos juntos. A única certeza é que se você for fundo o bastante, será outra pessoa ao voltar pra superfície.

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