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Malu Doula, Recife (2025)

15/05/2024

Esse é o tampão mucoso!

A natureza é uma coisa linda, né? Na gravidez, para proteger o bebê o colo se fecha e põe um tampão mucoso pra proteger a entrada do útero.

O tampão parece uma rolha gosmenta, parece um grande catarro e, assim como cada corpo vive o parto de forma única, o tampão também é único. Por isso, algumas pessoas tem o tampão mais firminho, outras com o aspecto mais "catarrento" ou mais "líquido".

😉 O tampão parece um catarro mesmo. É diferente de corrimento vaginal e lubrif**ação.
😉 Ele pode sair durante a gestação, sem sangue e sem risco
😉 Depois das 37 semanas é mais comum o tampão sair.
😉 Sangue no tampão é normal. Está tudo bem! Na verdade, tudo ótimo!
😉 Ele pode sair horas, dias ou semanas antes do parto. Então, relaxa o bigode, segue tua vida e lembra que está mais perto do que longe de parir.

⚠ Tampão com sangue antes de 37 semanas pede atenção, especialmente seguido de cólicas tipo menstruais ou contração mesmo. Fale com o profissional do seu pré-natal ou busque avaliação em maternidade.

🖼Nas imagens, alguns tampões mucosos que recebi de pessoas antes do trabalho de parto, em trabalho de parto latente e em trabalho de parto ativo.

Apesar de ser normal perder tampão dias antes do trabalho de parto (ou horas), pode ser que você passe a gestação sem perder uma pontinha se quer dessa rolha gosmenta. Por isso, sem desespero, ok?

Sei que a vontade é sentir "sinais de parto" para afirmar nossa capacidade de parir, mas não precisa. Sentir não quer dizer que está perto e não sentir não signif**a que está longe.

Por aqui, eu tinha vários "sinais de parto" desde 37 semanas: barriga baixa, contração de treinamento, linha nigra completa, passei por lua cheia e até pela "minha lua". Meu filho nasceu com 41 semanas cravadinhas. No dia anterior eu comecei a perder tampão (duas vezes apenas) antes do trabalho de parto.

E por aí, você sabia que o tampão era assim?

14/05/2024

Tem coisa que não é óbvia e saber se a bolsa rompeu é uma delas.

Nesses anos como doula já observei aquelas rupturas que parecia um rio descendo. Não tinha dúvidas. Mas já teve aquela fissura pequena que só molha o short, mas não tem filete d'água escorrendo pelas pernas. E ainda vi gente que molhou a cama e não era líquido.

Também já aconteceu de estar com a gestante e ela sentir um "ploc" (palavra universal de quem descreveu a sensação) seguido do líquido quentinho pelas pernas.

Quando a bolsa estoura, você pode sentir:
💦 A roupa íntima f**ar apenas molhada mesmo sem nada escorrendo pelas pernas
💦 Descer um fio fino de líquido pelas pernas, e parar em seguida
💦 Sair um bocado de líquido como quem vira um copo de água no chão

Em caso de dúvida sobre o líquido, as dicas do post são ótimas para evitar uma ida à maternidade "por nada". Então, faz o passo a passo:

🧻 Faz xixi e se enxuga bem. Sem pressa, tem que sair toda a urina da bexiga
💁‍♀️ F**a de cócoras em um lugar seco. É importante o chão estar seco e ser claro (para ver a cor do líquido, caso seja bolsa)
😏 Força uma tosse. Tosse 3 vezes enquanto está de cócoras. Isso faz o líquido sair se a bolsa estiver rompida.

🟢Se sair líquido durante as tosses de cócoras, é provável que a bolsa tenha estourado.
🟢Se sair líquido apenas quando você levanta após o teste, é provável que seja a bolsa
🔴Se não saiu líquido nenhum, f**a na paz. Provavelmente é outra causa.

E sim, é possível perder líquido sem sentir e não ser a bolsa. Pode ser escape de urina, lubrif**ação ou outros fluídos vaginais.

