Maria L. Baldassari I Perdas e Luto

Maria L. Baldassari I Perdas e Luto Psicóloga Clínica. Especializada em Perdas e Luto.

Dois dias se passaram, e o Dia de Finados ainda ressoa dentro de nós. Porque o luto raramente chega pontual: ele se insi...
04/11/2025

Dois dias se passaram, e o Dia de Finados ainda ressoa dentro de nós. Porque o luto raramente chega pontual: ele se insinua nos intervalos da vida. Ele aparece quando um perfume traz de volta um rosto, quando o silêncio toma o lugar onde antes morava o riso, quando, sem pensar, a mão busca por alguém que já não está.

E então, o amor se reinventa. Vira cheiro, luz na lembrança, marca discreta e eterna no que nos tornamos. Vira essa saudade que não pede licença, e que, de vez em quando, até conforta, por lembrar o quanto foi real. E tudo bem. Nem toda ausência precisa ser cheia de dor constante. Ela pode ser também presença suave, pousada no coração.

Talvez, hoje, o que a gente mais precise seja de ternura. De um olhar que entende, mesmo sem palavras. De um abraço demorado para os dias que pesam. De um lugar — ainda que só por dentro — onde a saudade possa sentar, respirar, existir… sem ser apressada, sem ser medida.

Porque dentro de nós há espaços que nenhum tempo preenche. Mas é nesse mesmo vazio que brilha a beleza do que foi encontro, do que foi cuidado, do que segue sendo amor — mesmo atravessado pela ausência.

Que os próximos dias cheguem leves. Que a memória nos embale como casa. Que o afeto, apesar das feridas, continue ensinando a caminhar com doçura. Com coragem. Com a certeza de que amar valeu, e ainda vale ❤️‍🩹🫂

Volto deste Congresso com o sentimento de quem degustou a palavra com calma — como sugere Conceição Evaristo — para sent...
02/11/2025

Volto deste Congresso com o sentimento de quem degustou a palavra com calma — como sugere Conceição Evaristo — para sentir nela o que pulsa, o silêncio e o sentido. Aprendi, mais uma vez, que a fala é um gesto, e a signif**ação é um mundo; todo encontro verdadeiro nos desloca para além do que já sabíamos…

Foram dias em que a psicologia se fez presença viva: uma orquestra de vozes, pensamentos e afetos lembrando que o mais originário é a relação. Escutar não é um ato passivo: é abrir espaço para que o outro exista com sua própria tonalidade de ser. Escutar é libertar-se das limitações já aceitas. E, às vezes, escolher o silêncio é um ato de resistência, porque nele a vida ainda respira, reorganiza.

Ouvi que a esperança coexiste no amor — e ali compreendi que a clínica é uma aposta: na mudança, na abertura, no vir-a-ser. Existir é movimento, e a vida persiste enquanto há vida. E enquanto houver vida, há possibilidades…

Saio com a certeza de que a terapia é um convite ao acontecimento. Tentar é mais importante do que conseguir, porque o que importa é a travessia — o gesto de seguir mesmo quando a resposta ainda não veio. Cada paciente, como nós, é um viandante entre mundos, atravessando estradas que só ele conhece por dentro.

Volto com gratidão profunda: pela escuta, pela partilha, pelo pensamento vivo que não se fecha, mas se expande. Volto com mais perguntas do que respostas — e isso, na nossa prática, é sinal de vida.

Obrigada a cada pessoa, cada abraço, cada encontro, cada fala, cada respiro que me lembrou por que faço o que faço. Que sigamos, com delicadeza e coragem, abraçando a angústia e apostando nas possibilidades de ser — porque existir é movimento 🧡

Completando uma semana desse evento lindo e especial 🤍
06/09/2025

Completando uma semana desse evento lindo e especial 🤍

Penso diariamente o que é estar sendo psicóloga nesses anos. E digo estar sendo porque ser psicóloga não é um ponto fixo...
27/08/2025

Penso diariamente o que é estar sendo psicóloga nesses anos. E digo estar sendo porque ser psicóloga não é um ponto fixo, mas um movimento: um ir e vir constante, um caminho que se refaz em cada encontro.

Ser psicólogo é ser colo e afeto.
É ser escuta que se abre e também silêncio que acolhe.
É ser ética que guia e estudante que nunca se cansa de aprender.
É ser base segura.
É sentir no abraço, no olhar, na palavra e no silêncio.
É se emocionar, mas também florescer com o outro.
É olhar sem pressa. É respeitar o tempo de cada vida.
É cuidar — e também deixar-se ser cuidado.

O cuidado mais singelo é o que verdadeiramente importa: o encontro de um humano com outro humano, a escolha diária de estar presente na parte mais difícil da história do outro.

Porque, atrás da dor, sempre há um fio de amor e é pela bússola do paciente que descobrimos por onde o cuidado deve caminhar.

