Priscilla Spineli - Psicoterapia

Priscilla Spineli - Psicoterapia Acolhendo o singular em adultos neurodivergentes.

A clínica, para mim, é sempre um lugar de admiração. Admiração pela coragem de quem se autoriza a se escutar. Admiração ...
27/08/2025

A clínica, para mim, é sempre um lugar de admiração. Admiração pela coragem de quem se autoriza a se escutar. Admiração pelo ato político e íntimo de sustentar-se no próprio desejo. Admiração pelo humano disposto a olhar para suas vulnerabilidades e, ao mesmo tempo, encontrar nelas também suas possibilidades.

Ser psicóloga é assumir um compromisso que ultrapassa o consultório. Exige ética inegociável, estudo permanente, e também o nosso próprio autocuidado. Afinal, só podemos sustentar a dor e o silêncio do outro quando também cuidamos de nossa própria saúde mental.

E depois de tantos anos nessa estrada sigo num encantamento contínuo: o da chegada de cada novo paciente e o da partida de cada um que, pouco a pouco, se autoriza a caminhar com suas próprias pernas, sustentando sua existência sem precisar de suporte constante.

Hoje, celebro a profissão que escolhi e que me escolhe todos os dias. Celebro todos nós que, ao abraçarmos a Psicologia, reconhecemos que ela não é neutra, mas atravessada por recortes sociais, políticos, culturais. E, mesmo assim (ou justamente por isso) seguimos sustentando a aposta no sujeito, na fala e no desejo.

✨ Feliz Dia da/o Psicóloga/o!

Nem sempre o obstáculo é externo.Muitas vezes, é você que se proíbe: por medo de desejar, por receio do olhar do outro, ...
25/08/2025

Nem sempre o obstáculo é externo.
Muitas vezes, é você que se proíbe: por medo de desejar, por receio do olhar do outro, por acreditar que precisa pedir licença para existir.

Reinar no próprio caminho não é sobre controle, nem sobre perfeição. É sobre suportar o risco da decepção. É escolher mesmo sem garantias. É sobre sustentar quem se é , apesar do outro.

No fundo, a pergunta não é “quem te impede?”. É: o que em você mesmo continua esperando autorização para viver?

Com afeto,
Pri🌷

Final de análise não é certificado de “vida resolvida” nem passaporte para a “felicidade plena”. É mais como ganhar um m...
16/08/2025

Final de análise não é certificado de “vida resolvida” nem passaporte para a “felicidade plena”. É mais como ganhar um mapa, só que sem rota pronta.

Freud já dizia: aquilo que chamamos de felicidade é, na maioria das vezes, um alívio provisório. A vida insiste em nos lembrar que não controlamos tudo.
Lacan, por sua vez, nos provoca: desejar é aceitar a falta, viver sem garantias e, ainda assim, continuar movido por ela.

O fim de um processo não é ausência de conflito. É sustentar o próprio desejo: sem pedir permissão, sem medir pela régua do outro, sem esperar validação e sem buscar que seja “socialmente aceitável”.

No fundo, liberdade para desejar é isso: suportar o risco da decepção, sabendo que não há garantias, apenas a possibilidade de não trair o próprio desejo.

Com afeto,
Pri 🌷

“Engole o choro.”“Isso é drama.”“Nem foi tão grave assim.”No olhar da  psicanálise, o trauma não é só o que aconteceu. É...
07/08/2025

“Engole o choro.”
“Isso é drama.”
“Nem foi tão grave assim.”

No olhar da psicanálise, o trauma não é só o que aconteceu. É o que não pôde ser simbolizado. É o que não teve escuta. É o que ficou preso no silêncio, repetindo em sintomas e culpas que o sujeito nem sabe de onde vieram.

Freud, Ferenczi, Lacan e Winnicott nos ajudam a entender que o sofrimento não se mede pelo tamanho do evento, mas pelo desamparo simbólico que veio junto.

E isso muda tudo: Porque com escuta, vem linguagem. Com linguagem, vem nome.
Com nome, vem possibilidade de um outro destino.

Salva esse post, porque tem muita gente que ainda repete: “não foi nada demais”…sem perceber que carrega isso no corpo há anos.

Quantas vezes você contou algo doloroso, chorou enquanto lembrava de algum episódio da sua vida e ouviu um “não foi nada...
04/08/2025

Quantas vezes você contou algo doloroso, chorou enquanto lembrava de algum episódio da sua vida e ouviu um “não foi nada demais” ou "nossa, você tá sofrendo por isso?"

Ou pior: silêncio.
Nenhuma palavra, nenhum gesto, nenhum olhar que dissesse “sim, eu te vejo”. Nenhum sinal de acolhimento. É nesse momento que o silêncio fere mais do que um grito.

No olhar da psicanálise, o trauma não é só o evento. Está na impossibilidade de dizer, de simbolizar, de ser ouvido. O que marca (o que fere de verdade) é o vazio de sentido ao redor. É quando algo nos atinge e ninguém nomeia. Quando a dor vira eco no corpo porque não teve escuta no Outro.

Freud já dizia: é no recalque que o trauma se aloja. (Recalcar, na psicanálise, é empurrar algo insuportável pra fora da consciência, porque não há espaço psíquico ou simbólico pra elaborar aquilo.) O trauma recalcado não desaparece: ele retorna, muitas vezes, em sintomas que a gente não entende mas sente.

Winnicott acrescenta: é a falha do ambiente que adoece a confiança no mundo.
E Lacan? Lacan nos lembra que o real do trauma é o que escapa à linguagem.
(O famoso “não sei por que, mas me afeta”.)