⚠ Lembrando que bolsa estourada não é trabalho de parto, você não precisa ir pra maternidade na hora (exceto se tiver menos de 37 semanas, strepto positivo ou mecônio no líquido).

08/05/2024

Se você quer parto normal, acredite, você quer um parto humanizado.

Nas conversas de orçamento me deparo com dois pensamentos diferentes e igualmente errados: um que diz que parto normal e parto humanizado são a mesma coisa e outro que coloca o parto humanizado com o estereótipo de parto em casa, na água, sem assistência ou uma assistência que só sabe cuidar de parto normal e é contra a cesárea. Como eu disse, duas visões equivocadas.

De modo simplista, dizer que quer um parto normal é falar sua preferência entre parir e passar por uma cesárea - independente de como o profissional vai dar esse cuidado. Já em relação ao parto humanizado, é identif**ado seu desejo por parto normal com uma assistência humanizada. Ou seja, não é qualquer coisa, é um profissional que te respeita enquanto protagonista dessa história, que baseia as orientações e cuidados com sua saúde em evidência científ**a e que sabe trabalhar em equipe desde o pré-natal (por exemplo, encaminhando pra outros especialistas quando o cuidado foge de seu escopo de atuação).

Agora, de um modo mais denso, a principal diferença entre um parto humanizado e um parto normal fora da humanização é a qualidade da assistência prestada. É a atualização do profissional. É o fato dele acompanhar a saída de orientações mais recentes baseadas em estudos bem elaborados, reconhecidos nacional e internacionalmente.

Por exemplo, hoje se sabe que a Manobra de Kristeller é prejudicial para quem está parindo e para quem está nascendo. Ainda hoje ela é feita nos partos normais com equipes não-humanizadas.

Então, o parto normal pode ser um parto muito mal assistido e resulte numa experiência tenebrosa. E o parto humanizado é aquele assistido por uma equipe atualizada com condutas adequadas.

É muito menos sobre o buraco que o bebê sairá no final ou sobre o parto ser na água, na cama, em pé, no hospital, na rua, na chuva, na fazenda. Também não é sobre ter música tocando e "cheirinho" no quarto.

Tudo é sobre a qualidade do cuidado que é dado. Como eu disse, tenho certeza que você quer um parto humanizado se você quer parir.

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05/05/2024

Já parasse para pensar o que acontece após o nascimento de um filhote? Gatas, cadelas, leoas, elefantes, baleias... O que acontece logo após o nascer, durante aqueles 60 minutos? O que vem à mente?

A primeira hora após o parto é chamada de Hora de Ouro, um período riquíssimo para família viver. É quando a pessoa que deu à luz pega para si sua cria e a acolhe, acalma e alimenta. É quando o bebê que nasceu reconhece que quem foi seu lar por meses e se sente seguro.

De um modo louco, hoje acreditamos que segurar um bebê no colo é perigoso e naturalizamos que ele seja levado para longe porque o mais importante é que saibamos sua altura, peso, medidas de polo cefálico e abdominal, que seja "limpo" e aspirado.

O natural mesmo é viver uma hora dourada bem vivida, com contato pele a pele. É esse contato que tem o poder de diminuir os níveis de estresse para o recém-nascido, estabilizar sua respiração e sua frequência cardíaca e regular a temperatura. Se o bebê quiser mamar, você verá ele procurando pelo peito. Sem pressa, sem forçar, é só aguardar e estar à postos para ajudar nesse momento.

Cada profissional de parto tem seu momento preferido. O meu é esse: é quando a família recebe o novo integrante. É quando o bebê, em meio a tudo, procura pelo olhar daquela voz familiar. É quando tudo se acalma nos braços certos - não por medo de ser comido por um leão, mas por segurança e afeto.

