
23/08/2025
No aniversário de 19 anos da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), reforçamos a necessidade de ação coletiva e imediata no combate à violência contra a mulher em todas as fases da vida. É essencial o papel da escuta médica como ferramenta de proteção, acolhimento e rompimento do ciclo de violência.
Devemos agir e amparar as mulheres na identificação da violência e na capacitação para as tomadas de decisões. O conhecimento permite que o médico atue, desde a escuta adequada, o acolhimento, notificação, registro, acompanhamento e encaminhamento articulado e intersetorial.
As múltiplas faces da violência em cada fase da vida da mulher
Na Infância e Adolescência: Mais de 50% das vítimas de abuso s*xual são meninas com menos de 13 anos. Uma em cada 3 meninas sofreu algum tipo de violência antes dos 18 anos.
Na Idade Adulta: O Brasil registra cerca de 2.500 novos processos judiciais por dia ligados à violência contra a mulher. Entre mulheres de 18 a 24 anos, 1 em cada 5 já sofreu abuso s*xual. De janeiro a maio de 2024, foram contabilizadas 380.735 ações judiciais por violência doméstica. 30% das brasileiras afirmam já ter sofrido violência dentro de casa.
Mulheres com 60+: Entre 2020 e 2023, o país teve 408.395 denúncias de violência contra idosos. 15% das mulheres idosas sofrem abusos físicos ou psicológicos. A violência contra idosas inclui apropriação de bens, controle financeiro, abandono, isolamento e agressões emocionais e físicas dentro do lar.
Violência invisível: a maioria não denuncia - Segundo levantamento, 47,4% das mulheres não procuram ajuda. Isso faz da consulta ginecológica um momento crucial: a escuta do médico pode ser a única chance de a vítima ser acolhida e encaminhada de forma segura. “Cada consulta ginecológica é uma oportunidade de salvar uma vida. Ao enxergar para além do exame físico, oferecemos cuidado integral e esperança às mulheres em situação de vulnerabilidade.
Neste marco de 19 anos da Lei Maria da Penha, fazemos um apelo a todos – cidadãos, profissionais de saúde, autoridades e instituições – para unirem forças pelo fim da violência contra a mulher.
Fonte: FEBRASGO