Psicóloga Amanda Lins

Psicóloga Amanda Lins Realizo psicoterapia online individual.

"A grande vontade de mudar as coisas, o otimismo de nossa prática, devem ir além do egoísmo que se encontra nas nossas c...
29/10/2022

"A grande vontade de mudar as coisas, o otimismo de nossa prática, devem ir além do egoísmo que se encontra nas nossas corporações profissionais, ir além dos nossos baixos interesses, das falsas justificativas que sempre encontramos para obter uma mudança política real em nossa vida."

Franco Basaglia

03/10/2022
01/08/2022

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Entre sentidos que podem ser “desestabilizados” ou refeitos, imprevisibilidades que compõem a vida, PPP toca questões de...
12/06/2022

Entre sentidos que podem ser “desestabilizados” ou refeitos, imprevisibilidades que compõem a vida, PPP toca questões de abertura ao desconhecido e novas vivências a partir da aceitação da insegurança e ameaçabilidade constitutiva do existir.

"Are you ready? Ready for this life?"

Diante do desassossego existencial, até onde se pode suportar as situações onde nos sentimos impotentes diante de limites e falta de garantias?

“Like tracing figure eights
On ice in skates oh well
And if this ice
Should break
It would be
My mistake”

Na música, o eu lírico sabe da/sofre pela incerteza constitutiva de todo relacionamento, encoberta cotidianamente, por juras de amor, por contratos, por determinações, etc. Para Evangelista (2017), é uma condição ontológica que está posta, apesar das tentativas de assegurar-se numa relação e outras fantasias. O Outro, como si mesmo, é livre para se relacionar comigo, ou não, isto é, que nenhuma relação está, de antemão, assegurada.

Ao mesmo tempo em que a existência tem necessidade de fazer-se numa indeterminação ontológica, sua “construção” não é independente de uma certa situação. Logo, há uma inquietação que alterna entre “lucidez” e “ilusão” num caminho de si próprio e reconhecimento da estranheza de si mesmo e da vida.

"Between the cities
Between the thrills
There's something inside you
It doesn't sleep well"

O anseio pelo que virá a seguir, a agitação das cidades e das emoções, uma inquietação profunda e misteriosa que trazem mudanças iminentes traz à tona a insegurança e o medo provenientes de nossa condição de estranheza.

"It won't last forever
Or maybe it will"

A temporalidade é o fundamento básico da existência. Fazemos o tempo, não se tem domínio sobre ele. Assim, é importante reconhecer que a existência é um abismo de negatividade marcado temporalmente pela finitude (PÓ, 2015).

Quando se torna escravo destas “ameças”, do não-ser-em-casa (unheimlichkeit), os movimentos do outro, seja de afastamento ou de aproximação, poderão indicar risco de perda, então essa angústia torna-se medo. No entanto, é nas relações e suas alteridades que a pessoa se constitui, sendo a angústia um modo radical de abertura do ser no mundo.

Referências:
EVANGELISTA, Paulo Eduardo Rodrigues Alves. O transtorno de personalidade borderline na Daseinsanalyse de Alice Holzhey-Kunz. Revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea, vol. 6 núm. 2, novembro de 2017;

PÓ, Gabriela Sofia Martins. A fenomenologia do tédio no livro do desassossego: de Martin Heidegger a Fernando Pessoa. Instituto de investigação e formação avançada. Évora, abril de 2015.

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Tornar-se livre e tornar-se indivíduo são ideias que coincidem, a formação do indivíduo ocorre a partir da tomada de dec...
21/04/2022

Tornar-se livre e tornar-se indivíduo são ideias que coincidem, a formação do indivíduo ocorre a partir da tomada de decisões intransferíveis e, nesse sentido, solitárias. Isto não o torna solitário ou solipsista, a partir da realização da síntese, é devolvido à horizontalidade da vida, é indivíduo na finitude, nas relações, e assim em liberdade.

Realizar a síntese de finitude e infinitude é realizar a síntese de necessidade e possibilidade, podendo esta ser vista por diversos ângulos. Quando a síntese é realizada corretamente, é chamada de liberdade.

“Cada pessoa tem em sua existência vários elementos que não podem ser modificados (o polo da necessidade) e, ao mesmo tempo, tem possibilidades em aberto. O modo desta relação entre necessidade e possibilidade é universal. Entretanto, o conteúdo dela é algo próprio de cada pessoa.”