✨A Hora de Ouro é um momento que você quer viver. Acredite.✨

Doula:
Parteira:
Fotógrafa:

04/05/2024

A hora de buscar assistência é quando você tem uma dinâmica de trabalho de parto:

👉 Contração de 40 segundos ou mais
👉 Intervalo de 3 minutos entre uma e outra
👉 Durante 1h, pelo menos

🖐 Não é quando você tem algumas contrações.
🖐 Ou quando a bolsa estoura.
🖐 Ou na saída de tampão com sangue.

Isso tudo só signif**a que seu corpo sabe o caminho que deve seguir e que, em breve, o trabalho de parto começará (ou f**ará mais forte).

Chegar cedo demais na maternidade pode render 2 desfechos principais:
😸 No caso de uma boa assistência, você passa por avaliação e não estando em fase ativa, voltará pra casa OU pode f**ar esperando 2h-3h para reavaliar até chegar na fase ativa - que pode não acontecer nesse dia.
😾 No caso de uma assistência duvidosa (sendo gentil com o adjetivo), a internação é feita com ou sem trabalho de parto e tudo o que é feito depois é baseado numa assistência da era jurássica:
😫Você pode passar por toque vaginal de hora em hora, intervenções pra “acelerar o parto” como romper bolsa, uso de ocitocina, estímulo ao “cross-parto” (f**ar andando, agachando e rebolando pra lá e pra cá “pra entrar em trabalho de parto”), resulta normalmente em uma série variada de intervenções e um parto bem cabuloso.
😫 Ou internar, f**ar recebendo toque de hora em hora e, ao ser como você "não evoluiu" é indicada a cesárea por “parada de progressão”, “tempo demais de bolsa rota” ou com a ideia de que “o bebê pode entrar em sofrimento”.

Lembrou de algumas histórias que já ouviu? Se não, procura bem. Algumas centenas de de pessoas tiveram partos cheios de "ajudinhas" ou terminaram em cesárea “por falta de dilatação”.

❗️E se liga: pessoas com equipe particular passam por isso também.

🥰Para ter mais segurança sobre a hora certa de ir à maternidade, informação é a chave. Ter uma doula pode te ajudar a conhecer o cenário obstétrico da cidade e identif**ar a hora certa de buscar assistência.

02/05/2024

Ter um bebê grande é um medo comum entre gestantes.

É medo de do parto doer mais, de não ter passagem suficiente. Medo do bebê f**ar preso, de "rasgar tudo quando passa"... E é falado por família, desconhecido na rua, obstetra, gente que acha corajoso querer um parto normal... E tem o imaginário do que é um bebê grande.

Um bebê de 3,5kg é um bebê grande? Será?

Para responder, é preciso olhar para o percentil fetal desse bebê na idade gestacional de quando foi feita a ultrassom que constatou esse peso.

Falando bonito, o percentil fetal é uma medida estatística que divide em cem partes uma amostra, ordenando de forma crescente seus valores.

Ou seja, é como se o percentil fosse o animador de festa infantil arrumando a fila da sacolinha - só que com bebezinhos. Ele organiza os bebês numa fila de zero a 100, de acordo com o peso deles na mesma idade gestacional.

Ou seja, o percentil do seu bebê diz onde ele está em comparação a outros com a mesma idade gestacional dele.

Vejo muita gente queimando o cabeção achando que a meta é manter o bebê durante toda a gravidez no percentil 50. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o percentil adequado é toda a variação entre 10 e 90.

Quando o percentil está abaixo de 10 (bebê pequeno para idade gestacional - pig) ou acima do percentil 90 (bebê grande para a idade gestacional - gig, e não é de gigante) é preciso dar uma atenção maior.

Agora, respondendo a pergunta inicial, um bebê de 3,5kg pode ser um bebê no percentil adequado ou um bebê gig. Tudo depende da idade gestacional que ele estava quando foi feita a ultrassom.

E aí, onde está o teu bebê na fila do percentil?

