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Livia Ribeiro - Psicóloga

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Brasil
Ribeirão Prêto, SP
Livia Ribeiro - Psicóloga

Psicanálise e antifascismo! Atendimento online. Insta: .psi

08/07/2025

Tem defesa que vira exílio.
A gente constrói muralha, eleva padrão, abafa o que pulsa.
Mas no fundo não é coragem, é medo disfarçado de lucidez.
Tem coisa que só floresce quando a gente arrisca ser tocada, só se move quando a gente se permite ser afetada.
E não dá pra existir inteira e se colocar no mundo tentando prever o que pode quebrar.
Não tem fórmula: tem presença, tropeço e uma certa entrega ao que escapa do controle.
Na impossibilidade das garantias, nos restam apostas.
E rede, escuta, palavras, arte, colo e respiro para vivê-las.

07/07/2025

E talvez por isso seja tão difícil.
Porque decidir não é só escolher entre caminhos —
é abrir mão de futuros imaginados, de garantias que nunca existiram.

No fundo, o que paralisa não é só o medo de errar.
É o desejo impossível de controlar o que vem depois.
De prever o que só se vive.

Mas do ponto de vista da psicanálise, decidir não é sobre acertar.
É sobre conseguir seguir mesmo sem ter todas as respostas.
Mesmo sem saber se vai doer.
Mesmo faltando algo.

Escolher é topar existir onde não há certeza.
E isso exige mais do que estar certo.

Deixar vir. Deixar ir.
Como as ondas fazem desde sempre.

29/06/2025

Minha clínica é uma clínica afirmativa para a comunidade LGBTQIA+, mas o que isso quer dizer?
Em primeiro lugar, não quer dizer que eu não atenda pessoas heterossexuais.
Quer dizer que eu luto pela garantia de direitos das pessoas lgbts. Que eu me posiciono contra a fictícia “cura gay”. Os consultórios durante muito tempo serviram à classe dominante reproduzindo discursos opressores, e se opor a esse discurso é urgente e necessário.
Pra mim, não basta não ser homofóbico. Temos que ser anti homofobia principalmente enquanto psicólogues.
Ainda mais por entender gênero enquanto performance (Butler), e quem não se encaixa é marginalizado, ridicularizado, ou seja, quem não performa feminilidade (se nasceu entendida enquanto mulher ou masculinidade se nasceu entendido enquanto homem) é alvo de muita violência (inclusive psicológica por parte dos pais/cuidadores). Que pelo menos aqui na clínica as pessoas lgbts se sintam acolhidas, pertencentes, ouvidas, olhadas, respeitadas, validadas e acalentadas!
Pra que tenham força pra enfrentar o que está fora da clínica. Que é um país que mais mata lgbts no mundo. Que são famílias preconceituosas. Que são relacionamentos frustrados por medo.
Então, quando me perguntam: nossa, mas você só atende lgbt? Eu lhes digo: não. Mas eu faço questão de deixar explícito que eu vou os atender com todo carinho e cuidado do mundo. Custe o que custar, cabe a mim bancar essa escolha. 🌈
Livia Ribeiro Psicóloga
CRP 04/55565
035992775545

20/05/2025

“Dar conta.”
Duas palavras que pesam como sentença.
Mas… dar conta de quê, exatamente?

De ser incansável, produtiva, presente, magra, forte, inteligente, interessante, equilibrada e bem-humorada — tudo ao mesmo tempo?
De performar uma vida que só existe em feed?

Muita gente se culpa por não “dar conta”, sem perceber que o que está em jogo não é falta de força…
é o excesso de ideal.

O sujeito sofre não porque falha, mas porque acredita que não pode falhar.
Que dar conta é o mínimo. Que tropeçar é fraqueza.

Mas talvez seja preciso permitir-se cair.
Descer do ideal de performance e encontrar, no tropeço, o que há de mais vivo:
você mesma.

07/05/2025

Você achou que tinha falhado.
Que foi burra, ingênua, fácil demais.

Mas não era você.
Foi o outro que escolheu ferir.

Não tinha como você saber.
Não tinha como se proteger.

Não foi ingenuidade. Foi coragem.
Não foi descuido. Foi presença.

Confiar não foi o erro.
Se abrir não foi o erro.
Ser inteira não foi o erro.

Não era sua tarefa adivinhar a violência.
Nem antecipar o ataque.

Você não evitou — porque não dava pra evitar.
Não era sobre prever, nem sobre se defender melhor.

A violência não se justifica na sua abertura.
Ela se revela na escolha de quem fere.

Então não é se fechar que vai te salvar.
É parar de achar que era sua a responsabilidade de impedir.

E o que você pode fazer agora é se permitir curar. É possível reconstruir a paz com a vulnerabilidade, não porque o mundo será perfeito, mas porque você é capaz de se recompor.

29/04/2025

Não é no acerto que dois se encontram, mas no espaço que se abre entre o que falta. O amor não costura ausências — ele dança com elas. Intimidade se tece no rasgo, no tropeço, no silêncio que não se explica. Amar é coragem de permanecer onde nada garante, é deixar-se ver onde somos pergunta.
E você, tem permitido que o amor aconteça onde não há certezas?

06/04/2025

Você corre, entrega, responde, organiza.
Mas se pergunta: “cadê eu nisso tudo?”

Quando até sentir vira pendência,
é o corpo quem começa a cobrar.

Talvez seja hora de escutar
o que ficou em silêncio até agora.

Tenho horários disponíveis para atendimentos online.
📲 Agende: (16) 99211-1905psi

04/02/2025

Absorvemos os ditos no corpo.
Criamos a receita infalível do que precisamos ser, como se isso nos garantisse alguma coisa… Mas acontece no caminho, se chama “Vida”.

Será que a única possibilidade de existência é esperar chegar na perfeição para se sentir válida?

E será que estamos preparadas pra entender que o outro também não é 100%, E NEM PRECISA SER? (Nem bom, nem mau)

Esse texto não foi escrito no feminino por acaso. Mas isso vai ficar pra outro post, esse vai seguir não-todo mesmo.🙃

23/01/2025

Oi, quero te escutar.

Online ou presencial em Ribeirão Preto- SP.

03/12/2024

Apresento-lhes Emília. Com ela nasceu uma coragem que eu nunca tinha experimentado.

Emília chora. Dilui o que sente em lágrimas. Lágrimas que, segundo minha professora incrível, são a água que vem de dentro e limpa.
Emília dança. Dilui o que sente em movimento e riso. Deixa tudo se espalhar pelo corpo tomando outra forma.
Emília fala. Também dilui o que sente em palavras, que ao saírem da boca levam o peso e ainda têm o poder de acessar o outro. Ao chegar no outro essas palavras encontram um mundo novo que vai recebê-las de outro jeito. É magia.
Emília provoca riso, desconfia, se compadece, se entedia. Emília sabe ser inteira. Aceita em si as contradições e deixa elas se expressarem.
Emília sabe que no vínculo, na troca e no afeto a vida acontece.
E Emília é um personagem. Gigante. Um papel, um lugar a partir do qual se existe.
Que honra poder vestir sua pele. Suas articulações, seu andar, seu cair, seu levantar…

Quem sabe eu absorva um pouquinhozinho de tudo que ela é agora que vivi no corpo.

Obrigada por me proporcionar isso tudo (e muito mais). Minha professora, diretora, amiga, irmã.

Esses registros lindos são da ♥️

25/09/2024

Desalienar-se é um processo constante…

20/09/2024

Demasiadamente humana.

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