De acordo com Ross, essa relação não é compreendida pela objetividade ou pelo pensamento especulativo, mas demanda uma atitude subjetiva. O salto não está baseado em conhecimento objetivo.

Apenas o próprio sujeito pode efetivar a síntese que o constitui, ela contém elementos que dizem respeito apenas a ele mesmo, ou seja, é individual. Neste processo de tornar-se indivíduo, não basta apenas a individualidade da decisão, é preciso estar atento para não se tornar escravo de si mesmo, mas tomar uma decisão que coloque ou recoloque a síntese na correta relação.

Ser humano não é necessariamente um si mesmo. O si mesmo envolve um processo de tornar-se. Para Kierkegaard, a existência é uma tarefa que envolve um processo ativo de realização por parte do sujeito. O ser humano nasce como espírito em potência e, ao efetivar a síntese, efetiva o espírito, torna-se si mesmo.

Referências:

ROSS, Jonas. Religião, Temporalidade e Corporeidade em Kierkegaard - Numen: revista de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, v.17, n. 1, p. 347-364.

ROSS, Jonas. 10 Lições sobre Kierkegaard – Petrópolis, RJ: Vozes, 2021.


Kierkegaard utilizou o método da comunicação indireta para ajudar a quem poderia se lançar no desafio existencial de tor...
28/01/2022

Kierkegaard utilizou o método da comunicação indireta para ajudar a quem poderia se lançar no desafio existencial de tornar-se si mesmo. Por muitas vezes, a comunicação objetiva e direta, além de minar a subjetividade, teria o efeito contrário do esperado.
Para isso, preocupou-se muito mais com o modo e o meio que as coisas seriam ditas do que o objeto em si ou sínteses.

Considerava que o estético havia triunfado, por isso utilizou uma forma de comunicação estética para convidar a uma reflexão mais profunda. Astutamente, através de novelas literárias e utilizando recursos sofisticados como a ironia, paradoxos, ambivalências e pseudonímia, incitou seus leitores questionamentos, novas ideias e reflexões mais próprias.

“Através de seus textos imaginativos, o escritor expressou o seu intenso compromisso com a interioridade, reforçando a sentença de que o paradoxo e o absurdo da vida podem ser mais perceptíveis na situação fundamental humana, interpretada no mundo de papel.” (LEÃO, 2010)

Em seus textos, escritos com marca poética acentuada, não trazia introdução ou conclusão e por muitas vezes poderiam parecer confusos para o leitor. Prezava pelos elementos mais particulares e inassimiláveis da existência humana que eram vivenciados “ao mesmo tempo”. Tentava abordar o tema da interioridade humana e dos significados da existência de forma sedutora.

A partir dos “experimentos existenciais” realizados na construção da narrativa literária, eram mostradas indiretamente aos leitores algumas características do existir de modo subjetivo, apaixonado ou patético, no sentido de imbuído de pathos. (ROSSATTI, 2011)

Kierkegaard sabia que não poderia comunicar ao outro o que significava a existência, pois seria como existir por ele. A partir das personalidades poéticas que carregam em si os problemas existenciais próprios dos humanos, o leitor é impulsionado a indagar sua própria existência. (LEÃO, 2010)

Assim, Kierkegaard não indica caminhos certeiros ou estruturas sistemáticas definidas ao leitor, pois cabe a esse atribuir os sentidos, subjetivamente, expressar os movimentos de sua própria existência de forma “artística”, assimilando o universal e o particular. (ROSSATTI, 2011)

Kierkegaard foi um ironista por excelência, desenvolveu uma abordagem aberta e contraditória da existência. A ironia socrática tinha papel crucial para a desconstrução de seus contemporâneos, lançando-os na insegurança da dúvida, consistindo esta em três momentos: perguntar, contradizer e refutar.

Desse modo, a ironia tem como objeto o próprio refletir para não apenas repetir ou reproduzir pensamentos ou modos de ser, mas desfazer essas ilusões e os conhecimentos advindos de preconceitos e impessoalidades.