29/04/2024

Quem passa por uma cesárea pode SIM ter um parto normal numa gestação seguinte. E esse parto será chamado de Parto Normal Após Cesárea, cujo a sigla em inglês é VBAC e em português (quase nunca usada) PNAC.

Se você viveu uma cesárea na primeira gravidez (ou em outra) e deseja um parto normal ainda, saiba que ele é possível e seguro.

Os medos implantados por terroristas do parto são que quem viveu uma cesárea pode ter uma ruptura uterina, que "uma vez cesárea, sempre cesárea" porque a responsável pela 1ª cirurgia foi sua inaptidão de parir, que você não pode passar de 40 semanas, só pode ter parto normal depois de 2 anos da cesárea e até que não se pode viver uma indução de parto após a cesárea.

Então vamos a algumas verdades sobre o parto normal após a cesárea?

👉 É mais seguro viver um parto normal após cesárea do que passar por mais uma cesárea
👉 A chance de ruptura uterina numa gestante com cesárea prévia é de 1%. Quando a pessoa viveu duas cesáreas, sobe para 2%.
👉 Quem procurar um VBAC tem 80% de chance de sucesso.
👉 É possível induzir o parto normal de alguém com cesárea anterior, porém os métodos não são iguais (tchau, miso. Alô, balão).
👉 Independente do intervalo entre as gestações, o parto normal após cesárea é mais indicado do que uma nova cirurgia.

Agora uma chamada a atenção para você que quer um parto normal após cesárea: você precisa ir além do querer, precisa de estudo e esforço. Mesmo que seja com plantão. Mesmo que seja no SUS. E até se você estiver pagando equipe - tem muita equipe que leva pra cesárea em dois tempos.

✨Ter um parto normal após cesárea é possível, é seguro, é recomendado internacional e nacionalmente.✨

Para ilustrar esse post, o registro do Vbac de Catarina. Ela lutou demais por esse parto e conseguiu. Foi lindo acompanhá-la na gravidez, de construir junto, de vê-la em trabalho de parto e parir. O tanto que chorei nesse parto não está escrito.

Foto: Dhamierys Rodrigues
Doula: Malu Moraes
Equipe: Umani

Fonte: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/principais-questoes-sobre-parto-vaginal-apos-cesariana-pvac-vbac/

28/04/2024

Trouxe minha história para ilustrar uma narrativa bem popular:

Na 1ª gravidez eu já queria um parto normal. Fui para o obstetra da minha sogra que "fez os 7 partos normais" dela. Durante a gravidez eu falava claramente o que queria e ele parecia de acordo: "sim, se estiver tudo bem, vai ter seu parto", "está muito cedo para falar em parto", "temos que ver, porque você é muito pequena". Até que na consulta de 38 semanas, a máscara caiu e sugeriu uma cesárea dias depois. Cesárea feita.

Na 2ª gestação, eu estava armada até os dentes e já chegava com um "quero meu VBAC, você atende?". Ele sempre incentivou o parto normal, mas tinha sempre alguma red flag (bandeira vermelha) como comentários de "bebê grande", "deslocar perna no PN", "ainda vai tentar o parto normal", "faça fisio, sedentária não consegue" - além do que eu via na sala de espera.

O pré-natal tipo humanizado parece um pouco essas assistências que tive: ele escuta, concorda, incentiva, mas sempre com um "porém" engatilhado, uma sementinha da insegurança, medo, alerta ali na sua cara. Na cara do gol pode chegar uma cesárea ou um parto normal cheio de intervenção.

Os GO fofinhos são muito legais, acolhedores, educados, engraçados, carinhosos, tem até os mais ríspidos! Mas a "fofura" vem quando falam do parto e seus poréns absurdos: é um tal de "passar da hora", "muito tempo de parto entra em sofrimento", "circular de cordão é perigoso", "tamanho do bebê", "cesárea agendada de urgência"...

Em resumo, é aquele tipo de pessoa que dá um super incentivo, mas se e somente se os astros se alinharem e você tiver um super "parto liso".

