13/08/2025
Dizer “não” pode parecer simples, mas para muitas pessoas é um desafio acompanhado de culpa.
Isso pode estar ligado a conflitos internos entre o desejo de se preservar e o medo das consequências de se posicionar.
O “não” pode despertar fantasias inconscientes de estar atacando ou ferindo a outra pessoa. Essa percepção ativa medos de perder o afeto, ser rejeitado ou provocar retaliação. É como se, ao se proteger, a pessoa também estivesse destruindo algo valioso na relação.
Para aliviar essa angústia, alguns mecanismos de defesa podem ser acionados:
Idealização – colocar o outro num lugar de perfeição, desconsiderando as próprias necessidades para não decepcioná-lo.
Desvalorização – fingir para si mesma que aquela situação “não é tão ruim assim”, para evitar o conflito interno.
Reparação maníaca – ceder ou compensar excessivamente para neutralizar a culpa sentida após se posicionar.
O resultado é que, mesmo querendo se preservar, você pode acabar invalidando seus pensamentos ou consentindo com o que reprova, só para manter a sensação de segurança e aceitação.
Entender essa dinâmica não signif**a que a culpa vá desaparecer. Mas abre espaço para que o “não” deixe de ser visto como destrutivo e passe a ser reconhecido como um ato legítimo de cuidado consigo mesma.
Psicóloga Janaine Bionez
CRP 06/123994
Psicoterapia online e presencial