22/09/2025
- MANIFESTO FMB: Um grito sufocado -
O Brasil perdeu a médica Maggy Lopes da Costa.
Não foi apenas um coração que parou.
Foi mais uma vida engolida pela violência que assombra cada plantão, cada consulta, cada sala de atendimento da rede pública de saúde.
Maggy não morreu por causas naturais.
Ela foi silenciada pelo medo, pela perseguição, pelas ameaças que jamais deveriam existir em um ambiente de cuidado.
Recusar um laudo que não lhe cabia assinar por ética, por dever profissional custou a ela o que não deveria jamais custar a ninguém: a paz, a saúde, e, por fim, a vida.
Não se trata de um caso isolado.
Enquanto esse texto é lido, médicos em todo o país trabalham com medo.
São ameaçados, expostos, humilhados e agredidos fisicamente por exercerem aquilo que juraram defender: a medicina.
Em 2023, mais de 2.130 agressões contra médicos foram registradas.
A maioria nos corredores de unidades públicas onde muitas vezes nem mesmo um vigia existe.
Esse não é um manifesto político.
É um grito coletivo por justiça, segurança e respeito.
A morte de Maggy não será em vão.
O Congresso precisa agir com urgência.
A sociedade precisa reagir com firmeza.
O Projeto de Lei 1.008/2023 que agrava a pena para quem ataca profissionais da saúde não basta. Precisamos que o PL 4.294/2023 seja aprovado porque é preciso também prevenção, estrutura, proteção real e educação de pacientes e seus familiares.
Queremos que médicos salvem vidas e não tenham que lutar pela própria todos os dias.
Porque quem agride um médico, agride também a confiança na saúde.
Mata o futuro de famílias.
Mata a esperança de um país inteiro.
Nós, da Federação Médica Brasileira, não aceitaremos mais o silêncio.
Não aceitaremos mais a negligência institucional.
Não aceitaremos que medo e medicina dividam o mesmo espaço.
Por Maggy.
Por todos os médicos.
Pela vida.
Pela justiça.
A morte de um médico por violência é a sentença de morte da esperança de um país.