Por isso:
👉Procure indicação com quem quis e teve o que você busca
👉Veja as taxas de parto normal do fofo
👉Fuja de quem é contra doula ou "só trabalha com doula X" (red flag GI-GAN-TE) 👉Estude sobre parto normal
👉Abra mão da ilusão de que por te conhecer há X anos irá fazer do jeito que você quer
👉Se desiluda de que pagar plano ou particular garante seus desejos

Todo mundo conheceu alguém que teve um GO fofinho de estimação. Você conhece alguma história?

26/04/2024

Os exames na gestação servem para manter o bom monitoramento da saúde e do bem-estar de gestante e bebê, cada um em seu momento de ser feito.

🌒No primeiro trimestre, esses exames são passados logo após o positivo e ao sinal de qualquer alteração, já devem ser tomadas as medidas protetivas. Esses resultados ajudam a classif**ar também se a gestação é de risco habitual ou alto risco (mas as vezes você já sabe isso só de conversar com o obstetra, por exemplo, se você tem diabetes mellitus).

🌓Já o segundo trimestre é marcado pela famosa curva glicêmica, o "teste da garapa". Esse teste só deve ser realizado se o primeiro de glicemia deu abaixo da referência. Caso você já tenha o diagnóstico de diabetes (gestacional ou não), não é para fazê-lo. ⚠️Atenção: o TOTG deve ser feito entre 24 e 28 semanas.

🌕No último trimestre é a revisão de tudo que foi visto no primeiro, só não é necessário fazer novamente a tipagem sanguínea.

E se você vive uma gestação com uma pareia ao lado, essa pessoa também precisa fazer exames pré-natais. Converse com seu profissional de referência para saber mais sobre.

Fonte: https://aps-repo.bvs.br/aps/que-exames-devem-ser-solicitados-no-acompanhamento-do-pre-natal-de-baixo-risco/

25/04/2024

A casa é o lugar mais seguro para se ter um bebê quando a gestação é de risco habitual.

Não é para qualquer pessoa, não é somente permanecer em casa quando entrar em trabalho de parto. O parto domiciliar é uma opção segura e saudável para pessoas sem riscos adicionais à gravidez, que têm equipe de parto em casa (obstetriz, enfermeira obstetra ou parteira) e tem um plano B para transferência hospitalar a 30 min, caso necessário.

Se você pensa em um parto em casa, é preciso conversar com uma equipe de parto domiciliar para entender a proposta, alinhar expectativas e possibilidades e encontrar aquela que combina com você.

O que você precisa saber de antemão é que:
👉quem tem cesárea prévia pode ter parto em casa
👉 quem tem gestação de risco habitual pode ter parto em casa
👉 a equipe é composta por 2 profissionais
👉 existe, sim, equipamento e suporte para o parto caso necessário
👉 você segue fazendo pré-natal com obstetra normalmente e, nas últimas semanas, tem também consultas com a equipe de parto em casa
👉 Doula acompanha parto em qualquer canto, mas NUNCA pode ser a responsável técnica por dar assistência ao parto. Ou seja, doula não "faz" parto em casa. Não será a pessoa a fazer toque, ausculta, recepção do bebê, corte do cordão e etc.

"E se tiver uma intercorrência?" Por isso é importante ter uma equipe.
"E se tiver uma laceração?" A equipe consegue fazer a sutura.
"E depois do parto precisa ir pra maternidade?" Não, não precisa.
"E o cuidado com o recém-nascido?" A equipe é capacitada para isso.

Se você é de Recife e já pensou em ter um parto em casa, no primeiro comentário terá o @ de três equipes.

📸 Foto:

23/04/2024

O círculo de fogo é a sensação de queimação, ardor, de "pegar fogo" que dá na v***a quando o bebê começa a coroar.