Essa semana, vamos falar sobre esse tipo de ferida.
Aquela que ninguém viu, mas você carrega até hoje.
Não pra patologizar, mas pra reconhecer, nomear e, quem sabe, elaborar.

🖤 Se isso te toca, salva, comenta, compartilha.
Talvez alguém aí também esteja precisando escutar o que nunca foi dito.



Nem todo sofrimento aparece com grito ou lágrima.Às vezes, ele se esconde atrás de um “tá tudo bem”, de uma rotina que f...
31/07/2025

Nem todo sofrimento aparece com grito ou lágrima.

Às vezes, ele se esconde atrás de um “tá tudo bem”, de uma rotina que funciona, de um corpo que responde, mas uma alma que silencia.

Winnicott chamaria de falso self. Lacan falaria de um gozo estranho, sintomático.
Ambos, de algum modo, nos alertam: existe dor demais sendo vivida no modo automático.

Na escuta psicanalítica os sintomas não são apagados. São ouvidos com atenção. E, no sintoma, encontramos a verdade de um sujeito que talvez tenha sido deixado pra trás até por ele mesmo.

✨Esse post é pra quem já se sentiu “funcionando”, mas sem presença.
Pra quem vive, mas às vezes se questiona se realmente que essa vida que está vivendo.

📌 Salve, compartilhe com quem precisa desse respiro e comenta:
Você tem vivido… ou só funcionado?

Vivemos na era da longevidade e da corrida estética para driblar o envelhecimento. Todo mundo quer viver mais (e “bonito...
28/07/2025

Vivemos na era da longevidade e da corrida estética para driblar o envelhecimento. Todo mundo quer viver mais (e “bonito”).

Mas… viver como?

Fazemos check-ups anuais, tomamos vitaminas, usamos suplementos, aplicamos botox e seus derivados. Nos submetemos a exames preventivos (sejam realmente necessários ou não), seguimos o tratamento que viralizou na rede social, investimos pequenas fortunas em canetinhas que prometem vestir 40 em 30 dias. Perseguimos a juventude eterna como quem foge da finitude.

Mas ignoramos quando o desejo some. Quando sorrir exige esforço. Quando o corpo vai, mas a alma ficou em algum lugar que a gente já nem sabe mais onde é.

A saúde mental não dá febre. Não aparece no ultrassom, não sai alterada nos exames de sangue, não some com um analgésico qualquer.

Ela adoece devagar: no silêncio das madrugadas, no cansaço que não passa, nas noites insones que você insiste em “resolver” com o remédio que funcionou para a amiga da vizinha, na irritabilidade constante, no “tô bem” automático dito sem convicção.

E nesse sufoco que ninguém vê, muita gente segue. De pé. Produzindo. Cumprindo. Sobrevivendo.

O pior? Tudo “certo” por fora, currículo em dia, responsabilidades cumpridas, aparência arrumada. Mas por dentro… uma sensação constante de sufocamento.

Nesta semana, quero te convidar a olhar para esse mal-estar que grita em silêncio e paralisa aos poucos. Esse incômodo que talvez você tenha aprendido a ignorar ou até normalizou.

Não é drama. Não é preguiça. Não é “frescura”.

É sofrimento psíquico. E quando ele é negligenciado, a vida continua… mas sem você dentro.

✨ Você já se sentiu assim: funcionando, mas como se estivesse respirando sem ar?

# ́importante

Nos encontros com pessoas neurodivergentes, o vínculo não nasce da idealização, mas do reconhecimento mútuo da vulnerabi...
25/07/2025

Nos encontros com pessoas neurodivergentes, o vínculo não nasce da idealização, mas do reconhecimento mútuo da vulnerabilidade (sim, porque neurotípicos podem ser até mais vulneráveis). Não se trata de buscar “metade da laranja”, mas de partilhar a caminhada com alguém que respeite o ritmo, os silêncios, as pausas. Respeita quem você é!

Amar uma pessoa autista é conviver com a sensibilidade sensorial, com a franqueza desarmante, com a necessidade de previsibilidade e, ainda assim, escolher ficar.

É abrir mão de joguinhos, de promessas vagas e da ilusão do “romântico ideal”. É ser alcançado por uma verdade sem filtro, por silêncios cheios de significado, por rituais de cuidado que não cabem nas comédias românticas.

Mas também é conviver com empatia genuína. Com lealdade e compromisso firmes.
Com honestidade radical. Com estabilidade, confiabilidade e atenção aos detalhes.
Com pequenos gestos que dizem: "eu te vejo."

Amar uma pessoa autista é ser envolvido numa parceria profundamente afetiva onde o amor talvez não grite ou force gestos superlativos, mas permanece. F**a. Cuida. Acolhe.

💙 Já viveu algo assim? Me conta.
Ou salva esse post pra lembrar que o amor autista é possível e pode ser lindo, sim.

Será que o amor é mesmo essa promessa de completude que vendem por aí? Será que realmente existe um “felizes para sempre...
23/07/2025

Será que o amor é mesmo essa promessa de completude que vendem por aí? Será que realmente existe um “felizes para sempre”? Ou teremos que encarar o: “seremos felizes dentro do possível”?

Nos filmes, nas séries, nas músicas… A gente recebe a mensagem de que estar só é um sofrimento e que é preciso uma busca desenfreada (quase desesperada) para eliminar a solidão.

Só que o amor não elimina.
Ele transforma.

Amar também é um encontro com o limite, com a frustração, com as diferenças.

É o momento em que nos damos conta: a vida do outro não gira em função de preencher nossos vazios. E é quando paramos de esperar salvação, que o vínculo real pode finalmente começar.

O amor não é um remédio.
É uma travessia.
E às vezes…
até uma boa risada no meio da dor.

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