03/11/2025
O relato do youtuber Felca (Felipe Bressanim Pereira) sobre os anos de bullying na adolescência reacende um debate urgente: o impacto duradouro das violências emocionais sofridas ainda na infância.
A literatura científ**a mostra que o bullying não termina quando o recreio acaba. Ele reverbera, silenciosamente, na forma como o indivíduo se percebe e se relaciona com o mundo.
Ensinar empatia, respeito e autorregulação emocional é mais do que uma virtude, é prevenção em saúde mental.
Recentemente, Felca que ganhou notoriedade ao denunciar a adultização de crianças nas redes sociais, foi anunciado pela TV Globo como apresentador de um novo quadro no programa Fantástico. A série, prevista para 2026, abordará temas como autoestima, relacionamentos, bullying e os impactos emocionais das mídias digitais.
Trazer visibilidade a esse tema em um programa de grande audiência é, sem dúvida, um mérito. É uma oportunidade de ampliar o diálogo sobre sofrimento emocional, redes sociais e saúde mental: assuntos que ainda enfrentam silêncio e estigma.
Porém é importante refletir criticamente sobre o outro lado dessa escolha. Felca não possui formação técnica em psicologia, educação ou saúde mental, o que levanta questionamentos sobre a profundidade e a responsabilidade na abordagem de temas tão sensíveis. A credibilidade junto a públicos mais exigentes, como pais, educadores e profissionais da área, dependerá, ao meu ver, da clareza de que o quadro contará com suporte especializado e informações baseadas em evidências, evitando o risco de transformar sofrimento psíquico em entretenimento, por exemplo.
Em resumo, a entrada de Felca nesse espaço representa uma possibilidade valiosa de conscientização, mas também um alerta: visibilidade não substitui preparo técnico.
Quando o tema é saúde mental, a responsabilidade de comunicar com rigor e cuidado é tão importante quanto o alcance da mensagem. Concorda?
E você, acredita que falar de bullying na mídia ajuda a transformar a realidade ou que ainda precisamos de mais profundidade nesses diálogos?