Quando a cabeça começa a sair do canal, o círculo de fogo se mostra forte, feroz, pode ser tão grande e assustador! Diferente do que se fala, essa sensação pode levar um tempo para passar, pode durar algumas contrações e ser mais intenso para algumas do que para outras pessoas. Isso porque o bebê não começa a coroar e - ploc - sai de uma vez. Nesse processo de coroar e nascer, o bebê faz um movimento de ir e vir, como se desse dois passos pra frente, um passo pra traz. É normal, não precisa se aperrear (muito menos "segurar pra não voltar").

Essa sensação também não é obrigatória, ou seja, assim como muitas coisas no parto, algumas pessoas vivem ele e outras pessoas tem seus bebês sem sentir essa queimação. É bem particular de cada experiência. E não tem ligação com laceração - tem gente que acha que o ardor é "o bebê rasgando tudo" (não é assim, galera).

Entre tantas lembranças em flash do meu parto, o círculo de fogo foi um norteador. Para mim, que ouvi e aprendi com as histórias contadas nas rodas de conversa daquelas que pariram antes de mim, era uma "conhecida de nome" essa coroação de fogo.

Eu sabia que as contrações não eram eternas. Eu sabia que a contração vem e a contração vai e "eu só preciso passar por uma de cada vez". E eu sabia que o círculo de fogo era o anunciador do fim. A última sensação forte. Aquele que coroaria meu filho. Por mais demorada que talvez fosse, ela estava bem mais próxima do final do que outro momento antes vivido.

O círculo de fogo pode assustar, mas confia nele e vai. Ele vem, passa e traz consigo seu bebê. Por isso, ao sentir a fagulha, deixa queimar. Seu filho está logo ali.

🔥E por aí, como foi o círculo de fogo?

Fotógrafa:
Texto: Doula

22/04/2024

Você sabia que pode entregar o seu bebê para adoção ainda durante a gravidez? O nome é entrega voluntária.

Diferente do que muita gente pensa, entregar um bebê para adoção é um processo seguro e legal. A pessoa que abre mão do poder familiar não é uma criminosa e nem será processada como tal.

Essa entrega pode ser feita ainda na gravidez. Para isso, você deve buscar a Vara da Infância e da Juventude da sua cidade, localizada no Tribunal de Justiça. Existem outras opções, como sinalizar no CRAS, CREAS, conselho tutelar e até na própria maternidade, mas sinceramente há uma chance de cruzar com profissionais que misturam opinião pessoal com posicionamento profissional. Por isso, sugiro buscar diretamente o TJ.

Ao dar esse primeiro passo, você será acompanhada por uma equipe psicossocial para garantir que seu desejo é genuíno e não motivado por uma situação forçada que pode ser trabalhada de outras formas (por exemplo, relacionamento abusivo, pobreza ou depressão pós-parto não cuidada).

Até que o processo de destituição do poder familiar seja finalizado, o bebê f**ará sob os cuidados do Estado em um serviço de acolhimento ou em família substituta (não sei).

É importante ressaltar que:
👉Se for de sua vontade, o bebê não será adotado por pessoas da sua família.
👉Se for comunicado quem é o pai, ele terá direito de saber sobre o processo e f**ar com o bebê. Porém, mesmo que ele faça isso, você pode abrir mão do poder familiar e não ser referência como responsável legal ou mãe do bebê.
👉Se você tiver menos de 18 anos, é preciso que um adulto responsável concorde com a entrega do bebê para adoção.

Existem vários programas no país que cuidam da entrega voluntária. Você pode procurar por "entrega voluntária para adoção" e localizar o da sua região.

Se você é de Recife, basca procurar o Programa Mãe Legal do NUCE ou entrar em contato com a Vara da Infância e da Juventude de Recife, no TJPE. É só procurar o Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA) na Rua Fernandes Vieira.

Qualquer dúvida, pode chamar no direct para conversar. Sem julgamento, só acolhimento.
Fonte: https://portal.tjpe.jus.br/web/infancia-e-juventude/programa-mae-legal

Malu Doula

15/05/2024

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