18/05/2025
A luta antimanicomial é um movimento social e político que surgiu como reação aos abusos cometidos nos manicômios, especialmente durante o século XX. Defende a substituição do modelo asilar por um cuidado em liberdade, centrado nos direitos humanos e na dignidade da pessoa com sofrimento mental. Inspirado por experiências como a Reforma Psiquiátrica Italiana, esse movimento ganhou força no Brasil a partir da década de 1980, com a atuação de profissionais de saúde mental, usuários, familiares e militantes que questionavam a lógica de exclusão e violência institucional presente nos manicômios.
No Brasil, a luta antimanicomial teve como marco a aprovação da Lei nº 10.216/2001, conhecida como Lei Paulo Delgado, que estabelece diretrizes para a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial para uma rede de atenção psicossocial. Essa rede prioriza o tratamento em serviços comunitários, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), buscando promover a inclusão social e o protagonismo dos usuários. A luta antimanicomial continua atual e necessária, pois ainda enfrenta desafios como o preconceito, o subfinanciamento das políticas públicas e tentativas de retrocesso nos direitos conquistados.