Outro artifício de disfarce irônico utilizado em suas obras foi a pseudonímia, a simulação e dissimulação autoral.
Os pseudônimos foram utilizados como estratégia da comunicação indireta diante da necessidade de seriar diversos tipos de individualidade que diferem entre si e não fixam ou determinam uma forma de sistema. (LEÃO, 2010)

“[...] não há nos livros de pseudônimos uma simples palavra que seja minha. Eu não tenho nenhuma opinião sobre sua significação exceto enquanto uma terceira pessoa, nenhum conhecimento sobre eles exceto enquanto um leitor, nem a mais remota relação privada com eles, pois é impossível ter uma relação com uma imagem duplamente refletida. Da minha parte, uma única palavra pronunciada por mim ou no meu próprio nome seria um presunçoso esquecimento de mim mesmo, esquecimento que, do ponto de visa dialético, torna-me, essencialmente, responsável pelo aniquilamento dos pseudônimos através desta única palavra.” (KIERKEGAARD, 1992, p. 166 citado por LEÃO, 2010)

Ao ansiar por maior liberdade de seguir por si mesmo, o homem vive na ambiguidade, no sentimento que antecede toda escolha, toda possibilidade. Kierkegaard jogou com isso, com os equívocos de comunicação, duplicidade de sentidos, gerando efeitos de humor e permitindo mais de uma interpretação. Essa anfibologia é um jogo dialético capaz de incluir novas reflexões no imaginário, alternar e assumir novas posições interpretativas e questionar escolhas. (LEÃO, 2010)

Comunicar a existência dessa forma, colocando o receptor em papel ativo, considerando sua subjetividade, valoriza e potencializa o mesmo na construção dos significados, pois incita-o a voltar-se para si mesmo, não só compreendendo conceitos gerais intelectualmente, mas também os aplicando em sua vida, realizar o que Kierkegaard nomeia de “dupla reflexão”, viver a tarefa existencial, torná-la efetiva em sua própria existência. (ROSS, 2021)

Em face a tantos elementos que tentam determinar o si mesmo, da impossibilidade em dissipar diretamente uma ilusão e realizar uma passagem direta para as questões existenciais, Kierkegaard utilizou a comunicação indireta e ironia num método que adentrava e partia do estético como estratégia para auxiliar na aventura que é tornar-se si mesmo.

Referências:

LEÃO, Jacqueline Oliveira. A pseudonímia como artifício irônico em Kierkegaard. Revista Pandora Brasil – Número 23, Outubro de 2010.

ROSS, Jonas. 10 Lições sobre Kierkegaard – Petrópolis, RJ: Vozes, 2021.

ROSSATTI, Gabriel Guedes. Como narrar o que se passa na interioridade? Ou kierkegaard e o problema da comunicação indireta. Revista Filosofia Capital Vol. 6, (2011).

Este foi meu primeiro ano trabalhando como psicóloga e superou todas as minhas expectativas! Sinto-me muito feliz por es...
24/12/2021

Este foi meu primeiro ano trabalhando como psicóloga e superou todas as minhas expectativas! Sinto-me muito feliz por estes encontros de presença genuína, disponibilidade, apoio e confiança, um ser-com em processos repletos de particularidades e complexidades.

Devo meus agradecimentos também aos meus professores e colegas aqui do Instagram que me ajudaram e me acolheram.

Que sigamos juntos!

O conceito de angústia: uma simples reflexão psicológico-demonstrativa direcionada ao problema dogmático do pecado hered...
30/06/2021

O conceito de angústia: uma simples reflexão psicológico-demonstrativa direcionada ao problema dogmático do pecado hereditário.




Kierkegaard nos mostra como promover uma relação e comunicação libertadora para a modificação através da reflexão e reco...
22/06/2021

Kierkegaard nos mostra como promover uma relação e comunicação libertadora para a modificação através da reflexão e reconhecimento.

Acompanhar e compreender o outro exige comprometimento e responsabilidade de ambas as partes, superação do medo e temor, assim como de um desejo de controlar e impor verdades pré-estabelecidas. É preciso estar atento para não sufocar a angústia do outro, pois esta trará à tona a inquietação e novas possibilidades.

Para a postagem utilizei como referência "A escuta e a fala em psicoterapia" de Ana Maria Lopes Calvo de Feijoo.





A angústia é condição fundamental e  enigmática diante da liberdade. A angústia é formadora, descobre todas as ilusões. ...
09/06/2021

A angústia é condição fundamental e enigmática diante da liberdade. A angústia é formadora, descobre todas as ilusões. Para Kierkegaard, aprender a angustiar-se é uma aventura pela qual todos devemos passar.







45 anos da morte de Heidegger hoje, o maior filósofo do século 20 que nos mostrou como desconstruir sem esvaziar totalme...
26/05/2021

45 anos da morte de Heidegger hoje, o maior filósofo do século 20 que nos mostrou como desconstruir sem esvaziar totalmente a existência.

Na imagem, fragmento do livro Compreender Heidegger.





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