São idas e vindas de histórias, de vidas que se cruzam, de vínculos que se rompem, de sofrimentos e amores que resistem.
E em cada uma delas, a confiança que me foi entregue é um presente imenso.
Sou grata a cada pessoa que abriu sua história, sua vida, sua memória e seu silêncio diante de mim.

Entre dores e espantos, há sempre um espaço secreto — um recanto onde, de repente, podemos segurar o tempo nas mãos, como quem recolhe água em uma co**ha, e dali puxar um fio inesperado de vida que parecia adormecido, mas renasce, se desvela.

Meus pacientes me ensinaram, e me ensinam todos os dias, que o agora é o único instante em que a vida pode se refundar. Cada encontro é uma descoberta nova, um recomeço possível, um florescer silencioso.

Com carinho,
Maria 🤍

Duas fotos que tem apenas um dia de diferença, mas que me remeteu ao que uma paciente me disse uma vez… “A vida é como o...
24/06/2025

Duas fotos que tem apenas um dia de diferença, mas que me remeteu ao que uma paciente me disse uma vez…

“A vida é como o sol. E o luto também. Todos os dias acordamos com a certeza de que o dia só começa com o nascer do sol, e termina com o se por... Mas durante o dia, nunca sabemos como vai estar o tempo, às vezes eu olho na previsão, e ela me “assegura” de que não choverá, mas chove. O luto é assim, é incerto. Assim como a vida.”

Luto é oscilação.
Luto é movimento.
É estranho.
É um ir e vir constante.
É bagunça e reorganização.
É deixar a roupa secando no varal, e ela molhar novamente.
É o não saber e saber ao mesmo tempo.
É conhecer e não conhecer mais.
É poder sentir, e não sentir mais.
É ver que algo faz sentido, mas ao mesmo deixar de fazer.
É acordar e ver o amanhecer do dia, acompanhando o sol, mas horas depois, o dia f**ar frio, cinza, gelado…

É se aproximar da vida, exatamente como ela é, incerta.

Cuidar de uma pessoa enlutada é se mostrar disponível para estar com ela em um formato nunca antes experimentado. É estar disponível para mudar o curso do encontro a qualquer momento.

❤️‍🩹

Dias de encontros. Dias de reflexões. Dias intensos. FIM e INÍCIOS: a caminho da fenomenologia - 6° Congresso Internacio...
11/04/2025

Dias de encontros.
Dias de reflexões.
Dias intensos.

FIM e INÍCIOS: a caminho da fenomenologia - 6° Congresso Internacional de Psicologia de Fenomenologia e Hermenêutica⏳💭

“Precisamos nos demorar no que está perto. Muitas vezes o que está próximo não é visto”. - Ida Cardinalli

Obrigada 🧡

Dias de encontros. Dias de reflexões. Dias intensos. FIM e INÍCIOS: a caminho da fenomenologia - 6° Congresso Internacio...
11/04/2025

Dias de encontros.
Dias de reflexões.
Dias intensos.

FIM e INÍCIOS: a caminho da fenomenologia - 6° Congresso Internacional de Psicologia de Fenomenologia e Hermenêutica 💭

“Precisamos nos demorar no que está perto. Muitas vezes o que está próximo não é visto”. - Ida Cardinalli

Obrigada 🧡

10/04/2025
O que ela faz com a saudade? Depende muito. É único, individual e singular. Hoje, ela cantou parabéns, e assoprou a veli...
20/02/2025

O que ela faz com a saudade?
Depende muito. É único, individual e singular.
Hoje, ela cantou parabéns, e assoprou a velinha para o filho.
Uma mãe, seu filho, o aniversário dele.
Uma data, e um sentido para ela.
Qual o sentido? O Amor 🤍

E com cada um desses rituais, ela segue cultivando o amor e carregando o legado.

“Sei que para muitos é besteira, mas para mim é muito importante, e é isso que importa!” 💭

*Imagem autorizada para postagem*

“Quando um filho perde seus pais f**a órfão. Quando perdemos o marido/esposa, f**amos viúvos(as). Quando uma mãe perde s...
16/11/2024

“Quando um filho perde seus pais f**a órfão. Quando perdemos o marido/esposa, f**amos viúvos(as). Quando uma mãe perde seu filho, não há nome no dicionário que defina esta dor. A história da humanidade não conseguiu dar um nome para isso.” 💜

As dores são lugar de estranhamento e espanto, mas principalmente de abertura. Os sofrimentos favorecem o contato mais profundo com a fragilidade humana. Quanto mais olhamos para a vida, mais fundo olhamos para a dor e para o sofrimento que a constitui. Vida e sofrimento andam juntos. É através deles e com eles que percorremos a trajetória da nossa existência.

Estar ali falando sobre o luto materno, é levar o que se desvela de um acompanhamento, de encontros com essas mães… Generosas em confiarem suas histórias, amores, dores e sofrimentos em nós 💚

Endereço

Avenida Sumaré Nº402
Ribeirão Prêto, SP

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